António da Veiga de Andrade
Antônio da Veiga de Andrade (Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1715 — Rio de Janeiro, c.1785) foi um geógrafo, cartógrafo. militar e governador interino da Capitania de Rio Grande de São Pedro, atual estado do Rio Grande do Sul, durante o período colonial. Atuação profissionalDurante os anos de 1736 e 1751, Veiga de Andrade serviu à Coroa portuguesa nas praças do Rio de Janeiro, Ilha de Santa Catarina, Rio Grande de São Pedro e Nova Colônia do Sacramento, ocupando diversos postos, entre eles o de Soldado, Cabo de Esquadra, Sargento Supra, Capitão de Campanha do Terço da Artilharia, Alferes e Ajudante Supra. Servindo sempre com muito cuidado, inteligência e dedicação, foi destacado como o "mais aplicado e incessante discípulo da Real Academia", o que certamente impactou positivamente para a sua ascensão dentro da hierarquia militar.[1] Poucos anos mais tarde, participou das atividades de demarcação de fronteiras do Tratado de Madrid, sendo nomeado Segundo Comissário e Astrônomo da Segunda Partida, em 1759.[2] Governador interino da Capitania de Rio Grande de São PedroSob a influência do Vice-Rei Marques de Lavradio, foi nomeado governador interino da Capitania do Rio Grande de São Pedro, de 26 de outubro de 1771 a 11 de junho de 1773.[3][4] Todavia, apesar da boa relação incipiente, os atritos entre Veiga de Andrade e o referido Marques de Lavradio não tardaram a principiar. Tendo em vista a alta incidência de casos de roubo e corrupção na dita Capitania durante este período, a partir das denúncias de Francisco José da Rocha Campos da Fontoura Taveira, informante e braço direito do Marques de Lavradio naquela região, Veiga de Andrade fora logo relacionado a esses escândalos por, supostamente, "deixar-se rodear e envolver por homens corruptos, habituados à permanente impunidade", entre eles o contrabandista Rafael Pinto Bandeira[5]. Nas cartas enviadas ao Vice-rei, Rocha aponta para o descontentamento da população local em relação ao "modo e gênio que tem este governador'', além de descredibilizá-lo, ao comentar que não enxerga "outro espírito que o da vingança e utilidade" neste homem. Buscando esquivar-se das suspeitas, em 1773 Veiga de Andrade solicitou ao provedor da Fazenda a instauração de uma devassa a fim de tratar dos contrabandos e ingressos de mulas dos domínios espanhóis à Capitania[6], o que demonstra, por mais que possivelmente fosse mera estratégia, uma certa preocupação do governador em combater as práticas às quais era alvo de suspeitas. As inimizades e desconfianças nutridas contra Veiga de Andrade culminaram, não na sua transferência, como requeria Rocha, mas, na decisão do Vice-Rei em mudar o Governador, repondo aquele que ocupara o dito posto anteriormente, o coronel José Marcelino de Figueiredo, por ser considerado um "homem de mãos limpas".[7][8] Fato importante que atravessou o período em que Veiga de Andrade esteve no governo, foi o deslocamento político e administrativo da capitania para a cidade de Porto Alegre, elevada à freguesia em 1772 e tornada capital no ano seguinte, já no governo de Figueiredo. Nessa processualidade, Veiga de Andrade desempenhou um papel significativo no que tange à urbanização primordial de Porto Alegre, tendo, inclusive, dado as ordens para o engenheiro militar Alexandre José Montanha iniciar o desenho das ruas da dita freguesia, projeto este que tornou-se o traçado inicial da cidade de Porto Alegre; além de ter cedido meia data de terras à beira do Guaíba a alguns dos antigos arranchados[9]. Após o governoAfastado do posto de governador interino, Veiga de Andrade galgou ainda alguns postos dentro da hierarquia militar, bem como trabalhou na função de geógrafo. Como obra de maior destaque, elaborou o mapa intitulado "Plano da Ilha de Santa Catarina até a Vila de Laguna, com a descrição das estradas, montes, rios, pontos importantes, como as deficiências das fortalezas da ilha e pontos favoráveis ao desembarque". Já às vésperas de sua morte, foi nomeado tenente-coronel em 1784, vindo a falecer no Rio de Janeiro no ano seguinte[10]. Referências
Bibliografia
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