Tomada de decisãoTomada de decisão é um processo cognitivo que resulta na seleção de uma opção entre várias alternativas. É amplamente utilizada para incluir preferência, inferência, classificação e julgamento, quer consciente ou inconsciente.[1] Existem duas principais teorias de tomada de decisão – teorias racionais e teorias não racionais – variando entre si num sem número de dimensões. Teorias racionais são por excelência normativas, baseadas em conceitos de maximização e otimização, vendo o decisor como um ser de capacidades omniscientes e de consistência interna.[1] Teorias não racionais, são por excelência descritivas, e têm em consideração as capacidades limitantes da mente humana em termos de conhecimento, memoria e tempo. Utilizam heurísticas como procedimento cognitivo, fornecendo uma estrutura mais realística dos processos de tomada de decisão.[1] Teorias RacionaisAs teorias racionais surgem em meados do século dezassete, quando os ideais de demonstração do conhecimento são substituídos pelo cálculo da probabilidade e pela matemática. O ser humano passa a ser visto como um ser racional, dotado de uma superinteligência e capacidade cognitiva ilimitada e coerente (unbounded rationality). Com base em ciências normativas, fundamentadas em normas e axiomas, as teorias racionais estão particularmente interessadas em explicar como as decisões devem idealmente ser tomadas, ou seja, pretendem explicar como o decisor (decision-maker) deverá processar uma decisão para que esta maximize os seus ganhos e minimize as suas perdas. Com uma componente prescritiva evidente, deseja determinar o que são bons julgamentos e decisões e, principalmente, como os reconhecer.[2][1] A Teoria da Maximização, também designada Teoria da Utilidade Esperada (Expected Utility Theory), é uma das mais importantes teorias racionais. Uma premissa fundamental desta teoria é a ideia de que um decisor racional deve sempre maximizar os seus potenciais ganhos (utilidade) e minimizar as suas potenciais perdas (desutilidade) e que, de algum modo, as escolhas do decisor devem ser computorizadas e alocadas em forma de probabilidades.[2][1] De uma forma prescritiva, as árvores de decisão foram propostas para que o decisor seja capaz de selecionar a melhor opção. Através de árvores de decisão, um decisor fica apto a computorizar a utilidade esperada (UE) para cada uma das alternativas, bastando para isso determinar todas as opções possíveis para uma determinada alternativa, e a probabilidade e a utilidade para cada uma das opções. A utilidade esperada para cada opção é calculada através da multiplicação da probabilidade com a respetiva utilidade. Todas as opções referentes a uma alternativa são somadas para obter o valor da UE. A alternativa com maior UE é a alternativa que maximiza os ganhos do decisor.[2] Teorias Não RacionaisPor não exemplificarem, de maneira realista, os processos cognitivos de um decisor, as teorias racionais foram julgadas na segunda metade do século vinte, culminando com o aparecimento das chamadas teorias não racionais. Herbert Simon, propôs o que viria a ser uma das principais teorias não racionais – Teoria da Racionalidade Limitada (bounded rationality) – como uma alternativa ao modelo rígido de tomada de decisão proposto pelas teorias racionais.[3][1] Segundo este conceito, o nosso raciocínio é limitado pela capacidade cognitiva da nossa mente. Sob um ponto de vista biológico e funcional, somos incapazes de encontrar e processar toda a informação inerente e necessária a uma tomada de decisão racional. Numa perspetiva mais natural e real, o decisor tem tempo, conhecimento e atenção limitados e por isso o processo cognitivo de procura de informação é muito escasso, influenciando grandemente as suas decisões.[3][1] Para além das limitações da mente humana, Simon acrescenta que as nossas decisões são fortemente influenciadas pelo ambiente que nos rodeia, o que chama de racionalidade ecológica (racionalidade que é definida pela sua integração com a realidade). Os processos cognitivos que utilizamos para resolver determinada decisão tem que ser coerentes com a estrutura do ambiente no qual a decisão está a ser tomada. É necessário haver um match entre a estrutura do ambiente e a escolha da heurística que se utiliza para resolver a incerteza da decisão.[3][1] Heurísticas são processos cognitivos empregados em decisões não racionais, sendo definidas como estratégias que ignoram parte da informação com o objectivo de tornar a escolha mais fácil e rápida.[4] Heurísticas Rápidas e Frugais (fast and frugal heuristics) correspondem a um conjunto de heurísticas propostas por Gigerenzer e que empregam tempo, conhecimento e computação mínimos para fazer escolhas adaptativas em ambientes reais.[3] Dois sistemas no cérebroSistema 1Refere-se ao sistema intuitivo, cujo processamento da informação é rápido, ou seja, automático e paralelo. É associativo, emotivo, controlado pelos hábitos e, por isso, difícil de controlar, depende do acesso a memórias de longo prazo, além de ser um sistema ambíguo.[5] Sistema 2Refere-se ao sistema deliberativo, cujo processamento da informação, ao contrário do sistema 1, é lento, ou seja, requer maior esforço e é voluntário, sequencial, monitorizado, monitoriza as decisões do sistema 1, sobrepondo-se a este, o que exige redução da consciência e maior gasto de energia e é baseado em regras.[5] Contribuição dos dois sistemas no comportamento humanoA distinção entre o sistema intuitivo e o sistema deliberativo ajuda a explicar os diversos domínios tais como, a razão, a categorização, a tomada de decisão, julgamentos morais, resolução de problemas, entre outros.
Correlações neuronaisEm termos neuronais, o sistema intuitivo está correlacionado com os núcleos da base, amígdala, córtex temporal lateral. Por outro lado, o sistema deliberativo está correlacionado com o córtex cingulado anterior, córtex pré-frontal dorsolateral. De acordo com o Modelo Paralelo Competitivo de Evans ambos os sistemas 1 e 2 processam a informação em paralelo e qualquer conflito é resolvido após ambos os processos gerarem potenciais respostas e, neste caso, o cerebelo e o lobo frontal médio estão correlacionados com ambos.[5] Damásio sugere que as emoções influenciam nas decisões de forma independente da razão, uma vez que emoções como a inveja e arrependimento, estão relacionadas com o pensamento deliberativo, enquanto que emoções como o medo e o desgosto são mais imediatos e automáticos. E, portanto, as decisões emotivas podem ser o resultado de um processo cognitivo ou um conjunto comum de processos. Daí que, não há um sistema específico relacionado com as emoções, pois ambos estão.[5] Tomada de Decisão na AdministraçãoNa administração, a tomada de decisão é o processo cognitivo pelo qual se escolhe um plano de ação dentre vários outros (baseados em variados cenários, ambientes, análises e fatores) para uma situação-problema. Todo processo decisório produz uma escolha final. A saída pode ser uma ação ou uma opinião de escolha. Ou seja, a tomada de decisão refere-se ao processo de escolher o caminho mais adequado à empresa, em uma determinada circunstância.
Qualquer decisão tomada na empresa, afetará ela no geral, por isso, tem que ser bem pensada a alternativa a ser escolhida, pois, deve-se pautar a tomada de decisão orientando-se e definindo caminhos a serem percorridos e pensar no que poderá ser afetado através desta decisão. Tomar uma decisão é uma responsabilidade enorme, maior ainda para quem tem pouca experiência de trabalho. Existem pessoas que têm facilidade com o processo de tomada de decisão e outras que colocam uma importância que às vezes o problema não merece e acabam por fazer errado, ou criar problema maior. Antes de tomar uma decisão deve ser feito todo um estudo, um processo de análise para tentar diminuir a chance de que a decisão escolhida seja errada e acabe resultando em consequências negativas para a empresa. Referências
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