Iázide III Nota: Para outros significados, veja Iázide.
Iázide ibne Ualide ibne Abedal Maleque (em árabe: يزيد ابن الوليد ابن عبد الملك; romaniz.: Yazid ibn al-Walid ibn 'Abd al-Malik), conhecido como Iázide III, foi um califa omíada por um breve período em 744. Ele reinou por apenas seis meses, de 15 de abril até a sua morte em 3 ou 4 de outubro daquele ano. Primeiros anosIázide era filho de uma princesa persa que havia sido dada como presente ao califa Ualide I[1]. Atabari cita um poema de Iázide sobre a sua própria ascendência[2]:
Atabari também recorda que suas descrições o representam como sendo alto e belo. Durante o reinado de seu primo Ualide II, Iázide foi um adversário de sua "imoralidade", que incluía a discriminação dos iemenitas e maulas (não-árabes convertidos ao Islã) em favor dos árabes da tribo dos caicitas. Ele também recebeu apoio dos Qadariya e Murji'iya (que acreditavam na doutrina do livre arbítrio)[4]. Iázide conseguiu se infiltrar na capital omíada, Damasco, e depôs Ualide num golpe de estado seguido de generosos presentes do tesouro imperial[5]. De acordo com o relato do próprio Iázide, ele enviou Abdalazize ibne Alhajaje para se encontrar com Ualide em al-Bakhra.[6]. O local era uma fortaleza perto de Palmira. As fontes muçulmanas contestam se ele estava ali desde o princípio ou se teve que fugir para lá. Abdalazize ofereceu-se para organizar uma chura (conselho de sábios) para decidir o futuro do reino, mas Ualide rejeitou a oferta e atacou, o que terminou com a sua morte[7]. Iázide espetou a cabeça de Ualide "numa lança e a desfilou por toda Damasco". Em seguida, ele mandou prender os filhos do inimigo vencido, Otomão e Hakam[8], que haviam sido designados como herdeiros pelo pai[9]. CalifadoAo ascender ao trono, Iázide explicou que ele havia se rebelado em defesa do Livro de Alá e da Suna de Seu Profeta e que esta defesa incluía assegurar-se de que os fortes não estavam abusando dos fracos. Ele prometeu "não se engajar em grandes obras, não desperdiçar dinheiro com viúvas ou crianças e nem transferir dinheiro de uma província para outra" sem razão, "não manter tropas em campo por longos períodos" e não sobretaxar os dhimmi (os "povos do Livro" - cristãos e judeus). Ao invés disso, ele iria abandonar a discriminação e faria todos os pagamentos em dia, prometendo abdicar se falhasse[10]. Atabari registrou o apelido de Iázide, "o Avarento" (naqis), ganhou ao reduzir a anuidade dos militares em 10%[11] mesmo quando seu predecessor havia prometido aumentá-la. A tradição popular islâmica conta que o próprio califa ia aos mercados[12]. A cidade de Hims se recusou a jurar lealdade a Iázide e diversas outras revoltas contra ele se levantaram[13]. Outro primo, Maruane ibne Maomé ibne Maruane, então governador da Armênia, inicialmente apoiou Ualide e, quando ele foi morto, invadiu o Iraque com o objetivo de vingá-lo[14]. Porém, eventualmente Maruane passou a apoiar Iázide. O califa nomeou Almançor ibne Jamur para substituir Iúçufe ibne Omar como governador da província do Iraque. Em 15 de maio, Iázide escreveu-lhe uma carta, preservada a partir de fontes orais na Almadaini (copiada por Atabari) e na Baladuri. Ela mostra um apoio à dinastia omíada até Ualide II, mas deixando-o de fora e chamando de "o inimigo de Alá". A partir daí, a carta conta a versão de Iázide sobre os eventos em al-Bakhra. No final, a versão de Atabari mostra o califa exortando os iraquianos a seguir Almançor ibne Jamur.[15]. Iúçufe ibne Omar foi posteriormente aprisionado e morto pelo filho de Calide ibne Abedalá. almançor tentou dispensar também o governador da província do Grande Coração, Nácer ibne Saiar, mas ele se recusou a ceder a posição. Iázide nomeou seu irmão, Ibraim, como sucessor e morreu vítima de um tumor no cérebro[16]. Ele morreu em 3 ou 4 de outubro de 744. Referências
Bibliografia
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