Racialização
Em sociologia, racialização ou etnização é o processo de atribuir identidades raciais ou étnicas a um relacionamento, prática social ou grupo que não se identificou como tal.[1] Racialização se refere às relações sociais às quais os significados raciais estão ligados, o uso do termo enfatiza o processo de criação de definições raciais e sublinha a natureza construída, e não a dada, da raça.[2][3] HistóriaAs categorias raciais têm sido historicamente usadas como uma maneira de permitir que uma figura ou grupo opressivo discrimine outros grupos ou indivíduos que eram vistos como diferentes dos opressores.[4] Na Europa do século XIX e início do século XX, as obras de arte eram uma forma comum de racialização que visava países do Oriente Médio e da Ásia.[5] As obras, predominantemente pinturas, eram retratadas para instilar preconceitos nas populações ocidentais através da sexualização e manipulação de imagens.[5] Um dos exemplos mais proeminentes da obra de arte Orientalista é uma obra de Eugène Delacroix, intitulada Mulheres de Argel[6] Datado de 1834, retrata três mulheres descansando em um harém em roupas exóticas, enquanto uma mulher africana está vestida com roupas simples, representando seu papel como serva.[6] Tecidos finos, o narguilé e outros apetrechos adornam a sala, que representa uma fantasia europeia de uma cena exótica.[6] As tentativas de retratar essas culturas como estranhas, estrangeiras e exóticas através do orientalismo levou à intolerância às comunidades árabes e asiáticas na Europa e nos Estados Unidos.[5] Muitos países da África do Norte e do Oriente Médio, como a Tunísia, a Argélia e a Síria, foram colonizados por nações européias.[7] Esses países não eram totalmente independentes até meados do século XX, época em que globalização começou tanto econômica quanto politicamente.[7] Com a globalização, veio uma crescente influência cultural e um aumento na imigração para os países ocidentais. Novas culturas, grupos étnicos e ideais contribuíram para o processo de racialização que é familiar na sociedade moderna. A racialização é um processo longo, e os membros de cada grupo são categorizados com base em suas diferenças percebidas em relação àquelas que são consideradas elite dentro de uma sociedade. Outro grande contribuinte para o processo de racialização é a mídia.[8] Meios de comunicação, filmes, programas de televisão e outras formas de comunicação pública retratam grupos raciais para freqüentemente refletir estereótipos que contribuem para a opinião do público sobre certos grupos culturais. Essas opiniões e estereótipos podem se tornar institucionalizados.[8] Grupos dominantes em uma sociedade tendem a racializar outros, porque novos grupos culturais e raciais são vistos como ameaçadores para sua sociedade; essas ameaças instilam medo nos membros dominantes devido à possibilidade de mobilidade descendente ou uma percebida perda de segurança nacional; embora as ameaças possam ser imaginadas ou reais, elas são mais proeminentes quando há algum outro problema no país, como economia com desempenho insatisfatório; os efeitos da racialização costumam ser mais prejudiciais para os grupos raciais e étnicos do que a própria racialização em si, com alguns exemplos sendo o racismo sistêmico e o racismo estrutural; pesquisas mais significativas nessa área estão ajudando políticos e formuladores de políticas a criar uma sociedade mais igualitária que acolhe e apóia diferentes grupos étnicos e raciais.[8] Referências
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