Sociedade Viva Cazuza
A Sociedade Viva Cazuza foi uma ONG brasileira fundada pelos pais do cantor e compositor Cazuza (o produtor musical João Araújo e a filantropa Lucinha Araújo) após sua morte, em 7 de julho de 1990. A organização teve como foco principal a assistência social e o cuidado de crianças e jovens soropositivos (infectados pelo vírus do HIV) com o emprego de recursos destinados à promoção de assistência à saúde, educação e lazer. Em 15 de outubro de 2020, após a marca de 328 crianças e jovens assistidos pela instituição, Lucinha Araújo declarou o encerramento das atividades da Sociedade Viva Cazuza e entregou a casa que abrigava a organização para a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro - que, por sua vez, fundou, em 24 de fevereiro de 2021, o Espaço Cazuza, destinado à assistência social de crianças menores de 8 anos de idade em situação de vulnerabilidade socioeconômica. [1][2] HistóriaA Sociedade Viva Cazuza foi criada em outubro de 1990 pelos pais de Cazuza, Lucinha Araújo e João Araújo, juntos com amigos e médicos, com o intuito de dar apoio aos pacientes com AIDS/HIV, no início, do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, na Tijuca, zona norte do Rio De Janeiro - considerando que Lucinha Araújo, cansada de ver várias crianças soropositivas serem abandonadas pelas famílias, resolveu criar a Sociedade e dedicar todo o seu tempo e carinho de mãe que antes exclusivo para o seu único filho (Cazuza, falecido pela doença) a meninos e meninas que passaram a viver na casa. O trabalho da Sociedade junto ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle durou de 1990 a 1992, conseguindo aumentar o número de leitos destinados aos pacientes da AIDS, reformar enfermarias e berçário e fornecer remédios, exames e cestas básicas para os soropositivos por eles assistidos. Após esse período, a Sociedade Viva Cazuza começou a operar independentemente. Em 1994, foi inaugurada a primeira Casa De Apoio Pediátrico do município do Rio De Janeiro, com imóvel cedido pelo governo do estado. A Sociedade Viva Cazuza também atendeu a pacientes adultos com a doença (que, na sua maioria, são analfabetos e foram cadastrados pela Sociedade para receberem cestas básicas e apoios mensais no tratamento). O Programa de Adesão e Tratamento da ONG também acompanhou 140 pessoas que têm dificuldades para ler e compreender a prescrição médica. A Sociedade também distribuía um cartão colorido e ajudava os pacientes analfabetos a identificar os remédios e os respectivos horários que deveriam ser tomados durante todo o tratamento.
Projeto CazuzaFoi inaugurado em junho de 1997 como um espaço dentro da Sociedade com o acervo do cantor e compositor Cazuza - incluindo fotos, vídeos, matérias de jornais, todos os seus CDs e LPs, manuscritos originais, máquinas de escrever, pôsteres e roupas usadas pelo cantor em seu último show. O Projeto tinha como finalidade manter viva a imagem do artista e, juntamente com a Sociedade Viva Cazuza, abria ao público nos dias úteis, em horário comercial. Com o fechamento da Sociedade Viva Cazuza, o Projeto Cazuza ficou esquecido e não há quaisquer informações públicas acerca do destino de seu acervo no momento. Crises e doaçõesO caixa da ONG esteve cheio entre os anos de 2004 e 2005, período de sucesso do filme Cazuza - O Tempo Não Para (dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, que rendeu R$400 mil). Após esse período, tudo desandou porque a verba que vinha por emendas parlamentares municipais do Rio De Janeiro parou de vir. Em 2009, a Sociedade Viva Cazuza passou por uma das suas maiores crises. As despesas mensais chegaram a somar R$60 mil, mas o dinheiro arrecadado com os direitos autorais do Cazuza, sua única receita, só correspondiam a 20% do valor. A dificuldade financeira levou a diminuição de empregados da Sociedade, porém Lucinha não desistiu.[3] No final do ano de 2010, a Prefeitura Do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal De Saúde E Defesa Civil, doou R$ 100 Mil à Sociedade Viva Cazuza. O anúncio foi feito pelo então prefeito Eduardo Paes, durante o lançamento da campanha "A Moda Na Luta Contra O HIV", realizado no Palácio da Cidade, em Botafogo. A ONG também recebeu uma doação de R$50 mil da amfar. Ela foi beneficiada durante o 4º 'Inspiration Gala São Paulo', realizado dia 4 de abril de 2014 (mesmo dia e mês do aniversário de Cazuza) na casa do empresário Dinho Diniz, membro honorário da amfAR. Sharon Stone foi quem conduziu o leilão, com a ajuda de Nizan Guanaes e contou com uma série de itens de luxo cobiçados, incluindo também um retrato feito sob encomenda por Vik Muniz, arrecadando um total de US$ 340 Mil quando o artista, que estava na plateia, espontaneamente concordou em oferecer o retrato a três diferentes licitantes.[4] Com a pandemia de COVID-19, Lucinha Araújo declarou, em vários momentos, o comprometimento do orçamento da Sociedade. Não por acaso, em 23 de Agosto de 2020, foi promovida uma Live beneficente [5] com a participação de mais de 30 artistas no intuito de angariar recursos para o mantimento da sociedade. No entanto, quando Lucinha Araújo declarou o encerramento das atividades da sociedade, ela declarou que houve outras razões pelas quais ela o fez.
Referências
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