Nova Frente Popular
A Nova Frente Popular (em francês: Nouveau Front populaire, NFP) é uma ampla coligação de diversos partidos e movimentos de esquerda, que inclui social-democratas, socialistas, populistas de esquerdas, ecologistas, comunistas, anticapitalistas e sindicatos.[1][2] O objetivo desta união de esquerda, que inclui a França Insubmissa, Partido Socialista, Os Ecologistas, Partido Comunista Francês e o Novo Partido Anticapitalista, é fazer frente à ascensão do Reagrupamento Nacional.[3] HistóriaAntecedentePara as eleições legislativas de 2022, diversos partidos de esquerda uniram-se numa coligação sob o nome da Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES) e concorrendo contra o RN de Marine Le Pen e a coligação Juntos de Emmanuel Macron.[4] Embora a coligação tenha conseguido ficar em segundo lugar nas eleições, não houve acordo para formar um grupo parlamentar único. Apesar disto, a união de esquerda impediu uma maioria parlamentar à coligação de Macron.[5] A NUPES viria a ser abalada pela divisão entre o Partido Socialista e a França Insubmissa, com os socialistas a suspenderem a sua participação na aliança fruto de diferenças com a FI na questão da Guerra Israel-Hamas.[6] Formação da Nova Frente PopularFruto dos desacordos e diferenças entre os diversos partidos da esquerda, não houve uma lista única de esquerda que concorresse às eleições europeias de 2024. Estas eleições deram uma vitória clara ao Reagrupamento Nacional e levaram à dissolução da Assembleia Nacional Francesa por parte de Macron, convocando eleições legislativas antecipadas para 30 de junho e 7 de julho.[7] Logo após os resultados das europeias e a decisão de Macron, François Ruffin, deputado da França Insubmissa, apelou a todos os partidos de esquerda para se unirem numa nova Frente popular para "impedir o pior e vencer".[8] O líder socialista, Olivier Faure, apelou a uma "frente popular para combater a extrema-direita" e mostrou-se contrário a uma possível união da esquerda com as políticas de Macron, descrevendo tal ideia como "totalmente ilusórias".[9] No dia 10 de junho, a Nova Frente Popular foi anunciada com a adesão da França Insubmissa, Partido Socialista, Os Ecologistas, Partido Comunista Francês e do Novo Partido Anticapitalista, entre outros diversos partidos, movimentos e sindicatos apoiantes, com objetivo de "construir uma alternativa a Emmanuel Macron e combater o projeto racista da extrema-direita".[10][11] O nome é uma alusão à Frente Popular dos anos 1930 e vai apresentar uma única lista de candidatos a todos os 577 distritos eleitorais em disputa: 229 candidatos da França Insubmissa, 175 do Partido Socialista, 92 dos Ecologistas, 50 do Partido Comunista Francês e 31 de outros membros da NFP.[12] A 14 de junho, foi apresentado o programa política da NFP em que está previsto a reversão das políticas de imigração seguidas por Macron, a reversão para os 60 anos da idade da reforma e anulação da alteração aprovada pelo governo francês em 2023, o continuar do apoio militar francês à Ucrânia e o reconhecimento do Estado da Palestina.[13] ReaçõesTal como foi com a NUPES em 2022, houve um forte coro de críticas vindas de políticos do Partido Socialista, com especial destaque para Kamel Chibli, vice-presidente da Occitânia, que descreveu a NFP como "NUPES 2.0" e "sem sentido político".[14] Raphaël Glucksmann, que liderou a lista do PS nas europeias de 2024, também se mostrou com reservas inicialmente, mas anunciou o seu apoio à coligação a 14 de junho. Uma das maiores surpresas no apoio à NFP veio por parte de François Hollande, antigo presidente francês de 2012 a 2017 e que tinha sido um crítico da NUPES, que será inclusivamente candidato a deputado na 1.º distrito de Corrèze.[15] O Partido Radical de Esquerda, embora não fazendo parte da coligação, anunciou o seu apoio a candidatos da NFP que partilhem "os valores republicanos, laicos e universais bem como candidatos republicanos capazes de vencer a RN".[16] A Cap21 apelou a uma "grande união de todas as forças políticas de esquerda, centristas e ecologistas".[17] Por contrapartida, o Volt França demonstrou a sua oposição à NFP e apelou a uma "Frente Europeia" para unir todas as "forças republicanas e europeístas".[18] Membros do governo de Emmanuel Macron criticaram fortemente a coligação, com o primeiro-ministro Gabriel Attal a descrever a NFP como um "acordo de vergonha" e Bruno Le Maire, ministro das finanças, a descrever o programa da NFP como uma "loucura total" e que "está completamente alheado da realidade do mundo".[19][20] MembrosPartidos políticosReferências
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