Adão (Guarda)
Adão (pronúncia local: [ádão]) é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Adão do Município da Guarda, freguesia com 28,32 km² de área[1] e 258 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 9,1 hab./km². É uma das poucas freguesias portuguesas territorialmente descontínuas, derivando essa descontinuidade da existência de um enclave (cerca 30 vezes mais pequeno que o seu território): o lugar da Aldeia de Santa Madalena, exclave da vizinha freguesia de Vila Fernando.[3][4] A esta freguesia pertencem as aldeias de:
HistóriaAdão era, em 1747, um lugar do termo, Bispado e Comarca da cidade da Guarda, Província da Beira. Tinha oitenta e dois vizinhos, e pertencia à freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Vila Fernando. Estava assentado em sítio baixo, de onde se avistava somente a cidade da Guarda. Tinha este lugar uma ermida de São Bartolomeu Apóstolo com três altares, o maior com imagem do santo padroeiro, e dois colaterais, o do Menino Deus da parte da Epístola; e o da Senhora do Rosário da parte do Evangelho. Este lugar tinha juiz pedâneo, sujeito à justiça da cidade da Guarda.[5] Expansão territorialEm 2013, na sequência de uma reorganização administrativa nacional, a freguesia de Adão viu o seu território e a sua população aumentarem, ao ser-lhe anexado o território da extinta freguesia de Carvalhal Meão:[6] DemografiaA população registada nos censos foi:[2]
Património
Lenda da aldeia de AdãoReza a lenda que a aldeia de Adão foi fundada por três famílias - as famílias Borrego, Frade e Mariano. Aquando da construção do Povo (construção da aldeia), inicialmente realizada na zona onde actualmente se situa o campo de futebol, todas as ferramentas desapareciam durante a noite e, de manhã, apareciam encostadas ao tronco de uma árvore - um freixo antigo, que terá sobrevivido até à primeira década do presente século e que acabou por sucumbir aos ventos fortes de uma violenta tempestade, durante a noite. Junto a este freixo eram, então, encontradas todas as ferramentas intactas, as quais eram levadas de volta para a construção das casas da aldeia. Dada a recorrência do sucedido, decidiu-se colocar uma guarda noturna às ditas ferramentas, de forma a que não fossem novamente roubadas. Contudo, apesar da constante vigilância, durante a noite, as ferramentas continuavam a desaparecer sem que ninguém se apercebesse. De manhã, quando iam buscá-las, não se encontravam no armazém vigiado e devidamente trancado, mas sim de novo junto ao referido freixo. Embora não se saiba a razão, as pessoas, na época, interpretaram o sucedido como um sinal de que São Bartolomeu não queria que a aldeia fosse construída naquela zona do campo de futebol, mas mais acima, onde actualmente se situa a aldeia, nas imediações do freixo, junto do qual foi também edificada a igreja que existe actualmente. Muitos dos moradores atuais desconhecem provavelmente esta lenda, que foi passando oralmente, de geração em geração, ao serão junto à lareira, nas gélidas noites de Inverno. Provérbio"No Adão, quem não tem cadeira, senta-se no chão". Utilizando a pronúncia local: No [Ádão], quem não tem cadeira, senta-se no [txão].. Provavelmente, resultante de uma piada relacionada com a forma como se pronuncia localmente a palavra Adão [ádão], que oralmente pode remeter para a ideia de que se há, dão. Para que, quem não é da aldeia, fique a saber que se não tem, também não lho dão. Referências
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