Síndrome de Rebeca
Síndrome de Rebeca ou ciúme retroativo, também chamado de ciúme retrospectivo, é um tipo de ciúme crônico e severo, onde o indivíduo sente ciúmes do passado do seu parceiro amoroso. Este tipo de ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro em pensar que o seu passado continua vivo e criando uma possível ameaça de traições no momento presente ou comparações negativas com ex parceiros da relação atual. Quando se torna exagerado pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão, causando raiva, ressentimentos, ansiedade e depressão. O termo Síndrome de Rebeca tem origem no filme Rebecca de Alfred Hitchcock, de 1940, onde uma mulher se casa com um homem viúvo e vão morar juntos na mesma casa onde morou com a sua ex falecida, mas o fantasma da ex continua vivo e atormentando a atual esposa. Mais tarde o assunto se tornaria um livro, Síndrome de Rebeca, um guia para exorcizar fantasmas amorosos, de Carmem Posadas.[1][2] DefiniçõesDiferente do ciúme comum, o ciúme retroativo, como o próprio nome sugere, o foco está no passado, na anterior relação sentimental. O ex aparece como um fantasma na vida do casal, interferindo no equilíbrio da relação e provocando conflitos, muitas vezes, difíceis de resolver. O ciúme retroativo também é conhecido como Síndrome de Rebecca, nome de um filme do cineasta britânico Alfred Hitchcock, que por sua vez foi inspirado no romance da escritora Daphne du Maurier. Nele, uma mulher casa com um viúvo rico, e vai viver na casa em que ele morava com a sua primeira mulher. O fantasma dessa primeira paixão assombra a vida do casal. Trata-se da representação "perfeita" desse problema.[2] A condição ou situação de características patológicas que se caracteriza a síndrome é a existência de um alto nível de ciúme de um dos componentes do casal em relação aos parceiros anteriores ou sexuais do seu cônjuge ou parceiro atual, é uma síndrome que goza de certa popularidade e se baseia em ciúmes retrospectivos (ou seja, ciúmes direcionados a uma pessoa ou a um tipo de relacionamento do passado), embora não seja um distúrbio coletado pelos principais manuais de classificação diagnóstica, é uma situação patológica quando se torna uma questão recorrente e obsessiva, mesmo que haja uma verdadeira razão para a existência dele. Às vezes, a Síndrome de Rebecca pode levar à existência de comportamento perseguidor em relação ao ex-parceiro ou à tentativa de controlar todas as interações sociais do parceiro sentimental atual, sendo habitual que isso gere sérios conflitos no relacionamento atual ou desequilíbrios nas relações de poder. Também pode acontecer que a pessoa afetada tente ser extremamente complacente ou superior ao ex-parceiro, exercendo uma espécie de competição unilateral para provar que é melhor que os exs e que também pode ser aversiva ao parceiro sentimental e afetar seriamente a auto-estima de ambos. Essa condição é agravada se o relacionamento anterior do casal for visto ou lembrado (pelo casal ou pelo ambiente) de uma maneira extremamente positiva, como alguém virtuoso, jovem de mais, atraente, sensual, apaixonado ou inteligente, principalmente se essas qualidades não forem presentes na pessoa atual. A pessoa que tem Síndrome de Rebeca não precisa ser um casal recente, pode ser o primeiro amor do parceiro sentimental, apenas um ficante ou até mesmo ser uma pessoa já falecida.[3][4] CausasAs causas dessa síndrome não são especificamente conhecidas, sendo de certa forma multicausais, embora esse tipo de celotipagem esteja geralmente associado à presença de insegurança no casal e baixa auto-estima e autoconceito da pessoa afetada. A pessoa ciumenta retrospectiva pode achar que o anterior é superior a ele, querendo competir e superar sua memória, ou que nunca teve o mesmo tipo de relacionamento ou experiências que os anteriores. Da mesma forma, também pode ser propiciado em relacionamentos em que o casal ou seu ambiente costuma lembrar o ex-parceiro em questão, ou mesmo naqueles em que uma comparação direta entre seus relacionamentos é realmente exercida. Também pode ser facilitado quando a pessoa descobre que tem exatamente a mesma personalidade e/ou padrão físico do ex-parceiro, podendo sentir um substituto em vez de ser valorizado por si só. Conversas recorrentes sobre o ex, tentando averiguar todos os detalhes da relação anterior; comparações constantes para descobrir em que está sendo pior; insistência para falar sobre a vida sexual que tinha com ele(a), e também para conhecer a opinião dos amigos e família. Em pouco tempo, a vida de casal se converte em um trio ou mais, no qual as sombras dos parceiros(as) anteriores estão sempre presentes. Uma convivência assim está longe de ser saudável e equilibrada. A pessoa perde mais tempo tentando reproduzir uma relação que já não existe, do que viver e descobrir todas as potencialidades do atual relacionamento.[5] As causas mais comuns:
PsicologiaCaracterísticas, personalidades e desajustes sociaisOs ciumentos retrospectivos avaliados por Ammanda Major, em geral são mal ajustados e infelizes com suas vidas, com uma alta taxa de desordens de ansiedade e forte probabilidade de sofrerem de depressão, são muito pessimistas e cínicos com o mundo e estão muito propensos a acreditar que ninguém se importa com eles, assim como tem mais dificuldades para se concentrarem. Os ciumentos retroativos tem diferenças significativas de comportamento em relação aos não ciumentos, são significativamente neuróticos e pouco extrovertidos pela avaliação feita, eles tinham um temperamento "melancólico". Os ciumentos comuns ou os não ciumentos tem certo otimismo em resolver seus problemas, enquanto os retrospectivos são pessimistas no tocante ao mesmo aspecto e também se mostraram muito cínicos com as pessoas e com o mundo em geral. As constantes imaginações sobre o passado do parceiro amoroso ou sexual faz dos ciumentos retrospectivos pessoas excessivamente solitárias e depressivas.[6][7] TratamentoLidar com a síndrome de Rebeca pode ser difícil e ter sérias repercussões para a saúde do relacionamento do casal. Para tratá-lo, pode ser necessária intervenção psicológica tanto no nível do casal quanto do indivíduo no caso da pessoa afetada.[8]
Referências
Ver tambémLigações externas
Information related to Síndrome de Rebeca |