INDIERORA associação INDIEROR é uma associação cultural sem fins lucrativos, sediada em Chaves e cujo principal foco é o trabalho desenvolvido em prol da comunidade da região de Trás-os-Montes. De carácter independente, destaca-se pelos projetos musicais que trouxeram até Chaves músicos de referência internacional,[1][2] os projetos de criação com a comunidade local[3] e as inúmeras colaborações com distintos agentes culturais do país.[4] É a principal promotora e produtora cultural da região, do Auditório do Centro Cultural de Chaves, co-produtora do Festival N2 com o Município de Chaves e produtora parceira em eventos de relevância para região como a "Festa dos Povos"[5][6] ou o certame "Sabores de Chaves".[7][8] HistóriaA INDIEROR foi fundada em 2014[9] por Diogo Martins Martins, Marta da Costa, Rúben Sevivas e Tiago Ribeiro, fruto da dissociação do "Movimento Cri'Arte",[10] um movimento juvenil que dinamizava o Cine-Teatro Bento Martins e a cidade. Com o objectivo de profissionalizar e elevar os padrões na produção cultural da cidade de Chaves, a associação aliou o potência da multimédia e da comunicação a um tipo de produção cultural que desafiava as normas, com o objectivo de "viver num lugar pudesse dar oportunidades de ver e participar em iniciativas culturais de qualidade"[11] De forma a dar visibilidade a projectos culturais relevantes em Trás-Os-Montes, criou a revista "Ror de Coisas", que destacava iniciativas ligadas à cultura e às artes, maioritariamente com colaboradores regionais mas que contou com ilustres participações e intervenções como o caso dos jornalistas Fernando Alves, Clara de Sousa e Pedro Pinheiro, o escritor Alexandre Parafita, os realizadores Vicente Alves do Ó e Tiago Pereira, o músico Valter Lobo, o actor Pedro Barroso, o ativista Luaty Beirão e o politico e professor António Sampaio da Nóvoa. Este último, reconhecendo o potencial do projecto da associação, desejou em carta aberta que "este vosso ROR DE COISAS seja a maneira de cada um se escrever e, assim, inscrever Trás-os-Montes para lá dos montes."[12] Foi também co-fundadora do Cine Clube de Chaves. A estreia no Auditório do Centro Cultural de Chaves deu-se com música, com o músico Valter Lobo a ser o primeiro artista a subir a palco na história da associação.[13] Apesar da atenção por parte do público generalizado para a associação se ter dado com a vinda do músico Irlandês Glen Hansard,[14] vencedor de um Oscar, a primeira internacionalização do projecto foi o músico de folk Britânico John Smith. Mesmo tendo menor distinção do público e da imprensa, os projectos feitos com a comunidade tornaram-se extremamente relevantes para a associação, contribuindo para um despertar pelo interesse na cultura e uma maior percepção da sua importância na comunidade. Os projectos de teatro com jovens nas oficinas e workshops com profissionais da área, a capacitação e educação para o cinema e os novos média em projectos como o "Plano a'Salto" e as recorrentes parcerias com escolas da região em projectos educativos, palestras e colaborações. Em 2019 tornou-se, a par com o Município de Chaves, produtora e promotora do Festival N2,[15] com nome e conceito inspirado na mítica EN2 que inicia em Chaves e acaba em Faro. O Festival conta com artistas de renome nacional e internacional. Apesar de já colaborar com o certame há várias edições, em 2019 tornou-se co-produtora dos "Sabores de Chaves", escolhendo o Chef Cordeiro como padrinho. No seguinte ano de 2020, foram batidos ambos os recordes de público e vendas de produtos, num evento de enorme relevância para gastronomia a região. O NomeDa junção das palavra "indie", que representa uma identidade independente, e do transmontanismo "ror", que traduz uma "enorme quantidade ou variedade" de coisas. Reflecte o espírito independente da associação e a sua ligação ao local de onde é proveniente. O MétodoCom um método de programação pouco usual, a associação INDIEROR tornou-se reconhecida pela forma como desenvolve um trabalho misto de programação cultural e trabalho com a comunidade, deslocando a afiliação artística (normalmente protagonizada no palco) para o contexto da cidade, do seu património, da sua gente e cultura. Os artistas programados são convidados a pernoitar na cidade, conhecer a sua história, gastronomia e costumes, para que possam estar contextualizados antes de subir a palco. São usuais as visitas a escolas e instituições públicas para partilha de experiências e gravações de vídeo em espaços emblemáticos da cidade. Desta iteração resulta uma maior proximidade com o público, que sem menosprezar o usual trabalho do artista no palco, permite uma permuta de experiências e contextos entre o artista e a comunidade, com contributos claros para a evolução e comunicação cultural entre ambos. Este método, já descrito como uma "utopia que vai de Nova Iorque a Trás-os-Montes"[16] pela Blitz, recebeu já diversos artistas nacionais e internacionais como Glen Hansard, Lisa Hannigan, Jesse Harris, John Smith, David Keenan, Sarah McCoy, Javier Mas (músico de Leonard Cohen) ou Liam Ó Maonlaí da banda Hothouse Flowers. Em 2018 o músico David Byrne da banda Talking Heads, realçou o método da associação INDIEROR no seu projecto "Reasons to be Cheerful",[17] onde referiu que "há em Portugal um lugar por descobrir onde a música acontece".[18] O extenso destaque no seu site[19] Prémios e DistinçõesEm 2018, David Byrne destaca a associação pelo seu método de trabalho com os artistas e a comunidade, na luta contra a desertificação em Trás-Os-Montes, no seu projecto "Reasons To Be Cheerful".[17] Em 2019, está nomeada para os prémios "Acesso Cultura" nas categorias de “Acessibilidade Intelectual” e “Acessibilidade Social”.[20] Nesse mesmo venceu o prémio de visibilidade na Gala de Empreendedorismo do Alto Tâmega, pelas presenças positivas na imprensa nacional e internacional em prol da região.[21] Já em 2020, o Festival N2 é nomeado para os Iberian Festival Awards, que distingue os festivais na Península Ibérica que mais se destacaram durante o ano, sendo finalista para o prémio “Best Hosting and Reception” pela forma como recebeu artistas e visitantes.[22] References
|