Folie à deux Nota: Para o álbum do Fall Out Boy, veja Folie à Deux (álbum).
Folie à deux (do francês, "Loucura a dois", pronúncia aproximada: foli-à-dê), Transtorno psicótico induzido(F24)[1] ou Transtorno psicótico compartido[2] é uma síndrome psiquiátrica na qual sintomas psicóticos são compartilhados por duas pessoas, geralmente da mesma família ou próximas.[3] Quando a família tem uma estrutura psicótica pode ser chamada de folie en famille. Esse termo deve ser usado para descrever a relação psicopatológica independente dos diagnósticos individuais dos envolvidos.[4] CaracterísticasPode ser necessário separar os envolvidos durante o tratamento para prevenir que eles reforcem os comportamentos inadequados entre si. Quando o transtorno está sendo induzido por um psicótico (chamado de primário) em uma ou mais pessoas vulneráveis, porém com boa capacidade de interpretação da realidade social, os sintomas das vítimas tendem a desaparecer apenas com terapia, sem a necessidade de medicamentos. É mais frequente em famílias que vivam juntas (principalmente pais e filhos próximos) pelos fatores genéticos, ambientais, interpessoais, sociais e culturais compartilhados entre eles e envolvidos na formação de uma psicose.[5] Adolescentes e adultos jovens são mais vulneráveis a psicoses. Ileno Costa e Isalena Carvalho (2007) defendem que toda psicose é resultado de um adoecimento da estrutura familiar e da própria sociedade sendo protagonizada por indivíduos vulneráveis.[6] E a possibilidade de compartilhar sintomas psiquiátricos mesmo em pessoas sem genética reforça a importância que o psicológico, a sociedade e o ambiente tem sobre os indivíduos em oposição ao modelo tradicional que considerava a psicose como uma doença apenas genética. ClassificaçõesPode ocorrer por imposição em uma relação de poder (Folie imposée ou communiquée) quando uma pessoa impõe crenças altamente prejudiciais, inadequadas e socialmente não-compartilhadas (ex: cultos novos, teorias de conspiração...) para uma ou mais pessoas vulneráveis ou ambos podem ter transtornos psicóticos e compartilharem suas crenças entre si (Folie simultanée ou induite), influenciando o comportamento um do outro.[7] Quando envolve mais de duas pessoas pode ser chamada de folie à tróis (loucura a três), folie à quatre (loucura a quatro) ou folie à plusieurs (loucura de muitos). E possível que alguns cultos radicais extremistas, suicídios em massa e teoristas de conspiração possam ser casos de folie à plusieurs, popularmente conhecidos como histeria colectiva. SubtiposGralnick (1942) formulou 4 subtipos [8]:
TratamentoFrequentemente é necessário começar o tratamento separando os dois envolvidos. O caso primário geralmente exige tratamento com antipsicóticos, acompanhamento psicoterápico e terapia organizacional. Dependendo do caso, o caso secundário também pode exigir medicação, mas caso o afastamento seja suficiente pode-se restringir o tratamento ao acompanhamento psicológico semanal. Ver tambémReferências
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