A Paz Perpétua: Um Projeto Filosófico
Paz perpétua: um esboço filosófico ou A Paz Perpétua: Um Projeto Filosófico (em alemão: Zum ewigen Frieden. Ein philosophischer Entwurf: Ein philosophischer Entwurf) é um livro de 1795 da autoria do filósofo prussiano Immanuel Kant.[1] Nele, propõe um programa para a paz que deve ser implementado pelos governos. Estrutura
— A Paz Perpétua e Outros Opúsculos (1990) de Immanuel Kant com tradução de Artur Romão (Títulos, secções e pontos baseiam-se na edição de 1990, traduzida por Artur Romão de Kant, A Paz Perpétua e Outros Opúsculos.) / PRIMEIRA SECÇÃOQUE CONTÉM OS ARTIGOS PRELIMINARES PARA A PAZ PERPÉTUA ENTRE OS ESTADOS
/ SEGUNDA SECÇÃOQUE CONTÉM OS ARTIGOS DEFINITIVOS PARA A PAZ PERPÉTUA ENTRE OS ESTADOS / Primeiro Artigo definitivo para a Paz Perpétua A Constituição civil de cada Estado deve ser republicana. / Segundo Artigo definitivo para a Paz Perpétua O direito das gentes deve fundar-se numa federação de Estados livres / Terceiro Artigo definitivo para a Paz Perpétua O direito cosmopolita deve limitar-se às condições de hospitalidade universal.[2] / SUPLEMENTO PRIMEIRODA GARANTIA DA PAZ PERPÉTUA / SUPLEMENTO SEGUNDOARTIGO SECRETO PARA A PAZ PERPÉTUA / APÊNDICEI. SOBRE A DISCREPÂNCIA ENTRE A MORAL E A POLÍTICA A RESPEITO DA PAZ PERPÉTUA II. DA HARMONIA DA POLÍTICA COM A MORAL SEGUNDO O CONCEITO TRANSCENDENTAL NO DIREITO PÚBLICO Conteúdo e ImpactoConteúdo e relação com a Teoria da Paz DemocráticaO ensaio de Kant, em alguns aspetos, assemelha-se à teoria da paz democrática moderna. Define os estados republicanos, Republikanisch (não democráticos), como tendo governos representativos, nos quais o legislativo é separado do executivo. Kant afirma que as repúblicas estarão em paz umas com as outras, pois devem tender ao pacifismo mais do que outras formas de governo. O ensaio não trata os governos republicanos como suficientes por si próprios para produzir a paz: a hospitalidade universal (ius cosmopoliticum) e uma federação de estados livres são necessários para implementar conscientemente seu programa de seis pontos. Contudo, Kant argumenta contra um governo mundial, pois seria sujeito à tirania.[3] A solução preferível para a anarquia no sistema internacional era criar uma liga de estados republicanos independentes.[3] Impacto na Política e na EconomiaA ideia geral de que governos populares e responsáveis estariam mais inclinados a promover a paz e o comércio tornou-se uma corrente do pensamento e da prática política europeia. Foi um elemento da política americana de George Canning e da política externa de Lord Palmerston. Também foi representado no internacionalismo liberal de Woodrow Wilson, George Creel e H. G. Wells. As recomendações de Kant foram claramente representadas na década de 1940 nas Nações Unidas.[4] Em 1909, Norman Angell confiou apenas na segunda etapa, argumentando que o comércio moderno tornava a guerra necessariamente não lucrativa, mesmo para o país tecnicamente vitorioso e, portanto, a possibilidade de uma guerra bem-sucedida era a Grande Ilusão. James Mill descreveu o colonialismo como um alívio ao ar livre para as classes altas; Joseph Schumpeter argumentou que o capitalismo tornou os Estados modernos inerentemente pacíficos e opostos à conquista e ao imperialismo, o que favoreceu economicamente as velhas elites aristocráticas. Essa teoria foi bem desenvolvida nos últimos anos. Mansfield e Pollins, escrevendo no Journal of Conflict Resolution, resumem um grande corpo de trabalho empírico que, em sua maior parte, apóia a tese.[5] Existem várias exceções e ressalvas que parecem limitar as circunstâncias sob as quais a interdependência econômica resulta na redução de conflitos. Por outro lado, indo além da interdependência econômica para a questão da liberdade econômica dentro dos estados, Erik Gartzke encontrou evidências empíricas de que a liberdade econômica (medida pelo libertário Fraser Institute) é cerca de cinquenta vezes mais eficaz do que a democracia na redução de conflitos violentos.[6] Ver tambémReferências
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