DegãDegã (em persa médio: dehgān), daigã (dahigān) ou decã (em persa: دهقان; romaniz.: dehqân) eram uma classe de magnatas proprietários de terras durante o Período Sassânida e islâmico, encontrados em todas as terras das línguas iranianas.[1] EtimologiaO termo dehqân deriva do persa médio dahigān (pálavi: dhywkʾn), que significa "compatriota" ou "fazendeiro". O significado original era "pertencente ao deh" (em persa antigo: dahyu) - o último termo não no sentido posterior de "vila" (como no persa moderno), mas no sentido original de "terra".[1] HistóriaNo Império Sassânida, os degãs eram considerados pequenos proprietários de terras. O termo emergiu como uma classe social hereditária mais adiante, quando administravam assuntos locais e a quem os camponeses eram obrigados a obedecer.[1] Após a supressão da revolta masdaquista, o xá Cosroes I (r. 539–579) implementou reformas sociais que os beneficiaram.[2] Sob seu reinado, ganharam influência como espinha dorsal do exército sassânida e cobradores de impostos imperiais[3] e à medida que sua influência crescia, mantiveram a ética persa, os ideais e as normas sociais que foram despertadas mais tarde durante os tempos medievais na Pérsia Islâmica.[4] Nos primeiros textos islâmicos, funcionam quase como governantes locais sob o domínio árabe e, às vezes, o termo é justaposto a marzobã (marquês). No século XI, eram proprietários de terras ou diretamente envolvidos na agricultura, inclusive no plantio ou manejo da terra.[5] Além de seu papel político e social, eram bem versados na história e cultura do Irã pré-islâmico, desempenhando importante papel cultural ao servir governantes e príncipes como homens instruídos; por exemplo, o governador de Baçorá, segundo uma fonte, tinha três degãs a seu serviço que lhe contaram a grandeza dos sassânidas e o fizeram sentir que o domínio árabe era muito inferior. Eles não só preservaram os ideais dos período sassânida e os trouxeram para o período islâmico, mas também inculcaram-as nas mentes da aristocracia árabe dominante, que também se fundiu com os iranianos.[6] No século IX, os taíridas, que eram de origem persa degã, iniciaram um ressurgimento da cultura persa.[7] Sob o Império Seljúcida, tiveram papel importante quando os seljúcidas se voltaram à aristocracia degã para governar seu império. A aliança entre degãs e seljúcidas realmente criou ressentimento entre os membros das tribos turcomanas depois de 1055, quando Tugril Bei assumiu o controle de Bagdá. Devido ao apego dos degãs à cultura iraniana, o termo já havia se tornado sinônimo de "persa de sangue nobre", em contraste com árabes, turcos e romanos. Segundo algumas fontes, incluindo Nezami Aruzi, o poeta nacional iraniano Ferdusi também era da linhagem degã. Outro poeta que se refere a si mesmo como um degã é Catrã de Tabriz, que também era bem versado sobre o antigo Irã. Sua poesia está repleta de referências aos antigos personagens iranianos e seu papel.[6] Referências
Bibliografia
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