Com a mudança da corte portuguesa para o Brasil, tomada por decisão de D. João VI, havia a necessidade da construção de uma máquina estatal e de serviços públicos nas terras do Brasil colonial.[4][5] Após abrir os portos do Brasil às nações amigas de Portugal, D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o decreto que anunciava a inauguração da Escola de Cirurgia da Bahia, no antigo Hospital Real Militar da Cidade do Salvador, que ocupava o prédio do Colégio dos Jesuítas, construído em 1553, no Terreiro de Jesus.[6] A faculdade tornou-se a primeira instituição de ensino superior no país.[7][8]
O prédio foi planejado pelo engenheiro Teodoro Sampaio com projeto arquitetônico elaborado pelo francêsVictor Dubugras no ano de 1905, aproveitando o antigo Colégio dos Jesuítas e que tinha sediado a Faculdade de Medicina durante décadas.[6][9] A obra possui elementos de arquitetura eclética, possuindo a fachada voltada para o Terreiro de Jesus manteve o entablamento primitivo que faz sequência com o que subdivide o corpo inferior da fachada da atual Catedral de Salvador.[10] A fachada manteve o ritmo e as dimensões das envasaduras primitivas do antigo Colégio dos Jesuítas, as quais acrescentaram apenas falsos frontões classicistas.[10] Nesse prédio, formaram-se médicos como Manuel Vitorino, Afrânio Peixoto, Oscar Freire, Nina Rodrigues, Alfredo Brito, Juliano Moreira, Martagão Gesteira, Prado Valadares, Pirajá da Silva e Gonçalo Muniz.[11][12]
O prédio foi ocupado pela Faculdade de Medicina até o ano de 2004, quando a Faculdade foi transferida para a sede antes ocupada exclusivamente pelo Memorial.[6] A secretaria da faculdade ocupou o prédio, juntamente com os projetos de extensão universitária da Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).[6][15]
Segundo o órgão, a indicação ao tombamento ocorre por seu valor histórico, ser o berço do ensino da medicina no Brasil, e por seu valor arquitetônico, no período da arquitetura eclética da primeira metade deste século, bem como seu valor dentro da obra do arquiteto Victor Dubugras, a despeito de encontrar-se a edificação integrada ao Centro Histórico de Salvador.[10]
Apesar do processo de tombamento, o prédio encontra-se em péssima estado de conservação.[18][19] Devido aos aspectos de comprometimento e abandono do prédio, o IPHAN foi condenado pelo Ministério Público Federal (MPF) à realizar reformas de restauração no prédio.[20][21][22]
A despeito da condenação, no ano de 2020, em reportagem feita pela Rádio Metrópole, o jornalista Alexandre Galvão aferiu que o prédio continua abandonado e com risco de desabamento.[18][23]