Hermótimo de ClazômenasHermótimo de Clazômenas (em grego: Ἑρμότιμος; c. Século VI a. C.), chamado por Luciano de pitagórico, foi um filósofo que primeiro propôs, antes de Anaxágoras (segundo Aristóteles), a ideia de a mente ser fundamental na causa da mudança.[1] Ele propôs que as entidades físicas são estáticas, enquanto a razão[2] causa a mudança. A história do pensamento considera que ambos Hermótimo e Anaxágoras ensinavam que uma inteligência divina teria criado o mundo, ordenando com sabedoria todas as partes e que a mente (noûs) ou espírito é o deus em nós.
Sexto Empírico coloca-o com Hesíodo, Parmênides e Empédocles como pertencente à classe dos filósofos que realizou uma teoria dualista de um princípio material e um princípio ativo estar juntos a origem do universo.[4] O termo "hiperbóreos" ou "apolinianos" já foi usado para descrever um grupo de pensadores que antecederam o primeiro dos pré-socráticos, Tales; Aristeu do Proconeso no século VII a. C., e por volta do século VI a. C., Epimênides de Creta, Ferécides de Siro, Ábaris, o cita e Hermótimo de Clazômenas. Os gregos fizeram dela uma escola que antecipava o pitagorismo; de acordo com Apolônio Díscolo, "A Epimênides, Aristeu, Hermótimo, Ábaris e Ferécides foi sucedido Pitágoras (...) que nunca quis renunciar à arte de fazer milagres."[5] Estes seriam por sua vez xamãs e pensadores ou mesmo filósofos. O primeiro a notar o aspecto xamânico foi Karl Meuli.[6] Diz-se que o Hermótimo era capaz de separar a alma do seu corpo e sua alma viajaria em completa independência, deixando o corpo inerte. Tertuliano relata uma história sobre isso (na qual ele não parece acreditar).[7] De acordo com essa história, a alma de Hermótimo deixava seu corpo durante o sono, como se estivesse em viagem. Sua esposa atraiçoou essa singularidade e seus inimigos vieram e queimaram seu corpo enquanto ele dormia, sua alma retornando tarde demais. O povo de Clazômenas ergueu um templo para Hermótimo, proibindo as mulheres por causa da traição de sua esposa. Esta história e outras sobre Hermótimo são encontradas em Plínio, o Velho, [8] Luciano,[9] Apolônio e Plutarco. Diógenes Laércio registra uma história em que Pitágoras se lembrou de suas vidas anteriores, uma delas tendo sido reencarnado como Hermótimo, e que havia validado sua própria alegação de recordar vidas anteriores ao reconhecer o escudo decadente de Menelau no templo de Apolo dos Branquidas.[10] Referências
|