União e Federação de Países e Soberanos AsiáticosA União e Federação de Países e Soberanos Asiáticos foi uma proposta de aliança pan-asiática feita pelo rei Kalākaua do Havaí ao Imperador Meiji do Japão em 1881. ContextoEm 1874, Kalākaua ascendeu ao trono do Reino do Havaí, em um contexto de domínio cultural e econômico de missionários, empresários, latifundiários e outros imigrantes euro-americanos estabelecidos no Havaí desde a passagem do século XVIII para o XIX.[1] Em 1881, o rei havaiano organizou uma turnê mundial, em uma tentativa de angariar apoio internacional e de salvar a cultura e a população havaianas da extinção, conseguindo investimentos e importando uma força de trabalho das nações da Ásia e do Pacífico. As viagens duraram 281 dias e fizeram dele o primeiro monarca reinante na história a visitar os Estados Unidos.[1] PropostaKalākaua, assim como outros governantes periféricos do século XIX, via com preocupação o expansionismo e o imperialismo europeu e americano. O monarca havaiano prestava muita atenção no Japão, que desde 1868 passava pela Restauração Meiji, um rápido processo de modernização, adotando modelos constitucionais, econômicos e militares ocidentais. Por isso, ele fez questão de incluir o Império Japonês em sua turnê pelo mundo.[2] Em um encontro com o Imperador Meiji em Tóquio, em 1881, Kalākaua esboçou sua ideia de uma confederação de nações asiáticas que deveriam se apoiar mutuamente em busca de maior desenvolvimento e proteção frente ao imperialismo ocidental.[3] Segundo o rei do Havaí:
Kalākaua buscava incluir nessa confederação oriental vários estados soberanos asiáticos, como Tonga, Samoa, China e o próprio Japão como líder, expandindo o grupo futuramente. Outra ideia era a de que o Havaí se tornasse uma espécie de protetorado japonês, impedindo uma possível anexação aos Estados Unidos.[3] ResultadosA ideia da União não chegou a sair dos planos e conversações entre os dois monarcas, uma vez que o Imperador japonês recusou a proposta, além de que tal empreendimento contaria com forte oposição externa, além das oposições internas que o Reino do Havaí já enfrentava, como a crescente influência e riqueza dos imigrantes euro-americanos que viviam nas ilhas.[4] Em poucos anos, um golpe organizado por esses imigrantes e seus apoiadores forçaria Kalākaua a assinar a famosa "Constituição da Baioneta", em 1887, abrindo mão de seu poder e enterrando qualquer plano de expansão e de fortalecimento da soberania havaiana e asiática.[5] Ver também
Referências
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