Língua neomandeia
O neomandeu, mandaico ou ratna (em árabe: رطنة; romaniz.: raṭnah; em persa: مندائی نو; romaniz.: mandā'i-ye now) é a forma moderna da língua mandeia clássica, a língua litúrgica do mandeísmo, comunidade religiosa do Irã e do Iraque. Embora severamente ameaçada de extinção, a língua sobrevive como primeira língua de alguns (300 a 500 pessoas) mandeístas no Irã e na diáspora mandeia. Todos os falantes do neomandeu são bilingues ou mesmo trilingues em árabe ou farsi e a influência dessas duas línguas sobre a gramática neomandeia é significativa, principalmente nos aspectos léxico e da morfologia dos substantivos. No entanto, o neomandaico é mais conservador nesses aspectos do que outros dialetos da língua aramaica. Como única sobrevivente conhecida e atual da língua aramaica literária, ratna tem uma das mais longas histórias contínuas de documentos atestados aramaicos, sendo, portanto de grande interesse para os especialistas do aramaico. EscritaA língua neomandeia em geral não é escrita. Nas raras ocasiões em que aparece escrita, em cartas pessoais e nos cólofons que estão junto a manuscritos, é apresentada usando uma versão modificada da escrita clássica (Abaga ou Abagada), que se desenvolve da direita para a esquerda e se assemelha ao alfabeto árabe. Com exceção da vogal /ə/, todas demais vogais são representadas sem indicação de sua extensão ou qualidade fonética.[3] Assim, a letra ʕ consistentemente representa uma vogal epentética, seja /ə/ ou /ɛ/. A letra árabe ع foi tomada para indicar uma fricativa faringeal sonora bem como uma oclusiva glotal. As letras b, g, k, p, t podem representar as oclusivas (/b/, /ɡ/, /k/, /p/, e /t/) ou as fricativas (/v/, /ʁ/, /χ/, /f/, e /θ/). Antigamente, as fricatrivas não eram segmentos separados mas meros alofones das oclusivas depois de vogais e a regra fonética que regia isso está extinta. A ortografia neomandeia difere daquela da Mandéia clássica pelo uso do u para representar /w/ mesmo quando é reflexo do b da Mandeia Clássica. Como a neomandeia contém muitos fonemas não presentes na forma clássica, algumas letras da escrita clássica foram modificadas com pontos sob as mesmas para indicar tais novos fonemas: š pode representar /tʃ/, /ʒ/, ou /dʒ/, d representa /ðˤ/, h representa /ħ/. As escolas privativas do Mandáico no Irã e na Austrália usam uma versão dessa mesma escrita com algumas modificações pedagógicas mais recentes.[4] FonologiaSão 35 os segmentos fonéticos neomandaicos: 28 consoantes e sete vogais. Para a maioria desses sons há um relativo grau de variações alofônicas. O sistema de transcrição é fonêmico, não refletindo as assimilações esporádicas, elisões nem outras características da conversação coloquial. ConsoantesA língua neomandeia apresenta 28 segmentos consonantais diferentes incluindo quatro fonemas oriundos de outras línguas: as Post-alveolares africadas č /tʃ/ e j /dʒ/ e as Faringeais fricativas ʿ /ʕ/ e ḥ /ħ/, encotradas em vocabulário de origem Árabe ou Persa. Duas consoantes faringealizadas (uma oclusiva alveolar sonora ḍ /ðˤ/ e uma fricativa alveolar sonora ẓ /zˤ/) são encontradas em poucas palavras de origem Árabe. Essasforam excluídas do inventário de consoantes neomandaicas por seu status marginal. As fricativas /f/, /v/, /χ/ e /ʁ/ são assinaladas como f, v, x, e ġ quando aparecem em palavras de origem estrangeira em lugar de p, ḇ, ḵ e ḡ, devido a sua distribuição diversas nessas palavras.
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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