Felício Laurito
Felício Laurito (Ribeirão Pires, 6 de dezembro de 1895 – Ribeirão Pires, 7 de dezembro de 1944) foi um médico e político brasileiro. Dados biográficosNascido no então distrito de Ribeirão Pires no município de São Bernardo, Felício Laurito era filho dos imigrantes italianos Vincenzo Laurito e Maria Rossi, tendo dois irmãos, José e Januário Laurito, e uma irmã, Maria Domingas Laurito.[2] Em 1922, formou-se na Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo.[2] Em 1924, o governador Washington Luís o nomeou para ocupar a cadeira de Clínica Psiquiátrica.[2] Laurito então se muda para a cidade de Mirassol, retornando ao ABC em 1926.[2] Foi o primeiro médico a estabelecer consultório no distrito de Ribeirão Pires.[3] Também exerceu a medicina como clínico da Pirelli e da São Paulo Railway, além de ter sido dono do Cine Lourdes, o segundo cinema de Ribeirão Pires, e diretor do Externato Nerina Adelfa Ugliengo.[3] Em 1927, assumiu a presidência do Ribeirão Pires Futebol Clube, agremiação fundada por seu irmão José Laurito.[4] Se manteve no cargo até a sua morte em 1944. Carreira políticaLaurito era filiado ao Partido Republicano Paulista, e tinha o Dr. Virgílio Gola, do Partido Democrático como seu maior adversário político.[2] Em 30 de outubro de 1928, foi eleito vereador, e também foi escolhido por seus pares como vice-prefeito de Santo André, sendo deposto pela Revolução de 1930.[5] Laurito tinha o apoio da elite política municipal, que estava insatisfeita com as gestões de Estácio Pessoa e Justino Paixão.[5] Após ser indicado por 32 integrantes da Frente Única em reunião no Clube do Xadrez de Santo André,[6] Felício Laurito foi nomeado por Armando Sales de Oliveira como novo prefeito de São Bernardo em 26 de setembro de 1933.[2] Sua posse foi muito comemorada em Ribeirão Pires, onde era radicado.[7] Uma de suas primeiras medidas como prefeito foi a reabertura das agências da Prefeitura em seu distrito local, além de São Caetano e da sede em São Bernardo.[7] O legado de Felício Laurito em Ribeirão Pires reside na criação da Praça da Matriz e a chegada de luz elétrica e serviço telefônico, além do calçamento de múltiplas ruas do então distrito.[3] Era alvo de críticas da oposição, que defendia a nomeação de Armando de Arruda Pereira em seu lugar; a gestão de Laurito foi criticada pela compra de um automóvel Chevrolet por 4 contos de réis sem a abertura de concorrência pública, como mandava a legislação municipal. O então prefeito argumentou que não podia abrir concorrência porque o preço do automóvel era fixo, e que "à Prefeitura só convinha automóvel marca Chevrolet." [8] Outra controvérsia de sua administração foi a promulgação da Campanha Eugênica de Santo André.[2] Em 15 de fevereiro de 1936, Laurito renunciou ao título de prefeito para concorrer ao cargo de vereador na Câmara Municipal, sendo substituído pelo advogado Generoso Alves de Siqueira.[9] Com as novas regras eleitorais, a câmara seria composta por 13 vereadores. Em 16 de agosto de 1936, Laurito, agora filiado ao Partido Constitucionalista, foi eleito indiretamente para um segundo mandato como prefeito, por sete votos a seis.[10] Apesar da maioria inicial na Câmara, o prefeito perdeu o apoio até o final de seu mandato, e foi destituído do cargo pelo interventor federal Adhemar de Barros em 9 de julho de 1938.[11][12][13] Morte e legadoMorreu um dia após o seu 49º aniversário, ao tentar salvar seu filho de um afogamento em uma praia em Santos.[14][15] Foi homenageado em São Bernardo do Campo com a denominação de uma rua em sua memória, em 1974;[16] outra via pública também leva seu nome em Ribeirão Pires. Também dá nome a duas escolas estaduais na região, em Santo André[17] e Ribeirão Pires.[18] Referências
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