Caburé-miudinho
O caburé-miudinho (nome científico: Glaucidium minutissimum)[3] é uma espécie endêmica do Brasil de ave da família dos estrigídeos (Strigidae). EtimologiaO nome popular caburé deriva do tupi kawu're. Originalmente era um termo (também presente na variante cauré) que indicava corujas e falcões. Sua primeira ocorrência registrada é do ano de 1587. Em 1631, houve novo uso com o sentido de "ave dos bubonídeos". De acordo com o Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi (DHPT), o vocábulo tupi "parece proceder de cabu-ré, que quer dizer propenso às vespas escuras, ou que se alimenta dela". Teodoro Sampaio em O Tupi na Geografia Nacional (TupGN) argumenta que derivou do tupi caá-por-é (da raiz ka'a-, "mato"), que significa "dado a morar no mato". A partir desta acepção, comenta, surgiram sentidos totalmente distintos de caburé como "habitante da roça", "mestiço" ou "árvore".[4] TaxonomiaJá argumentou-se que o nome científico aqui utilizado pertence, na verdade, ao caburé-de-pernambuco, sendo G. sicki o nome teoricamente adequado ao caburé-miudinho.[5] Contudo, isso não ganhou ampla aceitação.[6] Anteriormente, esta espécie incluía como subespécies o caburé-de-colima (Glaucidium palmarum), o caburé-de-tamaulipas (Glaucidium sanchezi), caburé-centro-americano (Glaucidium griseiceps), caburé-subtropical (Glaucidium parkeri) e mochinho-da-baixa-califórnia (Glaucidium hoskinsii).[1] Distribuição e habitatEsta espécie tem um alcance extenso. Reside no Brasil entre Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e sul da Bahia e também está presente em Goiás.[7] Acasala no Belize, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá e Peru.[1] Habita florestas tropicais e subtropicais úmidas persistentes e bordas de florestas, assim como dosséis de arbustos abertos[8] situadas até 1 100 metros de altitude.[1] DescriçãoEssa é uma das menores espécies de coruja da América do Sul, com média de 55 gramas e 15 centímetros. O comprimento da asa pode atingir de 8.5 a 9.1 centímetros, enquanto a cauda pode atingir um comprimento de 4.9 a 5.4 centímetros. Sua cabeça é arredondada, sem tufos nas orelhas. O disco facial castanho-acinzentado pálido não é pronunciado e mostra algumas linhas concêntricas avermelhadas. Seus olhos são amarelados, com sobrancelhas esbranquiçadas. A parte superior do corpo é relativamente escura, marrom-avermelhada com pequenas manchas brancas. As asas são marrom-escuras e relativamente curtas. A cauda é marrom escuro com cinco barras claras. A parte inferior do corpo é cinza claro ou branco, com listras marrom-avermelhadas. A garganta mostra uma área arredondada esbranquiçada. As pernas são emplumadas, com dedos eriçados e amarelados. As garras são do tipo chifres com pontas escuras. O bico é amarelo-esverdeado.[9][10] BiologiaO caburé-miudinho se alimenta principalmente de insetos, às vezes capturando pequenos vertebrados. É ativo ao anoitecer e ao amanhecer, mas ocasionalmente caça durante o dia. A canção do macho é de duas a quatro notas longas separadas por pausas curtas.[9][10] ConservaçãoNão há dados concretos com relação à população de caburé-miudinho, mas se assume que esteja declinando.[1] Em 2005, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[11] em 2010, como vulnerável na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais;[12] em 2014, como pouco preocupante no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[13] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[7][14] Referências
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