II Samuel
II Samuel, também chamado Segundo Livro de Samuel ou 2 Samuel, é o segundo de dois livros de Samuel, um dos Livros históricos do Antigo Testamento da Bíblia, sendo apresentado depois de I Samuel e antes de I Reis[1][2]. Originalmente ele e seu anterior não estavam separados no cânone da Bíblia hebraica original, sendo um único livro na Bíblia Hebraica (a Tanakh). Junto com I Samuel abrange um período de aproximadamente 140 anos (cerca de 1180 a 1040 a.C.). Possui 24 capítulos. Divisão do livro originalAcredita-se que este livro formava originalmente uma só obra com I Samuel, I e II Reis conhecida como Livro do Reino. A primeira parte teria sido escrita por Samuel, mas o restante por Natã e Gade. O enorme tamanho deste único rolo, composto por um dos escritores, deve ter levado à sua divisão arbitrária em quatro partes, num tamanho de mais fácil manuseio. Assim, tanto a Septuaginta grega como a Vulgata latina chamam I e II Samuel de "I e II Reis" respectivamente e I Reis e II Reis de "III e IV Reis", reconhecendo que trata-se de uma divisão posterior. ConteúdoII Samuel conta a história de Israel a partir da morte de Saul (caps 1 a 20) e o subsequente reinado de Davi, com um suplemento no final (caps. 21 a 24). Em outras palavras, está centrado na figura de David, cuja história começa propriamente em I Samuel 16: e nas lutas dos pretendentes ao trono de Jerusalém[3]. Abrange, com seu livro irmão (I Samuel), o período que vai desde o estabelecimento de uma monarquia formal ate o fim do reinado de Davi. Inclusive um período de guerra civil, o transporte da Arca da Aliança a Jerusalém, o relato do pecado de Davi, um cântico de ação de graças e a promessa de Deus sobre a descendência do rei. Digno de nota é a franqueza dos escritores, que não passam por alto nem mesmo os pecados e as faltas do Rei Davi. O ponto mais alto da sua história é a "Profecia de Natã" (II Samuel 7:), na qual o profeta Natã anuncia que o trono de Jerusalém sempre será ocupado por um Messias da família de Davi. É a criação da ideologia messiânica[3]:
Davi passou para a história como o modelo da autoridade política justa. Por isso, mesmo com o fim da realeza, os judeus permaneceram confiantes no ideal messiânico e ficaram à espera do messias que iria reunir o povo, defendê-lo dos inimigos e organizá-lo numa sociedade justa e fraterna. O Novo Testamento irá identificar Jesus como descendente de Davi, como o Messias esperado, que veio para reunir todos os homens e levá-los à vida plena, na justiça e fraternidade do Reino de Deus[3]. Sumário dos principais eventos em II Samuel:
Aspectos históricosAssim como acontece com outros livros históricos do Antigo Testamento, mediante a mera leitura se evidencia que I Samuel não foi escrito com mero objetivo histórico, mas sua narração está fortemente ligada ao interesse religioso da antiga nação de Israel e do seu Deus, Javé. O objetivo da união das doze tribos, para maior glória de Javé, teria fracassado se não fosse o êxito da escolha do sucessor de Saul. Davi é apresentado como o rei ideal, que obedece a Deus e serve ao povo, graças à sua habilidade política, ele que primeiro foi aclamado rei de Judá, sua tribo, e posteriormente consegue, aos poucos, conquistar a simpatia das demais tribos, e depois ser rei também das tribos do norte. Após ter conseguido reunir todo o povo, Davi conquista Jerusalém, que vai se tornar o centro do poder político e da religião de Israel[3], portanto, Davi, é o monarca ideal do ponto de vista do cronista bíblico. Já Salomão e outros reis posteriores mereceram a reprovação dos escritores de Crônicas e Reis. Os seguintes versículos do Novo Testamento relacionam-se com II Samuel:
Referências
Ligações externas
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