Prontuário Eletrônico
Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é um modelo de prontuário médico digital padronizado. Definição de prontuário médicoO prontuário médico, de acordo com a resolução nº 1.638/2002 do Conselho Federal de Medicina, é um “documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”. O nome prontuário tem origem no latim promptuarium, prontuario, local onde se guardam as coisas que devem estar à mão; e também em promputs, preparado, designando, assim, um documento de informações úteis que deve estar de fácil acesso. Portanto, o prontuário médico é um documento que centraliza os dados de saúde de um paciente, auxiliando na conclusão de um diagnóstico e no mapeamento de um plano terapêutico (tratamento). Todo atendimento em saúde inclui o envolvimento e a participação de uma variedade de profissionais: dentistas, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, e outros, podendo ocorrer em diferentes locais, como consultórios particulares, hospitais, unidades básicas de saúde, postos de saúde, ambulatórios, etc. Para realização destas atividades, são necessárias a coleta e avaliação de informações de diferentes fontes, que vão garantir a continuidade do processo de cuidado garantido ao paciente. Tais dados precisam ser organizados de modo a produzir um conteúdo que servirá de apoio para tomada de decisão sobre o tipo de tratamento ao qual o paciente deverá ser submetido, orientando todo o processo de atendimento à saúde de um indivíduo ou de uma população. Vale ressaltar que o dado clínico é muito heterogêneo para ser introduzido em sistemas tradicionais de informação.[1] Atualmente entende-se que o prontuário tem como funções:
Um novo modelo de atendimento à saúde está aparecendo com:
Este modelo de atendimento utiliza a informação e a integração como elementos essenciais de organização. Neste aspecto, a estrutura computacional que surge oferecendo solução é o chamado Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), que é uma forma proposta para unir todos os diferentes tipos de dados produzidos em variados formatos, em épocas diferentes, feitos por diferentes profissionais da equipe de saúde em distintos locais. Assim, deve ser entendido como sendo a estrutura eletrônica para manutenção de informação sobre o estado de saúde e o cuidado recebido por um indivíduo durante todo seu tempo de vida. Definição de prontuário eletrônicoProntuário Eletrônico do Paciente (PEP) é definido como um sistema de prontuário médico padronizado digital. O prontuário eletrônico é um meio virtual, um repositório onde todas as informações de saúde, clínicas e administrativas, ao longo da vida de um indivíduo, estão armazenadas, e muitos benefícios podem ser obtidos deste formato de armazenamento. Dentre eles, podem ser destacados: acesso rápido aos problemas de saúde e intervenções atuais; acesso a conhecimento científico atualizado com consequente melhoria do processo de tomada de decisão; melhoria de efetividade do cuidado, o que por certo contribuiria para obtenção de melhores resultados dos tratamentos realizados e atendimento aos pacientes; possível redução de custos, com otimização dos recursos. O Institute of Medicine (IOM, 1997), entende que o prontuário eletrônico do paciente é “um registro eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado para apoiar os usuários fornecendo acesso a um completo conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros recursos, como links para bases de conhecimento médico”. O Computer-based Patient Record Institute define o prontuário eletrônico como um registro computadorizado cujas informações “sobre o estado de saúde e os cuidados que um indivíduo recebeu durante toda sua vida” são mantidas eletronicamente[2]. Segundo Tang e McDonald, o registro eletrônico do paciente “é um repositório de informação mantida de forma eletrônica sobre o estado de saúde e de cuidados de saúde de um indivíduo, durante toda sua vida, armazenado de modo a servir a múltiplos usuários legítimos”[3]. Os sistemas de prontuário eletrônico têm se desenvolvido cada vez mais, ampliando as possibilidades de registro de dados e tornando a rotina dos atendimentos mais prática para o médico. Além do registro clínico completo, com anamneses, registro de consultas e retornos, textos emitidos para o paciente, como prescrições e atestados, os prontuários eletrônicos também podem oferecer formulários específicos para especialidades médicas, inclusive com opção de criação de formulários personalizados, ficha para registro de imagens e vídeos e cadastros auxiliares de saúde como CID-10, tabela TUSS e bulário integrados para facilitar a inserção de informações no prontuário.[4] Para que serve
Como funcionaO primeiro passo para desenvolver um PEP é o entendimento de que a construção do prontuário eletrônico é um processo. Uma vez coletada a informação clínica e administrativa de pacientes individuais, ela é registrada em um determinado formato para fins de armazenamento e tal registro passa a ser fisicamente distribuído entre os hospitais, agências de seguro-saúde, clínicas, laboratórios e demais setores envolvidos, sendo compartilhado entre os profissionais de saúde, de acordo com os direitos de acesso de cada um. Além de integração, o PEP possui interoperabilidade, que é a habilidade de dois ou mais sistemas computacionais trocarem informações, de modo que a informação trocada possa ser utilizada. Os modernos sistemas de informação em saúde devem ser construídos de forma a apoiar o processo local de atendimento, sendo portanto orientados aos processos, apoiando o trabalho diário e fornecendo comunicação dentro e fora da instituição, tendo uma estrutura comum. Deve existir um único registro por paciente que atenda as novas demandas de acompanhamento da produção, do custo e da qualidade. Para tanto, alguns pré-requisitos são: estrutura padronizada e concordância sobre a terminologia, definir regras claras de comunicação, arquivamento, segurança e privacidade. Proposta do Institute of Medicine dos Estados Unidos que tem sido uma das instituições que mais estimula a criação e implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente. Este instituto apresenta um relatório (IOM, 1997) que contém doze atributos para ser o gold standard para a criação, desenvolvimento, implantação e uso do prontuário eletrônico:[2]
Fatores de sucesso na implantação de um PEP são: cooperação, tornar disponíveis programas de tratamento (protocolos, guias de conduta, alertas, avisos), a educação da equipe e a implantação de normas e padrões tecnológicos e em relação aos dados. Todavia, o sucesso de um sistema depende mais das pessoas do que da tecnologia. Obstáculos críticos no desenvolvimento e implantação do PEP
Outras barreiras para se chegar a um prontuário eletrônico, onde as informações clínicas encontram-se totalmente integradas são: a falta de planejamento estratégico na implantação do sistema; pouco ou nenhum incentivo interno da organização para atingir a integração clínica, uma vez que a ideia de visualizar o todo para poder tratar uma das partes não é praticada por muitos; autonomia dos hospitais e, principalmente, falta de planejamento do atendimento à saúde da população. A tendência na informática em saúde para a construção do prontuário eletrônico é cada vez mais uma realidade. Porém, o investimento é grande, tanto do ponto de vista humano como financeiro e organizacional. O processo é longo e a integração dos profissionais é compulsória. Porém, se o interesse é a busca da qualidade cada vez maior no atendimento à saúde da população, este investimento e os recursos necessários já estão justificados. Certificação de sistemas informatizados de PEP, RES ou e-SaúdeA certificação de sistemas médicos no Brasil é tema controverso. Para sistemas de PEP e Registro Eletrônico de Saúde (RES), também denominado Sistema Eletrônico de Saúde (e-Saúde) a certificação envolve um processo de auditoria que verifica se o sistema atende 100% dos requisitos obrigatórios definidos no Manual de Certificação. Para a definição dos requisitos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) realizou uma extensa revisão das experiências e projetos similares e fez uso de diversas normas nacionais e internacionais para garantir um alinhamento com as tendências e, ainda, plena adesão à legislação nacional. Os fundamentos da maior parte dos requisitos são normas ISO internacionais. A Resolução CFM Nº 1821/2007 aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes, autorizando a eliminação do papel e a troca de informação identificada em saúde.[5] Embora o CFM endosse a certificação de softwares pela SBIS, esta não é uma certificação obrigatória e também não segue os parâmetros internacionais dos mecanismos de certificação de sistemas. O processo internacional preconiza que as normas sejam ISO (no Brasil NBR) e que haja auditoria independente, ou seja, os auditores não podem ser ligados à quem compõe a norma. Além disso, a legislação brasileira prevê que documentos digitalmente assinados com certificados digitais válidos são considerados autênticos perante a lei. Há na certificação pela SBIS uma inserção controversa de requisitos com relação à forma como o documento foi gerado para que ele pudesse ser considerado um documento autêntico, isso destoa do conceito de assinatura digital que requer apenas a checagem da validade da assinatura. Muito ainda há que se caminhar até que a informática médica brasileira tenha condições de gerar documentos digitais com assinaturas válidas, sem burocracia e sem ampliação de custos. Nos Estados Unidos, o login e senha dos usuários médicos de sistemas informatizados são suficientes para darem autenticidade aos documentos gerados. Vantagens para o profissional de saúde
Riscos para o paciente
Referências
Information related to Prontuário Eletrônico |