Eleição presidencial da Rússia em 2012
A eleição presidencial da Rússia em 2012 ocorreu em 4 de março de 2012.[1] A eleição ocorreu em clima de ceticismo. Todos os candidatos independentes tinham que registrar-se até 15 de dezembro de 2011, e os candidatos nomeados pelos partidos tinham que se registrar até 18 de janeiro de 2012. O presidente foi eleito para um mandato de 6 anos. Para se eleger foi preciso que o candidato obtivesse pelo menos 50% dos votos, caso ao contrário, a eleição seria conduzida ao segundo turno. O favorito para vencer de acordo com as pesquisas foi o atual primeiro-ministro Vladimir Putin, que foi presidente por dois mandatos de 2000 até 2008. Não podendo concorrer a um terceiro mandato consecutivo, em 2008, Dmitry Medvedev, aliado próximo de Putin, foi eleito. Apesar de ter se tornado primeiro-ministro, Putin é considerado a figura política mais poderosa do país, tendo completado 12 anos no poder em 2012.[2] CandidatosOs candidatos apresentaram os documentos necessários para a Comissão Eleitoral Central Russa (CEC) com o objetivo de se registrar oficialmente como candidato a Presidência da República.
Pesquisas de opinião
ControvérsiasEm 4 de dezembro de 2011, durante as eleições parlamentares, surgiram vários indícios de fraude a favor do partido governista, a Rússia Unida. As supostas fraudes fez com que ocorressem enormes protestos no país. A eleição presidencial ocorreu sob clima de tensão devido a esses acontecimentos.[12] Quinze minutos após Vladimir Putin votar, três ativistas da organização feminista ucraniana Femen, invadiram o local de votação, e nuas gritaram "Putin fora!" e "Putin ladrão!". Na ocasião elas derrubaram a urna onde Putin votou. A polícia retirou as três e cobriram os corpos delas, nos quais estavam escritos "Ratos do Kremlin". Dmitri Peskov, porta-voz do primeiro-ministro declarou: "As meninas são tontinhas. Acham que isso é romântico. Mas falando sério: primeiro, é uma violação da ordem pública. Segundo, pelo que posso entender, ofereceram resistência aos agentes de segurança."[13] Em Moscou, o policiamento foi reforçado para garantir o "dia do silêncio". Nas vésperas da eleição, a imprensa internacional foi autorizada a falar sobre o assunto. O governo tenta através de rígidas leis, evitar manifestações. Na Rússia, para votar é necessário ter um certificado preenchido à mão e o passaporte. O eleitor pode votar em diversos postos eleitorais devido que o sistema não é informatizado, o que dificulta a fiscalização, e o voto também pode ser enviado pelo correio. Para assegurar a validade da eleição, Putin instalou 200 mil webcams nos 90 mil postos eleitorais do país, que mirando para as urnas, acompanharam a votação que pode ser vista pelos internautas. As câmeras custaram o equivalente a 800 milhões de reais.[14] Apesar das webcams, vários observadores e líderes da oposição afirmam diversas fraudes na eleição. A Golos ("Voto" ou "Voz", em russo), uma agência independente de observação, informou sobre relatórios de "carrosseis de votação", onde ônibus cheios de eleitores são levados para votar várias vezes. O site da Golos registrou mais de mil queixas de irregularidades, entre elas listas de eleitores com validade questionável e falhas nas câmeras.[15] Além da Golos, há outros dois grupos independentes de monitoramento das eleições, a Liga de Eleitores, formada em janeiro de 2012 por líderes dos protestos, e o Rosvybory, administrado pelo blogueiro e ativista anticorrupção Alexei Navalny.[2] A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) relatou que as "câmeras não podem capturar todos os detalhes do processo de votação, em especial a contagem de votos". 250 pessoas formadas pela OSCE e o Conselho Europeu iram monitorar a votação, além de milhares de russos que se apresentaram como fiscais eleitorais e receberam treinamento para saber identificar e denunciar possíveis fraudes.[13] Putin anunciou que faria, na prática, um "revezamento" com o atual presidente, Dmitry Medvedev, que foi o seu primeiro-ministro durante a sua presidência.[12] Na última semana de campanha, Putin sugeriu publicamente que a oposição tinha o desejo de matar um de seus líderes para despertar a ira contra ele.[15] Putin conta com o apoio dos principais canais de televisão, que são estatais. Elas o mostram como um líder forte e masculino, capaz de defender os interesses nacionais russos dentro do país e no exterior. Os grupos que fazem defesa por liberdade de expressão, como a rádio liberal Ekho Moskvy e o jornal Novaya Gazeta, estão sofrendo uma pressão maior do governo.[2] Resultados
Referências
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