BeiBei ou Begue[1] (em turco otomano: بك; romaniz.: beğ; em árabe: بك; romaniz.: bek; em persa: بگ; romaniz.: beg ou beyg) é um título nobiliárquico turco adoptado por diferentes governantes dentro dos territórios dos antigos Império Seljúcida e do Império Otomano. Foi também o título dos monarcas da Tunísia. Originalmente era o título atribuído ao chefe de clã turcomano — geralmente fiel a um determinado sultão. Um beilhique era um território governado por um bei. Beis do Império OtomanoO próprio Império otomano começou como um beilhique do Sultão de Rum. Os primeiros monarcas otomanos, Osmã I, Orcano I e Murade I, usaram o título de bei até 1383, quando Murade, finalmente, reclamou o título de sultão. No Império Otomano, o título de bei passou a designar os governadores das províncias, que em várias ocasiões chegaram quase a se tornarem independentes de Istambul, como por exemplo, os de Bursa e de Edirne antes de 1453, ou Iskander Bei, na Albânia, em 1443. Os beis tinham, no entanto, as suas próprias bandeiras. Beis da TunísiaEm 1705 o soberano da Tunísia adoptou também o título de "bei de Túnis". A Tunísia foi então governada por beis vassalos do sultão de Istambul até 1881, quando o país foi conquistado pela França. Os "begs" da AlbâniaEm alguns concelhos/municípios/municipalidades da Albânia onde ainda se registra a influência do domínio otomano, denominam-se beg os alcaides (Presidentes da Câmara). Bei como título honoríficoBei tem também um carácter honorífico. Já na época otomana utilizava-se, às vezes, como tratamento similar a sir na Grã-Bretanha. Após a proclamação da república na Turquia (1922), democratizou-se o uso da palavra, que passou a significar senhor, susceptível a aplicar-se a qualquer pessoa num contexto formal. Uso regional na ilha de Santa Maria (Açores)A expressão "bei" é tradicionalmente utilizada pelos habitantes da ilha de Santa Maria, no arquipélago dos Açores, no sentido de interjeição de exclamação, espanto, surpresa. Adicionalmente, entre as lendas locais, registra-se a "Lenda do Pirata Bei". Os estudiosos justificam ambas como uma recordação dos assaltos de piratas da Barbária, frequentes no passado da ilha, que saqueavam e incendiavam as povoações, capturando os naturais para vendê-los como escravos no Norte de África. Referências
Bibliografia
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