Francisco Álvares Machado Nota: Se procura pelo nobre português, veja Francisco Alves Machado, Conde de Agarez.
Francisco Álvares Machado[1] (São Paulo, 21 de dezembro de 1791 — Niterói, 4 de julho de 1846) foi um político brasileiro. Filho do cirurgião-mor Joaquim Teobaldo Machado de Vasconcelos e de Maria Álvares da Silva Bueno.[2] Casado com Cândida Maria de Vasconcelos Barros, falecida em Campinas em 1851, Álvares Machado teve a filha única Maria Angélica de Vasconcelos. Deixou ela grande descendência de seu casamento com Hércules Florence, de quem foi primeira esposa. Como o pai, era cirurgião, nomeado em 1814 por Dom João VI. Oculista, dos primeiros a tratar da catarata com instrumentos que ele próprio fabricava, clinicou na Corte, em Itu, Porto Feliz e Campinas. Nessa última cidade, ocupou diversos cargos de governo; ali foi um dos chefes do Partido Liberal. Tomou assento na Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo, tendo composto, também, o conselho da província. Mais tarde, elegeu-se deputado geral, exercendo mandatos nas 4ª, 6ª e 8ª legislaturas. Foi presidente da província do Rio Grande do Sul, de 30 de novembro de 1840 a 17 de abril de 1841. Foi um dos presidentes mais bem quistos no Rio Grande do Sul, sobretudo pelos farroupilhas.[3] Com sua nobreza de caráter inspirou confiança aos farroupilhas para iniciar tratativas de paz.[3] Como presidente da província, ofereceu a Bento Gonçalves da Silva anistia plena para negociar um tratado. Bento respondeu em carta, em 7 de dezembro de 1840, propondo que: as dívidas contraídas pela república fossem pagas pelo governo imperial; os escravos que haviam sido alistados como soldados republicanos fossem libertados e que os oficiais revolucionários fossem garantidos em seus postos, quando aproveitados em serviço da Guarda Nacional. Para melhor firmar o tratado, Bento Gonçalves solicitou uma conferencia com o presidente, porém Álvares Machado negou-a por saber que os farrapos tentavam aliciar à sua causa diversos legalistas. A recusa da conferencia importou em suspensão da anistia e consequente continuação da luta.[4] Segundo Spalding, Álvares não teria conseguido avançar nas discussões sobre a pacificação devido a serem muito restritas suas atribuições.[3] Pelos serviços que prestou ao governo central durante a Revolução Farroupilha, foi agraciado com o oficialato da ordem do Cruzeiro. Embora não fosse jornalista, muito influenciou a nascente imprensa campineira; do Rio de Janeiro, levou a Campinas a primeira tipografia da cidade, dirigida pelo seu genro Hércules Florence, o pioneiro da fotografia na América Latina. Homenageado com a denominação de importante rua de Campinas, seu nome também foi dado a um município paulista, Álvares Machado. Referências
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