Esporte Clube Siderúrgica
O Esporte Clube Siderúrgica, mais conhecido como Siderúrgica, é um clube de futebol brasileiro, da cidade de Sabará, no estado de Minas Gerais. É proprietário do Estádio Eli Seabra Filho, também conhecido como Praia do Ó, tem como mascote uma Tartaruga (criação do cartunista Fernando Pierucetti, o Mangabeira,[2] por encomenda do jornal 'Folha de Minas', em 1943) e ostenta como suas cores, o branco e o azul. Conquistou duas vezes o Campeonato Mineiro de Futebol, com seu título de 1964 marcando tanto o último torneio antes da inauguração do Mineirão[3] como o último de um time fora de Belo Horizonte até a década de 2000.[4] Por um longo período, Siderúrgica havia encerrado as suas operações, isso desde 1967, após perder o patrocínio da Belgo-Mineira. O clube tentou retornar ao cenário do futebol profissional de Minas Gerais em 1993, 1997, 2011, 2012, 2015 e 2016, jogando as divisões inferiores, mas não obteve o acesso em nenhuma oportunidade. HistóriaFundação e ascensãoO Siderúrgica foi fundado no dia 31 de maio de 1930, por iniciativa de funcionários da Usina Siderúrgica Belgo-Mineira. O estatuto do clube foi elaborado por uma comissão de 10 membros, presidida por Felicio Roberto, que ocupou o cargo de primeiro presidente da história do Siderúrgica.[5] O clube foi inicialmente organizado para ser um Clube de Recreação Esportivo dos funcionários da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira. A Companhia Siderúrgica Belgo Mineira foi patrocinadora do clube, empenhando-se para o aprimoramento dos diversos departamentos deste, principalmente seu quadro de atletas profissionais. Contribuindo materialmente e financeiramente, possibilitou aos atletas satisfação, alegria e aprimoramento técnico e físico. Isso foi um exemplo de responsabilidade social em seu tempo, pois oferecia, através da Belgo Mineira, uma garantia de aprendizado de uma outra profissão, com a possibilidade, quando encerrava-se a carreira futebolística, do jogador trabalhar no ramo siderúrgico. O primeiro campo de futebol foi construído em terreno da Praia do Ó, doado pelo Recreio Club Siderúrgica, e com o patrocínio da Belgo-Mineira. A primeira partida aconteceu em 17 de agosto de 1930, contra o também sabarense Alves Nogueira Football Club, no campo deste, atual PRAESA. O Siderúrgica foi derrotado por 5 a 4. Em 1931, filiou-se a Liga Mineira de Desportos Terrestres e disputou seu primeiro torneio oficial, e em 1913, conquistou o título de Campeão da 2ª Divisão de Amadores. Em 1933, fez sua primeira partida como profissional, vencendo o Palestra Itália, atual Cruzeiro, pelo placar de 2 a 1. Já em 1937, alcançou uma de suas mais importantes glórias: a conquista do Campeonato Mineiro, vencendo o tradicional Villa Nova na decisão. Teve o artilheiro da competição, Arlindo, com 10 gols. Este também marcou o gol da vitória do Siderúrgica no terceiro jogo das finais.[1] Em 1942, teve a honra de ceder à Seleção Brasileira, para disputa do Sul-Americano, seu meio-campista Paulo Florêncio.[1] Em 1943 o criador dos mascotes dos principais clubes mineiros, o cartunista Fernando Pierucetti (Mangabeira), definiu como mascote da equipe uma tartaruga. Em 1954 foi disputada a Taça Louis Ensch, em homenagem ao patrono do Siderúrgica e ex-presidente da Companhia Belgo Mineira. Todas as partidas foram disputadas em Belo Horizonte e o título ficou com o Esporte Clube Siderúrgica.[6] O clube manteve outras atividades além do futebol, tendo êxito nas modalidades de basquetebol, voleibol, tênis e futebol de salão. Neste último, se sagrou campeão estadual em 1960 e 1962.[1] Auge e quedaO Siderúrgica foi o último campeão mineiro antes do início da Era Mineirão, em 1964, ao vencer o América no Estádio da Alameda por 3 a 1.[3] O título se valeu pelo comando do técnico Dorival "Yustrich" Knipel, que ordenou a construção de uma nova concentração, pediu aos jogadores tirarem licença de seus empregos na Belgo Mineira, e requisitou a contratação do atacante Aldeir (que marcou o primeiro gol da final) junto ao America do Rio.[5] A alcunha da equipe de "Tartaruga do Napoleão", citada em seu hino, remete ao apelido de seu famoso treinador. Durante a histórica campanha da Tartaruga, o time de Sabará sofreu apenas uma derrota, para o Cruzeiro, no Barro Preto, por 1 a 0, com um gol do jovem Tostão, muito contestado pelo Siderúrgica, alegando que este teria sido feito em impedimento. Curiosamente, o hino do Esporte Clube Siderúrgica foi gravado dentro de uma siderúrgica, e em sua letra são mencionados os rivais "Galo, Raposa e Leão", fazendo referência ao Atlético Mineiro, Cruzeiro e Villa Nova, respectivamente. O único hino também retrata e referencia o momento mais glorioso do clube. O Siderúrgica foi o primeiro clube de Minas Gerais a jogar uma partida interestadual no recém inaugurado Mineirão, pela Taça Brasil de 1965. Eliminou o Atlético Goianiense e chegou às oitavas-de-final, na qual foi superado pelo Grêmio.[5] Destaca-se também o fato do clube ter disputado a partida inaugural do Estádio Pelezão, maior de Brasília até aquele momento. No Campeonato Mineiro de 1965, mais uma campanha de destaque do Esquadrão, que terminou na terceira colocação e foi proclamado o primeiro campeão mineiro do interior. Endividado pelos gastos para a campanha de título em 1964, o Siderúrgica perdeu o apoio financeiro da Belgo-Mineira em 1967. A equipe pediu licenciamento à Federação Mineira de Futebol e foi rebaixada do Campeonato Mineiro após o término da edição de 1966. Posteriormente extinguiu seu departamento de futebol profissional.[1] RetornoDepois de 26 anos desativado, voltou a disputar, em 1993 e 1997, o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão, mas sem o mesmo sucesso do passado.[3] Em 2007, voltou a disputar o futebol profissional, integrando o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. Após uma capanha ruim, terminou em último em seu grupo, e foi eliminado logo na primeira fase. Em 2011, o clube novamente se inscreveu para a disputa da Segunda Divisão, porém não obteve sucesso e foi eliminado ainda na primeira fase. Em 2012, o Siderúrgica inscreveu-se novamente para a disputa deste campeonato, mas novamente acabou sendo eliminado na primeira fase e ficando na lanterna do grupo sem nenhuma vitória. A falta de verbas do Siderúrgica impediram o retorno de uma equipe profissional para a Segunda Divisão em 2014, mantendo apenas seis equipes de base, nas categorias pré-mirim, mirim, infantil e juvenil. Como não poderiam usar o Estádio da Praia do Ó, treinavam em uma escola estadual de Sabará.[5] Retomou novamente as atividades em 2015, e para a disputa da Segunda Divisão, utilizou o Estádio Israel Pinheiro, em Itabira, para mando de suas partidas, o que ocorreu novamente em 2016. Atual jejum histórico de vitóriasA última partida que o Siderúrgica jogou ainda patrocinado pela Belgo Mineira foi a vitória fora de casa, pelo Campeonato Mineiro, contra o Renascença em Belo Horizonte, no dia 8 de dezembro de 1966. A Tartaruga voltou a campo, em jogos oficiais, apenas em 1993 para a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, correspondente ao atual Módulo II. Com uma campanha ruim, jogou sete vezes, com dois empates e cinco derrotas, terminando a competição em último lugar. Após quatro anos, a equipe sabarense voltou a disputar um campeonato profissional, a Segunda Divisão de 1997 (terceira divisão do futebol mineiro), onde novamente fez uma campanha pífia, com apenas duas vitórias em oito jogos. A primeira dessas duas vitórias aconteceu no dia 20 de setembro 1997, por 2 a 1 sobre o Fabril, quase 31 anos depois da sua última vitória. A segunda vitória aconteceu no dia 31 de agosto, por 4 a 2 contra o Esportivo de Passos, sendo essa a última vitória a nível profissional do Siderúrgica em sua história. No último jogo de 1997, um empate por 1 a 1 com a Aciara em Ipatinga, não foi suficiente para avançar à fase seguinte e a equipe novamente terminou o campeonato em último lugar na classificação geral. O próximo campeonato profissional que o Siderúrgica disputou, após uma década de inatividade, foi a Segunda Divisão de 2007, retornando para as edições de 2011, 2012, 2015 e 2016. Neste período a equipe disputou 36 jogos com 10 empates, 26 derrotas e nenhuma vitória, levando a um jejum de 19 anos sem vencer, que é ainda maior ao contar-se partidas amistosas. Atualmente, não disputa nenhuma divisão do Futebol Profissional do Campeonato Mineiro, focando-se em seu departamento de futebol feminino de base.[7][8] Formações históricas
Tonho, Rômulo Januzzi, Ferreira, Chico Preto, Mascote, Paulo Florêncio, Moraes, Geraldo Rebelo, Chiquinho, Arlindo e Princesa. Treinadores: Tonheca e Capitão.
Djair, Geraldinho, Chiquito, Ze Luiz e Dawson Laviolla; Edson e Paulista; Ernani, Silvestre, Noventa (Aldeir) e Tião Cavadinha. Treinador: Yustrich. EstatísticasParticipações
Desempenho em competições oficiais
*1966 : A equipe terminou na penúltima posição, a qual livraria o clube do rebaixamento. Contudo, por pedir licenciamento para a Federação, foi excluído do Módulo I. Até o presente momento, o Siderúrgica não voltou a disputar a elite do Futebol Mineiro. Títulos
Outras conquistas
Futebol feminino
Referências
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