Públio Rutílio Rufo
Públio Rutílio Rufo (em latim: Publius Rutilius Rufus) foi um político da gente Rutília da República Romana eleito cônsul em 104 a.C. com Cneu Málio Máximo. Rufo era filho de Públio Rutílio e era irmão de Lúcio e Rutília, que era, por sua vez, mãe de Caio Aurélio Cota, o cônsul de 75 a.C. Cota, por sua vez, era tio de Júlio César através de sua irmã, Aurélia Cota. É considerável um estudioso da literatura e da filosofia gregas. CarreiraRufo iniciou sua carreira militar em 134 a.C. na campanha de Cipião Emiliano durante a Guerra Numantina. Foi pretor em 111 a.C. e, em seguida, legado de Quinto Cecílio Metelo Numídico em sua campanha contra o rei da Numídia, Jugurta, em 109 a.C., lutando também sob Caio Mário.[1] Ele se destacou principalmente na Batalha de Mutul, na qual enfrentou uma carga liderada por Bomílcar e conseguiu capturar ou aleijar a maior parte dos elefantes de guerra númidas. Em 105 a.C., depois de uma derrota dois anos antes, foi eleito cônsul com Cneu Málio Máximo e sua principal conquista foi recuperar a disciplina do exército romano, introduzindo inclusive um novo sistema de exercícios militares, depois da desastrosa derrota de 6 de outubro na Batalha de Aráusio por Málio Máximo.[2] Depois do consulado, Rufo serviu novamente como legado, desta vez com Quinto Múcio Cévola "Pontífice", que era o governador da Ásia. Ao ajudar o governador em seus esforços em proteger os moradores da província dos publicanos, os coletores de impostos, Rufo despertou o ódio dos ordem equestre, à qual pertencia a maior parte dos publicanos. Em 92 a.C., Rufo foi acusado de extorsão justamente por estes provincianos que havia tentado proteger e, apesar de a acusação ser amplamente tida como falsa,[3] o júri, composto quase que inteiramente de equestres, o condenou. Sua defesa foi conduzida por Caio Aurélio Cota, seu sobrinho, e Rufo aceitou o veredito resignado, um comportamento estoico esperado para um discípulo de Panécio.[4] O famoso gourmand Apício foi um dos responsáveis pela derrocada de Rufo. Cícero,[5] Lívio,[6] Veleio Patérculo[7] e Valério Máximo[8] concordam em que era um homem honrado e íntegro e a sua condenação foi resultado de uma conspiração. Depois do julgamento, Rufou se retirou primeiro para Mitilene e, em seguida, para Esmirna, onde passou o resto da vida (possivelmente um ato de desafio contra seus acusadores: ele foi recebido com honras na cidade que o processou e o acusou de saquear) e onde Cícero o visitou em 78 a.C..[9] Embora tenha sido convidado por Sula a voltar para Roma, Rufo se recusou.[10] Foi durante sua estadia em Esmirna que ele escreveu sua autobiografia, composta por pelo menos cinco livros,[11] e uma "História de Roma" em grego, parte da qual, sabe-se, ter sido dedicada à sua narrativa da Guerra Numantina. Rufo era versado no direito romano e escreveu tratados sobre o tema, mas só se conhecem fragmentos citados nos "Digestos". Ele era também um profundo conhecedor da literatura grega.[12] Entre os fragmentos conhecidos de seus discursos estão:
Ver também
Referências
Bibliografia
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