Ana Lucia Araujo
Ana Lúcia Araújo (7 de maio de 1971) é uma historiadora e autora americana, de origem brasileira, residente nos Estados Unidos. Seu trabalho de pesquisa examina a história transnacional da escravidão, assim como a memória pública, o patrimônio e a cultura visual da escravidão e do comércio atlântico de escravos. Formação acadêmicaGraduada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1995, concluiu o mestrado em História do Brasil da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul no ano de 1997. Em 2004, obteve doutorado em história da arte da Université Laval (Canadá) e em 2007 finalizou o doutorado conjunto em História e Antropologia Social e Histórica da Université Laval (Canadá) e da École des Hautes Études en Sciences Sociales (França). Em 2008, começou a lecionar na Howard University, universidade historicamente negra na cidade de Washington, Distrito de Columbia, nos Estados Unidos, onde em 2014, se tornou professora titular. Desde 2017, Araújo é integrante do comitê científico international do projeto A Rota do Escravo da UNESCO. PesquisaAna Lucia Araújo pesquisa a história e a memória pública da escravidão no mundo atlântico.[1] Seu primeiro livro, Romantisme tropical: l'aventure d'un peintre français au Brésil, publicado em francês, explora como os relatos de viagem franceses, especialmente o relato do artista francês François-Auguste Biard (1799-1882), Deux années au Brésil, contribuíram para a construção da imagem Brasil na Europa. Em 2015, uma versão revisada e expandida do livro foi publicada em inglês: Brazil Through French Eyes: A Nineteenth-Century Artist in the Tropics. A versão em português desse livro foi publicada sob o título Romantismo tropical: Um pintor francês no Brasil, pela Editora da Universidade de São Paulo, em 2017.[2] Ele é autora de vários livros sobre a história e a memória da escravidão, como Public Memory of Slavery: Victims and Perpetrators in the Atlantic World (2010) Shadows of the Slave Past: Memory, Slavery, and Heritage (2014). Seu livro Public Memory of Slavery (2010) explora as relações históricas entre o Brasil (Bahia) e o antigo reino do Daomé (República do Benim) durante a era do comércio atlântico de escravos e como, nessas duas regiões, atores sociais investem num processo de lembrar e comemorar os tempos da escravidão, desenvolvendo assim identidades através da construção de monumentos, memoriais e museus.[3][4] No seu segundo livro Shadows of the Slave Past (2014), Ana Lúcia Araújo continua examinando os processos de patrimonialização da escravidão e do comércio atlântico de escravos nas Américas, dessa vez num estudo comparativo privilegiando o Brasil e os Estados Unidos.[5] Seu livro Reparations for Slavery and the Slave Trade: A Transnational and Comparative History (Reparações pela escravidão e pelo comércio de escravizados: uma história transnacional e comparativa) explora as histórias dos pedidos de reparação financeira e material pela escravidão e o comércio de escravizados no mundo atlântico.[6][7] Em seu livro Slavery in the Age of Memory: Engaging the Past (Escravidão na Idade da Memória: Engajando o passado) ela discute as controvérsias relativas à construção e remoção de monumentos em homenagem a mercadores de escravos e proprietários de escravos e também como a escravidão é representada nas plantações dos presidentes George Washington e Thomas Jefferson.[8] Araújo frequentemente intervém nos debates públicos discutindo a remoção de monumentos pró-escravagistas nos Estados Unidos, Brasil, França e Inglaterra. Argumenta que suas remoções não apagam a história, mas são expressões das batalhas da memória pública. Ela destaca que a queda desses monumentos é uma tendência mundial.[9][10][11] Seu trabalho abordando a queda de monumentos pró-escravidão nos Estados Unidos, Inglaterra e França, tem recebido destaque em artigos do New York Times, BBC News, Folha de S.Paulo, O Globo, Washington Post, Le Monde, Radio Canada, Radio France, O Público, National Geographic e outros meios de comunicação ao redor do mundo.[12] Ela também assinou artigos sobre o assunto no Washington Post, History News Network, Newsweek e Intercept Brasil, após os protestos que explodiram depois do assassinato de George Floyd em maio de 2020.[13][14] ObrasLivrosReferências
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