Cupano
Cupano (em latim: Cupan(us); em húngaro: Koppány) foi um nobre magiar do final do século X, duque de Simígio. Segundo a visão consensual dos estudiosos modernos, era membro da Casa de Arpades. Cupano era senhor da região sul da Transdanúbia durante o reinado de Géza, que governou entre o começo da década de 970 e 997. Com a morte de Géza, reclamou o trono contra o filho cristão devoto de Géza, Estêvão I. Sua reivindicação foi apoiada sobretudo pelos húngaros pagãos, mas o exército real rechaçou seu exército próximo de Vesprímia em 997 ou 998. Foi morto na batalha ou em seu ducado, para onde fugiu. Seu corpo foi cortado em 4 pedaços e exibido nas muralhas das quatro maiores fortalezas da Hungria: Jaurino, Vesprímia, Estrigônio e Alba Júlia. FamíliaCupano era filho de Zerinde, o Calvo, segundo a Crônica Iluminada do século XIV.[1] Embora nenhuma fonte cite que descendia de Almo ou Arpades, o primeiro grão-príncipe da Hungria, sua tentativa para tomar o trono mostra que foi membro da Casa de Arpades.[2] Os historiadores debatem qual dos quatro filhos de Arpades foi ancestral de Cupano.[3] Os historiadores Gyula Kristó, László Szegfű e György Szabados dizem que foi provavelmente descendente do filho mais velho de Arpades, Tarcatzus,[4][5] mas Kornél Bakay (que identifica Zerinde com Ladislau, o Calvo) escreve que o filho mais jovem de Arpades, Zaltas, era ancestral de Cupano.[6] A data exata de seu nascimento não pode ser determinada.[7] Ele alegadamente nasceu cerca de 950 e 965, pois sua reivindicação ao trono em 997 mostra que era o membro mais velho da Casa de Arpades à época.[8] Duque de SimígioA Crônica Iluminada do século XIV registra que "Cupano [...] controlou um ducado" (ducatum tenebat em latim)[9] durante o reinado de Géza, que ascendeu ao trono cerca de 972, foi descrito como monarca cruel no final do século XI.[10] Sua fama, junto com o fato que apenas alguns membros do século X da família real são conhecidos, sugere que Géza assassinou muitos de seus parentes, segundo o historiador Pál Engel.[11] Mesmo se Géza conduziu uma expurgo entre seus parentes, Cupano sobreviveu. Segundo a Crônica Iluminada, foi "duque de Simígio[12][13] Duas fontes posteriores — Osvaldo Lasco do século XV e um monge cartuxo do século XVI — mencionaram que Cupano também foi senhor de Zala.[14] Com base nas fontes, os historiadores modernos concordam que ele administrou a região sudoeste da Transdanúbia, muito provavelmente entre o lago Balatão e o rio Drava.[12][4][15][16] Szabados diz que o pai de Cupano já havia dominado Simígio e Zala;[17] em contraste, László Kontler escreve que ele recebeu seu ducado de Géza como compensação após Géza fazer seu próprio filho, Estêvão I, como herdeiro.[15] Rebelião e morteGéza morreu em 997.[18] No mesmo ano ou no seguinte, Cupano revoltou-se contra Estêvão, reclamando o trono e viúva de Géza, Sarolta.[19][20] Sua reivindicação ao trono mostra que considerou-se o herdeiro legal de Géza segundo o príncipe tradicional de senioridade, mas em contraste com a lei cristã da primogenitura que apoiou o direito de Estêvão.[4][18] O esforço de Cupano para casar-se com a viúva de Géza estava também alinhado ao costume pagão do levirato, mas os cristãos consideravam isso uma tentativa incesto.[19][21] Ambas as reivindicações de Cupano sugerem que ele era pagão, ou inclinado ao paganismo mesmo se batizado.[4] No quase contemporâneo feito de fundação da Abadia de Panonalma, Estêvão mencionou que "certo condado chamado Simígio" tentou destroná-lo após a morte de seu pai.[22] A Lenda Menor do Rei São Estêvão do século XI declarou que "certos nobres cujos corações estavam inclinados a banquetes inúteis" vivaram-se contra Estêvão após sua ascensão ao trono.[23][24] Ambas as fontes sugere que não foi Estêvão que começou a guerra, mas que Cupano rebelou-se contra ele.[25] Cupano começou a "destruir os castelos de Estêvão, saquear suas propriedades [e] assassinar seus servos", segundo a Lenda Menor. A mesma fonte também escreve que Cupano sitiou Vesprímia, mas Estêvão reuniu seu exército, marchou à fortaleza e aniquilou as tropas de Cupano.[23] Os cavaleiros germânicos que se assentaram na Hungria após Estêvão casar-se com Gisela da Baviera em 996, desempenharam um papel proeminente na vitória do exército real.[18][26] O comandante do exército real, Vencelino, foi um dos imigrantes germânicos. O feito da fundação da Abadia de Panonalma inclusive se refere a guerra civil como uma luta entre "germânicos e húngaros".[22][27] Cupano foi morto por Vencelino na batalha próximo de Vesprímia, segundo o capítulo 64 da Crônica Iluminada.[26][28] Por outro lado, o capítulo 40 da mesma fonte diz que Vencelino matou Cupano em Simígio.[29] Ele o último relato é válido, Cupano fugiu do campo de batalha após sua derrota, mas o exército real perseguiu e matou-o em seu ducado.[30] Sob ordem de Estêvão, o corpo de Cupano foi esquartejado e suas partes foram penduradas nas muralhas de Jaurino, Vesprímia, Estrigônio e Alba Júlia.[28] Referências
Bibliografia
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