Maria Isaura Pereira de Queiroz
Maria Isaura Pereira de Queiroz (São Paulo, 26 de agosto de 1918 — 29 de dezembro de 2018)[1] foi uma socióloga brasileira, escritora premiada com o Prêmio Jabuti de 1967.[2] Reconhecida nacional e internacionalmente por seus trabalhos com Ciências Sociais, foi professora da Universidade de São Paulo. Vida pessoalNascida em São Paulo, em 1918, era filha de Maria Moraes Barros Pereira de Queiroz e Manoel Elpídio Pereira de Queiroz. O casal teve seis filhos. Maria era sobrinha da primeira deputada federal da história do Brasil, eleita em 1934, Carlota Pereira de Queiroz. Incentivada desde pequena a estudar, seu pai e sua mãe a incentivaram a seguir carreira docente.[2] Cursou a escola primária e secundária no Escola Normal Caetano de Campos. Ingressou no curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em março de 1946, terminando a licenciatura em 1949. Ingressou no mestrado em Sociologia, Antropologia e Política pela Universidade de São Paulo, em 1951 e no doutorado em sociologia pela École Pratique Des Hautes Études, VI Section, em 1959, com bolsa do governo francês[2]. Foi indicada como auxiliar de ensino da Cadeira de Sociologia I, na qual trabalhou no período de 1950 a 1955. Obteve equivalência do diploma francês em 1960, passando a Professora-Doutora na Faculdade Filosofia, Ciências e Letras. Foi elevada a professora adjunta em 1978, lecionando até 1982, quando se aposentou.[2][3] Na França, lecionou na École des Hautes Études, nos anos de 1963 e 1964, no Institut des Hautes Études d`Amérique Latine, Universidade de Paris, de 1961 a 1970. Lecionou ainda na Université Laval, em Québec, no Canadá, no 2° semestre de 1964; como professeur invité, em março de 1979, na Université des Mutants, de Dakar, no Senegal.[1] Foi também professora convidada do Centro de Estudos Rurais e Urbanos e professora emérita da Universidade de São Paulo. Atuou na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Rural. Seus livros são referência na área das Ciências Sociais, com publicações nacionais e internacionais. Membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), desde 1971. Suas obras abrangem três campos temáticos principais: análises sobre a reforma e a revolução por meio dos movimentos religiosos, messiânicos e do mandonismo na política; os estudos rurais, com análise do campesinato brasileiro a partir da definição de grupos rústicos; e os estudos sobre a cultura brasileira, com destaque para as histórias de vida, relações de gênero e o carnaval.[1][3] Suas maiores obras são: A Guerra Santa no Brasil: o movimento messiânico no Contestado (1957), O messianismo no Brasil e no Mundo (1965), Réforme et Révolution dans les société traditionnelles (1968), Os Cangaceiros : les bandits d'honneur brésiliens (1968), Images messianiques du Brésil (1972), O campesinato brasileiro (1973), O mandonismo local na vida política brasileira (1969; … e outros ensaios, 1976), Cultura, sociedade rural e sociedade urbana no Brasil (1978), Carnaval brasileiro: o vivido e o mito (1992), além de várias outras traduções para o francês, italiano e espanhol.[1] MorteMaria Isaura morreu em 29 de dezembro de 2018, em São Paulo, aos 100 anos. Ela foi sepultada no Cemitério da Consolação.[1][3] Prêmios
Ver tambémReferências
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