Francisco de Aquino Correia
Francisco de Aquino Correia S.D.B. (Cuiabá, 2 de abril de 1885 — São Paulo, 22 de março de 1956) foi arcebispo de Cuiabá e governante de Mato Grosso. Foi também poeta e escritor, foi o primeiro mato-grossense a pertencer à Academia Brasileira de Letras. Foi também um dos principais incentivadores à fundação da Academia Mato-grossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. Vida religiosaEra filho do casal Antônio Tomás de Aquino Correia e Maria de Aleluia Guadie Ley (1847-1890), filha de Joaquim Gaudie Ley e neta de André Gaudie Ley. Iniciou os estudos no Colégio São Sebastião e fez o curso no Seminário da Conceição. Depois, passou a frequentar o Liceu Salesiano de São Gonçalo, onde recebeu o grau de bacharel em Humanidades.[1] Em 1902, ingressou no Noviciado dos Salesianos de Dom Bosco em Cuiabá, emitindo os votos religiosos na Congregação Salesiana em 1903. Em 1904, seguiu para Roma onde cursou filosofia e em seguida matriculou-se, simultaneamente, na Pontifícia Universidade Gregoriana e na Academia São Tomás de Aquino, por onde haveria de doutorar-se em Teologia, em 1908. Em 17 de janeiro de 1909, já tendo recebido todas as Ordens Menores e Maiores, foi ordenado presbítero.[2] De volta ao Brasil, foi nomeado diretor do Liceu Salesiano de Cuiabá, cargo que desempenhou até 1914, quando foi designado, pelo Papa Pio X, como bispo-titular de Prusias e bispo-auxiliar da Arquidiocese de Cuiabá, cargo em que foi investido em 1 de janeiro de 1915,[2] aos 29 anos, sendo, então, o mais jovem bispo do mundo. Em 1919 o Papa Bento XV conferiu-lhe os títulos de Assistente do Sólio Pontifício e Conde Palatino. Em 1921, com o falecimento do Arcebispo Dom Carlos Luís de Amour, foi elevado ao Arcebispado de Cuiabá,[2] recebendo o Pálio Arquiepiscopal das mãos de Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo.[1] PolíticaEm 1917, foi indicado pelo governo de Venceslau Brás como elemento conciliador e eleito governador de Mato Grosso para o período de 1918-1922, com 32 anos.[1] Em episódio polêmico ocorrido no ano de 1921, o Estado brasileiro ofereceu terras para colonização a empresários norte-americanos no Mato Grosso; contudo, soube-se que se estavam recrutando afro-americanos para colonizar as terras, o que, levou Francisco de Aquino Correia, a imediatamente cancelar a negociação. Como medida preventiva, o Itamarati rapidamente deliberou negar vistos diplomáticos futuros a esses possíveis imigrantes. Fica claro que a política de colonização da época priorizava europeus e seus descendentes na ocupação das terras, excluindo afrodescendentes de tais políticas/benefícios. [3] Dom Aquino amparou a cultura regional, tomando a iniciativa de fundar a Academia Mato-grossense de Letras onde, depois, como titular, seria aclamado por unanimidade Presidente de Honra. Criou também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, do qual foi eleito Presidente Perpétuo.[1] Foi de sua iniciativa, por meio da resolução n.º 799 de 14 de agosto de 1918, a criação do atual Brasão de Mato Grosso. Foi o quarto ocupante da cadeira 34, eleito em 9 de dezembro de 1926, na sucessão de Lauro Müller e recebido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva em 30 de novembro de 1927.[1] Obras
Escreveu ainda obras de geografia e história: A fronteira de Mato Grosso/Goiás, memória sobre os limites entre os dois estados, e o Brasil em Genebra (1919). Ver tambémReferênciasBibliografia
Obra com referência a Dom Aquino
Ligações externas
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