Alfabeto portuguêsO alfabeto português varia conforme o Acordo Ortográfico de 1945 ou de 1990. Fase etimológica do portuguêsQuando o português estava em sua fase etimológica, seu alfabeto consistia quase no mesmo alfabeto que temos hoje, por obstante, sem a letra W, que na época era restrita a apenas palavras de origem germânica (como sandwiche, talwegue, walsa, Wenceslau e wisigodo), o alfabeto, porém, tinha sim as letras K e Y, devido à etimologia de várias palavras comuns as justificarem estando nelas[1] (abysmo, bicycleta, breke, cyclo, estylo, etymologia, fakir, gymnasio, hydrographia, hypocrita, hysterico, kaki, kaleidoscopio, kermes, kilometro, kysto, lyrio, mayor, meyo, mysterio, nickel, physica, polygono, oxygenio, systema, typo, etc).[2][3]
Há-se de ressalvar que, inclusive nesta época, a letra k era omitida completamente em todas as palavras por muitos escritores e as palavras que contêm k citadas acima também eram frequentemente escritas com c ou qu, um exemplo disto é o dicionário publicado por António de Moraes Silva em 1813, lá é dito que é uma "Lettra não necessaria para as palavras da nossa Lingua."[4] e não é posto nenhum exemplo de palavras com esta letra, contudo, ela é sim posta como parte do alfabeto. Isto não ocorria com a letra y, que era sempre devidamente escrita até a próxima reforma ortográfica. Reforma Ortográfica de 1911Conforme a segunda cláusula da Reforma Ortográfica de 1911,[5] aprovada por Portugal neste mesmo ano, o alfabeto português está baseado no alfabeto latino original, porém, sem as letras K, W e Y e com variações e combinações agregadas, estas sendo Ç, Ch, Lh e Nh.
É de lembrar-se que as combinações Rr e Ss não necessariamente faziam parte do alfabeto, mas eram admitidas ao lado de r e s. As letras k, w e y foram substituídas por c/qu, u/v e i, e aí começaram a ser utilizadas apenas em algumas palavras estrangeiras não aportuguesadas, símbolos e abreviaturas (kg e KLM, por exemplo) e em adjectivos e substantivos derivados de nomes próprios e palavras estrangeiras (kantiano, wagneriano, zwinglianismo, windsurfista, niemeyeriano etc.). Este abecedário, não é mais válido em nenhum país, devido a ele haver sido mudado pelo Acordo Ortográfico de 1945 em Portugal. Acordo Ortográfico de 1945Com o Acordo Ortográfico de 1945 (válido em Portugal, nos PALOP e demais ex-possessões ultramarinas portuguesas) e o Formulário Ortográfico de 1943 (válido somente no Brasil), os dígrafos ç, ch, lh e nh foram removidos pelo fato de não serem letras, senão variações ou combinações de outras letras, o alfabeto também segue permanecendo sem k, w e y.
Atualmente, este alfabeto ainda está em uso na Angola, sendo o único país a ainda utilizá-lo, posto que lá ainda não se foi ratificado o novo acordo. Acordo Ortográfico de 1990O Acordo Ortográfico de 1990 em sua Base I, 1.º, restaura o k e o y e introduz o w, fazendo o alfabeto português possuir 26 letras:
O emprego das letras k, w e y, entretanto, fica restrito aos mesmos usos originalmente estabelecidos pelos regulamentos ortográficos anteriores. O Anexo II do Acordo contém o Item 7.1 ("Inserção do alfabeto"), que justifica a introdução dessas três letras por três razões, apresentadas aqui ipsis litteris[6]:
Por fim, é importante observar que o Acordo Ortográfico de 1990, que entre 1.º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2012 que viveu um período de transição e está já em vigor em todos os países lusófonos excetuando Angola, segundo o qual a regra ortográfica anterior (com o alfabeto de 23 letras) e a nova (com o alfabeto de 26 letras) coexistirão validamente. Findo esse período, somente o Acordo Ortográfico de 1990 será válido e em Portugal, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Guiné-Bissau e no Brasil o alfabeto da língua portuguesa terá 26 letras. Nomes das letras e representações fonéticasEsta é a lista alfabética, conforme o Acordo Ortográfico de 1990, com os nomes de todas as letras, inclusive as versões alternativas[7] e suas representações fonéticas pelo Alfabeto Fonético Internacional. É bom notar que nem todas as realizações fonéticas de algumas letras ou todas as versões de seus nomes estão representados aqui, assim como certas realizações fonéticas apresentadas consistem em variações regionais ou alófonas.
Letras com acentos gráficos e sinais diacríticos
Dígrafos
Trígrafos
Acentos gráficos e sinais diacríticosAcrescentam-se ao alfabeto os seguintes símbolos diacríticos:
O uso do acento gráfico, agudo ou circunflexo, é requerido para assinalar as palavras proparoxítonas, as oxítonas quando terminam em "a(s)", "e(s)", "o(s)", "em" ou "ens", os monossílabos tônicos terminados em "a(s)", "e(s)", ou "o(s)", e as paroxítonas com qualquer outra terminação, além destas. Frequência da ocorrência de letrasNa língua portuguesa, a letra mais frequentemente usada é a vogal A. A vogal menos frequente é a letra U. A consoante que aparece com mais frequência é a letra S e a mais rara é a letra W (ou a letra X se for considerado o uso inapropriado K, W e Y e a natureza ambígua do W e do Y)[8].
NotasReferências
Ver tambémLigações externas |