Casa do FaunoA Casa do Fauno (em italiano: Casa del Fauno) são as ruínas da casa construída durante o século II a.C. como uma das maiores e mais impressionantes casas romanas em Pompeia, na Itália, e alberga algumas impressionantes obras de arte. É uma das mais luxuosas casas aristocráticas da República Romana, e reflete este período melhor do que qualquer outra evidência arqueológica encontrada na própria Roma.[1] HistóriaA Casa do Fauno foi erguida no segundo século antes de Cristo, durante o período Sâmnio (200 - 80 a.C.).[2] Há evidências, mais notadamente nas paredes orientais do átrio do pórtico, de que, após o terremoto de 62, a Casa do Fauno foi reconstruída ou restaurada,[3] e de que a construção só foi usada como residência do século II a.C. até 79 quando, afinal, foi tornada inutilizável pela erupção do Vesúvio. Embora a erupção tenha sido devastadora, as camadas de cinza que cobriram a cidade abandonada preservaram as obras de arte, como os mosaicos da Casa do Fauno que, sem isso, certamente teriam sido destruídas ou se deteriorado com a passagem do tempo. O lugar recebeu este nome por causa de uma estátua de bronze que representa um fauno dançarino localizada, originalmente, na lateral do implúvio, espécie de tanque para juntar as águas pluviais; foi, entretanto, movida para o centro, como se pode ver na figura. Fauno era uma figura da mitologia que os romanos associaram a Pã e aos sátiros, ou ainda aos seguidores selvagens do deus grego do vinho e da agricultura, Dionísio. Os arqueólogos descobriram uma inscrição contendo o cognome Saturnino, sugerindo que a habitação pertencia a uma importante gens, ou clã, Sátria; um anel contendo o sobrenome Cassius também foi encontrado, sugerindo que alguém da família Cássios havia se casado com a do gens Sátria, ou morado na Casa do Fauno.[4] Obras de arteA Casa do Fauno é mais conhecida por abrigar o famoso Mosaico de Alexandre, que descreve a batalha de Isso em 333 a.C. entre Alexandre, o Grande e Dario III. Esse mosaico foi inspirado por ou era cópia de uma pintura grega datada do século IV a.C.,[1] provavelmente do artista grego Filoxeno de Erétria.[5] Ao contrário da maioria dos pavimentos pompeianos do final do segundo e começo do primeiro séculos, este mosaico é feito de tessela, e não do mais comum opus signinum, ou com outros tipos de pedra presas com argamassa.[6] O Mosaico de Alexandre é complementado por outros mosaicos no chão, com cenas Nilotas máscaras teatrais.[1] Outros trabalhos dignos de nota da Casa são Fauno com Ninfa e o mosaico de peixe, uma peça que lembra outros mosaicos pompeanos.[6] ArquiteturaA construção possui cerca de 3500 m², ocupando todo um quarteirão da cidade, ou insulas. A casa pode ser dividida em cinco parte principais: o átrio toscano, átrio do pórtico, quartos de serviço e corredores, primeiro (ordem jônica) ou segundo (ordem dórica) peristilo e suas dependências correspondentes.[3] Tal como muitas antigas casas romanas, a Casa do Fauno possuía uma taberna, ou loja frontal, e uma planta de edifício bastante sofisticada que revela muitos quartos. A entrada é ornada pela mensagem latina Have (ave) uma saudação que serve tanto aos que chegam quanto aos que partem.[7] Assim como outros ricos aristocratas da República, os donos da Casa do Fauno instalaram um sistema de banho (termas) privado, ou balneu (balneum). O quarto de banho ficava situado na ala doméstica, situada à direita da entrada e junto à cozinha, onde era aquecido por grande forno, ou prefúrnio.[1] Os quartos dos empregados eram escuros e apertados, e não tinham muitas mobílias.[8] A casa apresentava belos jardins em peristilo, o segundo dos quais foi criado como um palco para recitais, mímica e pantomimas. Adicionalmente, a casa tinha uma passagem de entrada, vários quartos (cubículos; cubicula), salas de jantar (triclínios) para o verão e para o inverno, uma sala de recepção (oecus), e um escritório (tablino; tablinum).[1] RuínasHoje os visitantes ainda podem explorar os restos da Casa do Fauno, na Pompeia moderna, ao longo da Via di Nola. Embora a maior parte das obras de arte originais tenham sido transferidas para o Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, as peças mais famosas, como o Fauno Dançarino e o Mosaico de Alexandre, foram recriadas para apresentar aos turistas uma visão mais parecida do que era o original.[9] Pietro Giovanni Guzzo, arqueólogo superintendente de Pompeia em 2006, disse que "Eu quero que os visitantes tenham a impressão de estar entrando na mesma casa luxuosa da antiga Pompeia que seus donos moravam, antes de ser destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 79 a.D."[9] Galeria
Referências
Leituras adicionais
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