Abguar Bastos
Abguar Bastos Damasceno (Belém, 22 de novembro de 1902 - São Paulo, 26 de março de 1995) foi um escritor, jornalista e político brasileiro. Membro fundador e ex-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), ganhador do Troféu Juca Pato e ex-deputado federal pelo Pará e São Paulo.[1][2][3] BiografiaVida PessoalAbguar nasceu em Belém, filho de Antônio Alves Damasceno e de Maria Ferreira Bastos. Em 1921 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde se graduou em 1925. Ingressou também nos cursos de agronomia e engenharia, que não concluiu.[3] Era casado com Isaura Castelo Branco de Leão Bastos, com quem teve dois filhos.[3] Teve três netos: Marcos, Cláudia, Flávio, Alexandre e Renata. Faleceu em 1995 na cidade de São Paulo.[4] Carreira PolíticaDécada de 1920No início de sua carreira foi secretário da prefeitura e acabou tornando-se prefeito interino de Coari (AM).Foi também tabelião e cartorário do Amazonas, de 1926 a 1928.[3] Em 1926 lanço o Manifesto Flaminaçu (em tupi, “grande chama”), ponto de partida de uma corrente literária que instigava os intelectuais do norte do Brasil a pensar e estudar a realidade e o fabulário amazônico, que acabou por integrar o movimento modernista, ao lado de Raul Bopp e outros escritores.[3][5] Foi redator de debates da Assembleia Legislativa do Amazonas e promotor público, em 1929, além de secretário do jornal A Tarde, redator e diretor de A Semana e redator dos jornais A Tribuna, Belém Nova, Belém Jornal e Estado do Pará.[3] Década de 1930Fez parte da Revolução de 1930 no Pará, deflagrada em outubro, sob o comando do tenente Joaquim de Magalhães Barata. Antes do fim do mês, foi preso pela força pública em Bragança (PA). Com a vitória da Revolução de 1930, foi nomeado secretário, tornando-se chefe de gabinete de Magalhães Barata, cargo que ocupou até 1931.[3] Em 1934 foi eleito deputado federal pelo Partido Liberal do Pará.[2] Em março de 1935, antes de tomar posse como deputado, foi um dos fundadores e tornou-se membro da Aliança Nacional Libertadora (ANL), junto com Trifino Correia, João Cabanas, Francisco Mangabeira e outros.[3] Em 1935, quando Getúlio Vargas determinou o fechamento da ANL, Abguar Bastos discursou na Câmara denunciando o fechamento do partido como um “ato violento e arbitrário do governo”. Após o fechamento da ANL, participou da fundação da Aliança Popular por Pão, Terra e Liberdade, junto com Maurício de Lacerda, Octávio da Silveira e Francisco Mangabeira, numa tentativa de dar continuidade à ação da ANL.[6] Em março de 1936, Abguar foi preso,[7] junto com os deputados João Mangabeira, Domingos Velasco, Café Filho e Octávio da Silveira e com o senador Abel Chermont.[8][9][10] Foi acusado de estar envolvido com os comunistas e de participação direta na Revolta Comunista de 1935 e de ter formado um “comitê a serviço de Prestes”.[3][11] Em julho de 1936, foi aprovado o parecer de Alberto Álvares, autorizando processar parlamentares presos, e assim teve suas imunidades cassadas.[3] Abguar permaneceu preso durante 14 meses, à espera de julgamento, foi condenado a 06 meses de prisão em maio de 1937 pelo Tribunal de Segurança Nacional (TSN).[3][7] Após sua soltura mudou-se para São Paulo, onde foi diretor da Empresa Brasileira de Artefatos de Borracha.[3] Década de 1940Abguar Bastos foi diretor paulista da revista Diretrizes, fundada por Samuel Wainer, através da qual fez oposição à ditadura do Estado Novo.[3] Década de 1950Em outubro de 1954 foi eleito deputado federal por São Paulo, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e chegou a Vice-líder do PTB em 1957.[2] Foi também assessor do ministro João Batista Ramos, no governo de Juscelino Kubitschek. Em janeiro de 1959 encerrou seu mandato, deixando a Câmara dos Deputados.[3] Década de 1960Foi assessor do ministro da Indústria e Comércio, Artur Bernardes, durante o governo do presidente Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio, passou a assessorar os novos ministros da Indústria e Comércio, Ulysses Guimarães e Otávio Dias Carneiro, durante o governo de João Goulart. Atuou como Adido Comercial na Embaixada do Brasil na Polônia quando ocorreu o golpe militar de 1964 e desde então afastou-se da vida política.[3] Carreia no Setor PrivadoAbguar foi membro fundador e presidente da União Brasileira de Escritores (UBE),[5][12] membro da Associação dos Jornalistas em Economia de São Paulo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e da Sociedade de Ecologia do Rio de Janeiro.[3] Em 1987 foi escolhido "Intelectual do Ano", tendo recebido o Prêmio Juca Pato.[1] Prêmios e Homenagens
Referências
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