Parque Nacional da Chapada Diamantina
Parque Nacional da Chapada Diamantina (abreviado como PARNA-CD, no registro oficial) é um parque nacional brasileiro criado em 17 de setembro de 1985 através do decreto federal 91.655,[1] com uma área de 152 mil hectares na região central da Chapada Diamantina, distribuído pelos municípios de Lençóis, Mucugê, Ibicoara, Andaraí e Palmeiras, no estado da Bahia.[2][3] É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[4][3] Localização e topografiaO parque fica no bioma caatinga e abrange 152 142 hectares (375 950 acres), e é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.[4] O parque fica em parte da Chapada Diamantina, em um planalto delimitado por falésias de 41 751 quilômetros quadrados no centro da Bahia. As altitudes no planalto geralmente variam de 500 a 1 000 metros. Nas partes mais montanhosas existem vários picos de 1 600 a 1 800 metros e alguns com mais de 2 000 metros. O planalto forma um divisor de águas, desaguando de um lado no rio São Francisco e do outro nos rio Paraguaçu.[2] O parque fica na acidentada Serra do Sincorá, a leste do planalto, uma área de estruturas dobradas e fortemente erodidas. A cordilheira é alongada na direção norte-sul e tem uma largura média de 25 quilômetros (16 milhas). Tanto ouro quanto diamantes foram encontrados na região.[5] A cordilheira força o ar úmido movendo-se para o oeste do mar para cima, o que causa níveis mais altos de chuva, particularmente no leste.[2] Existem muitos sistemas de cavernas formadas pelos rios da região.[6] O turismo ecológico consciente dá à Chapada as melhores características de um polo de lazer que preserva a natureza. O acesso é feito por diversas entradas sem registros precisos sobre visitações. Ainda assim o ICMBio afirma que a Cachoeira da Fumaça e a Trilha dos Aleixos, onde há controle de acesso, superem os 25 000 e 15 000 visitantes anuais, respectivamente. Destacam-se também a visitação pela trilha do Vale do Pati e em direção à Cachoeira do Sossego.[3] Os principais problemas da administração do parque são os incêndios florestais, a regularização fundiária e o controle de visitantes, uma vez que põem em risco a diversidade biológica, atração turística e o abastecimento de água de Salvador por meio do Rio Paraguaçu.[3] As correntes de ar úmido que se movem a oeste do mar para cima faz com que os níveis de precipitação fiquem mais elevados, especialmente no leste.[2] Existem muitos sistemas de cavernas formadas pelos rios da região.[6] A Gruta da Lapa Doce, por exemplo, possui 24 quilômetros de extensão.[7] Alguns locais apresentam um grande número de pinturas rupestres, como a área abrangida pela Formação Morro do Chapéu.[8] Biodiversidade e conservaçãoHá poucos grandes mamíferos, mas muitas espécies de pequenos mamíferos, répteis, anfíbios, aves e insetos.[6] A proteção de aves na reserva inclui o gavião-pombo-pequeno (Buteogallus lacernulatus), águia-cinzenta (Buteogallus coronatus), borboletinha-baiana (Phylloscartes beckeri), tiriba-grande (Pyrrhura cruentata) e joão-baiano (Synallaxis whitneyi).[4] O beija-flor Augastes lumachellus é endêmico.[2] Outras espécies protegidas incluem o guigó (Callicebus barbarabrownae), onça-parda (Puma concolor), onça-pintada (Panthera onca), gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), tatu-canastra (Priodontes maximus) e tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).[4] A vegetação conta com plantas típicas da caatinga, como xerófitas em altitudes de cerca de 500 a 900 metros (a exemplo do Micranthocereus purpureus), vegetação de Mata Atlântica ao longo dos cursos de água, além de prados e campos rupestres mais acima. A flora endêmica inclui orquídeas Adamantinia miltonioides, Cattleya elongata, Cattleya tenuis, Cattleya x tenuata, Cleites libonni e Cleistes metallina. O parque é classificado como categoria de área protegida II (parque nacional) da IUCN e tem o objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a pesquisa científica, educação ambiental, lazer ao ar livre e ecoturismo.[2] As aves protegidas na reserva incluem: Buteogallus lacernulatus; Buteogallus coronatus; Phylloscartes beckeri; Pyrrhura cruentata; Synallaxis whitneyi.[4] Outras espécies protegidas incluem: Callicebus barbarabrownae, Puma concolor, Panthera onca, Leopardus tigrinus, Priodontes maximus) e Myrmecophaga tridactyla.[4] Meio antrópicoO Parque Nacional foi implantado em uma área de ocupação e uso imemoriais que hoje se encontra sob proteção e conservação. As principais atividades desenvolvidas ao longo dos séculos pelas populações que vivem na Serra do Sincorá são a mineração, o uso de pastagens nativas, atividades agropecuárias, colheita de flores naturais, caça de animais nativos e remoção de pedras. No entanto, algumas dessas atividades cessaram com a criação do Parque.[9] As queimadas são frequentes na área do PARNA-CD. O uso do fogo indiscriminadamente é, historicamente, algo comum e anualmente sua área sofre com a incidência de incêndios, que ali ocorrem especialmente no período entre agosto a março, e o fogo está presente nas atividades tradicionais da região da Chapada, até mesmo no interior do Parque.[9] Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externasInformation related to Parque Nacional da Chapada Diamantina |