Rudá de Andrade
Rudá Poronominare Galvão de Andrade (São Paulo, 25 de setembro de 1930 — Bragança Paulista, 27 de janeiro de 2009)[1] foi um cineasta e escritor, filho de Oswald de Andrade e Patrícia Galvão (mais conhecida como Pagu). NomeBatizado como Rudá Poronominare Galvão de Andrade,[2] por seus pais, com um ano de idade, carregou em seu nome o espírito antropofágico que marcou a história do modernismo brasileiro. Carla Caruso, em seu trabalho sobre Oswald de Andrade, esclarece que Rudá é o nome do deus do amor e Poronominare é o nome indígena para um ser malicioso, humorístico.[3] Os dois nomes são tirados de deuses da mitologia Tupiniquim. Rudá é o encarregado da reprodução de todos os seres vivos, tem a aparência de um guerreiro e vive nas nuvens. Poronominare é um herói mitológico que vive na Bacia do Rio Negro e teria sido o primeiro ser humano criado, o fundador das civilizações. BiografiaRudá formou-se em cinema na Itália, onde trabalhou com Vittorio de Sica. Em meados dos anos 1960, foi responsável pela criação do Departamento de Cinema da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), onde lecionou por dez anos.[4] Sob a orientação do crítico e ensaísta Paulo Emílio Salles Gomes, organizou o que viria a ser a Cinemateca Brasileira. Foi conservador da Cinemateca Brasileira, da qual era também conselheiro.[4] No auge da ditadura, em 1970, Rudá de Andrade e amigos como Paulo Emílio e Francisco Luís Almeida Sales, empreenderam outro projeto ambicioso, o Museu da Imagem e do Som (São Paulo), o MIS, que dirigiu entre 1970 e 1981, com a ideia de transformá-lo num polo de exibição de filmes fora do circuito comercial e de exposições de cunho histórico. Na literatura, destacou-se em 1983, ao receber o 25º Prêmio Jabuti, na categoria Biografia e/ou Memórias, por Cela 3 - A Grade Agride (ed. Globo, 2007), um livro autobiográfico de viagem a um mundo desconhecido: o das prisões europeias.[5] Publicou também as obras completas do pai. Foi comunista, atuou em sindicatos e, durante a ditadura, viveu um período na clandestinidade. Também escondeu perseguidos políticos em bordéis paulistanos e organizou a fuga de alguns deles para fora do país.[4] Faleceu em 27 de janeiro de 2009, em decorrência de problemas cardíacos, aos 78 anos, em Bragança Paulista, no estado de São Paulo. Deixou sua esposa, Halina Kocubej, e três filhos - Cláudio, Gilda e Rudá.[4] FilmografiaRudá dirigiu três filmes: um sobre a festa de São Januário; outro sobre uma nadadora de Santos que morreu quando atravessava o Canal da Mancha e o terceiro sobre seu pai, Oswald de Andrade, que poucos amigos tiveram oportunidade de assistir. Também foi codiretor, juntamente com Marcelo Tassara, de Pagu-Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo (2001), sobre sua mãe, Patricia Galvão. O filme foi premiado na 28ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia.[4] Livros publicados
Referências
Ligações externas
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