Aaron David GordonAaron David Gordon ou A. D. Gordon (Hebraico: אהרן דוד גורדון; Rússia, 9 de junho de 1856 - Degania Alef, 22 de fevereiro de 1922) foi um dos teóricos e ativistas mais importantes do Sionismo. Influenciado pelas ideias de Leon Tolstói, se tornou o principal líder do Sionismo Trabalhista, influenciando milhares de judeus a emigrarem para a Palestina e lá levarem uma vida baseada no trabalho.[1] Infância e educaçãoAharon David Gordon nasceu no vilarejo de Troyano, na região da Podolia (Rússia), filho de uma família judia ortodoxa. Devido à sua fraca saúde, foi educado nos assuntos tradicionais judaicos por um professor particular. Aos 17 anos optou por receber uma educação laica em São Petersburgo, onde entrou em contato com a vida cosmopolita e com as ideias em ascensão na época, além de aprender outros idiomas. Vida adulta na RússiaAos 18 anos tentou alistar-se no exército russo, mas não foi aceito por causa de seus problemas físicos. Dedicou-se então à administração de uma grande propriedade rural na Rússia. Casou-se ainda jovem com sua prima Faige Tartakov, com quem teve sete filhos (dos quais apenas dois sobreviveram). Durante essa época foi membro do movimento Chovevei Tzion e era um defensor ardoroso do Sionismo.[2] AliáEm 1904, aos 48 anos, Gordon decide fazer Aliá, ou seja, deixar a Rússia e ir morar na Palestina. Sua mulher e filha o acompanham após três anos, emigrando em 1907. Sua esposa adoeceu e morreu apenas quatro meses após sua chegada. Seu filho, devido a divergências ideológicas com o pai, decide ficar na Rússia, onde morre durante a Primeira Guerra Mundial.[3] Gordon trabalhou como agricultor em Petach Tikva, Rishon LeTzion e em algumas colônias na Galileia. Finalmente mudou-se em 1912 para Degania Alef (o primeiro kibutz). Devido a sua incansável dedicação ao trabalho ficou conhecido como o “velho com a enxada”, sendo o símbolo da Segunda Aliá (1904-1914) e servindo como exemplo para milhares de jovens. Morreu de câncer na garganta em 22 de fevereiro de 1922. NaturezaInspirado nas ideias de Leon Tolstói, Gordon acreditava que havia uma união orgânica entre a Natureza e todos os seres humanos. No entanto, a vida nas cidades e o modo capitalista, que enxergava a natureza como um bem a ser explorado, estariam desviando a humanidade de seu caminho natural. Portanto, o homem deveria reorientar-se abandonando a vida urbana e inserindo-se na Natureza. “E quando, ó homem, você retornar à natureza – no dia em que seus olhos se abrirem, você vai olhar fixamente nos olhos da natureza e, nesse espelho, verá sua própria imagem.” [4] Sionismo TrabalhistaGordon acreditava que a tragédia do povo judeu poderia ser explicada pela sua forma de vida parasita na Diáspora. Para ele, uma nação identifica-se e cria laços com a terra em que habita somente através do trabalho braçal. A solução, portanto, seria alcançada quando os judeus largassem suas profissões liberais nas cidades da Diáspora e emigrassem para a Palestina, a fim de lá trabalhar a terra. Gordon formula a ideia da “religião do trabalho”, segundo a qual, os judeus deveriam unir-se por uma religião, e esta deveria ser o trabalho.[5]
Referências
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