Divine Intervention
Divine Intervention é o sexto álbum de estúdio da banda americana de thrash metal Slayer. Lançado 27 de Setembro de 1994, foi o primeiro álbum a contar com Paul Bostaph, substituindo o baterista original Dave Lombardo. Muitas cancões do disco foram inspiradas por programas de televisão. A produção do álbum tornou-se um desafio pra a gravadora, dificultando a sua divulgação devido ao conteúdo controverso das letras. O Slayer usou o álbum ao vivo Decade of Aggression para dá-los tempo de pensar em qual seria o estilo a abordar nesta gravação.[1] Por ter sido lançado cerca de quatro anos após Seasons in the Abyss, o vocalista Tom Araya disse que tiveram mais tempo para produzi-lo do que os álbuns anteriores da banda. A capa foi pintada e desenhada por Wes Benscoter, que criou uma nova versão para o logotipo em forma de pentagrama do Slayer. Ainda que muito tempo tenha sido gastado na produção, Kerry King afirmou que a mixagem e masterização deveria ter sido melhor desenvolvida. A origem das canções não vem apenas da televisão, mas também foram inspiradas por várias outras coisas, incluindo Rush Limbaugh, o serial killer Jeffrey Dahmer, e a esposa de Araya. Araya concluiu que o álbum "saiu depois de quatro anos odiando a vida."[2] Em 1998 o disco foi banido na Alemanha por causa das letras de "SS-3", "Circle of Beliefs", "Serenity in Murder", "213" e "Mind Control". Divine Intervention recebeu avaliações mistas da crítica, com o AllMusic dando três de cinco estrelas, e o The Deseret News dando uma nota positiva. O álbum vendeu 93.000 cópias na primeira semana. Chegou à posição oito na Billboard 200 e ao número 15 na UK Albums Chart. Recebeu certificação de Ouro nos Estados Unidos e no Canadá. Um extended play intitulado Serenity in Murder foi lançado pouco após o álbum.[3] ProduçãoTom Araya disse que "quando fizemos Divine Intervention, essa foi a última reunião que tivemos com a gravadora, onde eles sentaram conosco e nos venderam a ideia de como eles queriam que fosse "Divine", e o que eles iriam fazer com a capa... e todas essas ideias diferentes para o álbum. Então um cara olhou para nós e disse, 'Mas nós precisamos de um hit.' E respondemos, 'Mas nós fizemos onze músicas, e se você não puder achar um hit em uma delas então você está ferrado pois isso é o que estamos dando a vocês.' É como se estivéssemos dizendo, 'OK, você escreve a porra do hit de sucesso e então nós a gravamos.' Aquilo deixou-o irritado e, a partir dali, não tivemos esse tipo de encontro!"[4] Araya descreveu: "Para este disco, eu meio que me inspirei assistindo TV. Aquilo me deu inúmeras ideias. Toda a ideia sobre o cara com o Slayer em seus braços surgiu porque a realidade é mais assustadora do que qualquer coisa que você possa inventar.[5] A produção do álbum posou como um desafio para a gravadora: "como comercializar uma banda cuja música é extrema e violenta para programadores de rádio conservadores?" Foi a primeira tentativa da companhia para "'estourar' uma banda de thrash com uma base de fãs rigorosos com uma estratégia de marketing que os agradasse."[6] Araya relatou: "Decidimos tomar mais tempo para trabalharmos nesse. Na verdade nós fomos para o estúdio com mais material escrito mais do que no passado. Completamos três das sete músicas fora do estúdio. Nós todos sentimos que era importante fazê-lo lentamente. Depois da última tour, nós tínhamos a intenção de dar um tempo."[2] ComposiçãoThe College Music Journal disse que "a banda tratou quase que exclusivamente de realismo" no álbum, e notou que "choca e deflagra mais que uma artéria rompida, pintando imagens vermelhas de assassinos, necrófilos, e o mundo devastado e caótico que eles habitam".[5] Tanto a mixagem quanto a masterização foram criticados, com o guitarrista Kerry King afirmando que a banda deveria ter "dado mais atenção à mixagem",[7] e Araya dizendo que "é o único que ele não pensaria em remasterizar (se houvesse a oportunidade)".[8] O baixista ainda diz que "saiu à venda após passar quatro anos odiando a vida".[2] Neil Strauss do The New York Times explicou muitas das origens do álbum. "213" foi descrita como uma "canção romântica" de Araya, o que é algo que eles nunca tinham feito antes. O nome da canção é baseada no número do apartamento do serial killer e agressor sexual Jeffrey Dahmer. "Dittohead", um tributo parcial a Rush Limbaugh, começa criticando o sistema legal por "ser muito frouxo com assassinatos". A música "termina não denunciando o sistema mas advogando sua permissividade".[9] "Sex, Murder, Art", segundo o TheState.com, "ruge a cerca de um relacionamento enlouquecedor e o seu 'prazer em infligir dor.'"[10] King disse que o disco possui suas origens em "histórias de guerra" e na "exploração da insanidade".[11] É o primeiro álbum de estúdio do Slayer com Paul Bostaph, resultando na seguinte afirmação de Alex Henderson do Allmusic: "ele é positivo, energizou o Slayer, o qual soa melhor do que nunca em triunfos obscuros como 'Killing Fields,' 'Serenity in Murder,' e 'Circle of Beliefs.'" Henderson também diz que é "focado na natureza violentamente repressiva dos governantes e até onde eles vão para exercer o poder".[12] Capa e prensagem
O álbum foi lançado em uma caixa de joias clara que inclui dezesseis páginas que, desdobrando-as, tornam-se um poster, exibindo a capa do disco. Tanto o disco quanto a capa — como descrito por Chris Morris — são uma "imagem refletiva da mania mostrada pelos fãs do grupo, e um exemplo do uso norte-americano de táticas de choque: um jovem gravando o nome da banda em seu braço com um bisturi."[17] Mike Bone da American Recordings disse que "nós capturamos isto não apenas na fotografia, mas também em vídeo — ele realmente fez aquilo."[17] A arte de capa foi pintada e desenhada por Wes Benscoter, um artista americano que futuramente também pintaria as capas de outros lançamentos do Slayer, como Undisputed Attitude e Live Intrusion.[18][19][20] O encarte do álbum apresenta pela segunda vez o acrônimo "Satan Laughs As You Eternally Rot". A frase foi usada pela primeira vez na edição de vinil do álbum Show No Mercy onde foi esculpida na ranhura do registro.[17] RecepçãoO AllMusic disse que "ao invés de fazer algo calculado como emular o som de Nirvana ou Pearl Jam — ou ainda Nine Inch Nails ou Ministry — o Slayer recusou firmemente soar com qualquer outro que não fosse o Slayer. Tom Araya e cia. responderam a nova moda simplesmente esforçando-se para ser a banda de metal mais pesada possível."[12] Desde o lançamento do álbum, o vocalista Tom Araya considerou ser o seu melhor trabalho.[2] Divine Intervention vendeu 93.000 cópias na primeira semana,[21][22] e em 2002 já havia vendido 400.000 cópias nos EUA.[23][24] Foi reportado que no mesmo ano de seu lançamento, Kevin Kirk da loja Heavy Metal Shop "encomendou 1000 cópias do Divine Intervention do Slayer e vendeu todos os álbuns em questão de semanas".[25] Embora seja menos acessível que o predecessor Seasons in the Abyss, a Rolling Stone considerou ser seu álbum de maior sucesso até 2001.[26] Faixas
Créditos
Créditos baseados em informações do Allmusic.[18] Desempenho nas paradas
Certificações
Referências
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