Flotação
Flotação é uma técnica de separação de misturas que consiste na introdução de bolhas de ar a uma suspensão de partículas. Com isso, verifica-se que as partículas aderem às bolhas, formando uma espuma que pode ser removida da solução, o que permite separar seus componentes de maneira efetiva[1]. As partículas a serem flotadas são tornadas hidrofóbicas pela adição dos produtos químicos apropriados.[2] É o contrário da sedimentação, pois o fenômeno se deve ao fato de haver um meio de dispersão das partículas e à tensão superficial do meio, assim como o ângulo formado entre as bolhas e as partículas. O maior número possível de moléculas se deslocará da superfície para o interior do líquido e a superfície tenderá a contrair-se. Isso também explica por que gotículas de um líquido ou bolhas de gás tendem a adquirir uma forma esférica.[3] Por via de regra a eficácia da flotação diminui conforme a partícula ultrapassa 150 pm.[4] A aplicação na separação de minerais é o emprego mais convencional da flotação, seguido de seu uso na recuperação de corantes em indústrias de papel, tratamento de água e esgoto. A flotação por ar disperso utilizada nos projetos de despoluição, como nos lagos dos parques Ibirapuera e da Aclimação – em São Paulo – e nos córregos que os abastecem, engloba: etapas de separação do lixo trazido pelas chuvas; introdução de substâncias na água que reduzem a acidez e iniciam o processo de coagulação dos poluentes; e injeção de oxigênio por baixo do tanque, que arrasta as partículas sólidas para a superfície, onde uma draga coleta todo o lodo formado no processo e o encaminha para as estações de tratamento de esgoto.[5] O processo de reciclagem do plástico PET (polietileno tereftalato) também foi viabilizado graças ao processo de flotação. O maior problema na reciclagem desse polímero era não conseguir separá-lo do PVC (policloreto de vinila), já que os dois são muitos parecidos e, muitas vezes, ocorria a contaminação cruzada. Para tornar possível a flotação, foi necessário o uso de um agente surfactante que modifica a superfície do PET, fazendo com que ele apresente mais afinidade pela água do que o PVC. Dessa forma, os dois materiais são picados, lavados e colocados em solução aquosa com o surfactante. Em seguida, as bolhas geradas no sistema carregam o PET, deixando o PVC na solução.[6] Exemplos
Flotadores no tratamento de águaNo adensamento por flotação, o ar é introduzido na solução através de uma câmara de alta pressão. Quando a solução é despressurizada, o ar dissolvido forma microbolhas que se dirigem para cima, arrastando consigo os flocos de lodo, que são então removidos na superfície.[7] Referências
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