Urbano de Mendonça Dias
Urbano de Mendonça Dias (Vila Franca do Campo, 27 de Junho de 1878 – Vila Franca do Campo, 14 de Fevereiro de 1951), jurista, pedagogo, escritor e político açoriano, autor de diversas obras sobre a história dos Açores e sobre temas de cultura popular. Fundou a primeira instituição de ensino pós-primário em Vila Franca do Campo, o Externato de Vila Franca, onde ensinou. Foi administrador do concelho e exerceu diversos cargos autárquicos e na direcção de diversas instituições, incluindo o de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo. BiografiaUrbano de Mendonça Dias nasceu a 27 de Junho de 1878, em Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel, Açores, filho de Urbano José Dias e de Maria da Glória Mendonça. Fez os seus primeiros estudos em Vila Franca do campo, na classe do professor Luís António de Medeiros (1864-1895), natural da Povoação, famoso pela qualidade do seu ministério e responsável pelo despertar de muitos talentos vilafranquenses, entre os quais o padre Ernesto Ferreira.[1] Realizou os estudos liceais na cidade da Horta, partindo para a Universidade de Coimbra em 1897, para frequentar Direito, curso que concluiu a 14 de Julho de 1903. Durante o seu tempo de estudante colaborou em diversas publicações, a mais importante das quais foi a Phenix que co-editou com Ernesto Ferreira entre 15 de Julho de 1902 e 30 de Março de 1904 (18 números).[2] Regressou a Vila Franca do Campo em 1903, iniciando funções como ajudante do Conservador da Comarca e abrindo escritório de advogado. mantendo o seu interesse pelo jornalismo, nesse mesmo ano fundou a revista quinzenal A Vila, que contudo que foi efémera. Nesse mesmo ano casou com Berta Gomes Alcântara Dias, fixando em definitivo residência em Vila Franca. Envolvendo-se nos movimentos sociais e políticos da Vila, dinamiza o processo de criação do ensino pós-primário no concelho, fundando para tal o Instituto de Vila Franca, uma escola particular, voltada para o ensino secundário, conseguindo em 1904, quando tinha apenas 26 anos, licença régia de D. Maria Pia, então regente do Reino, para iniciar actividade lectiva. O Externato de Vila Franca, também conhecido pelo Colégio, rapidamente se implantou e transformou-se na principal instituição cultural e educativa do concelho. O Externato de Vila Franca do Campo transformou-se na principal actividade de Urbano de Mendonça Dias, tendo, por sua morte, recebido como legado o edifício onde funcionava. Até 1984, ano em que foi criada a Escola Preparatória de Vila Franca do Campo, hoje Escola Básica e Secundária de Vila Franca do Campo, o Externato foi a única instituição a ministrar o ensino para além da 4.ª classe no concelho de Vila Franca. O ensino secundário oficial só foi iniciado no ano lectivo de 2000/2001. Para além da sua actividade como pedagogo, envolveu-se nas questões sociais e políticas, sendo provedor da Santa Casa da Misericórdia durante muitos anos, distinguindo-se no apoio aos pescadores, então vivendo na mais absoluta pobreza. Na política, desempenhou os cargos de administrador do concelho e de governador do Distrito Autónomo de Ponta Delgada (1935-1936), exercendo nesses cargos forte acção em prol da economia local, com destaque para as questões da cultura do ananás e da assistência social.[3] Para além da actividade profissional e política, desenvolveu importante labor como investigador da história e cultura açorianas, escritor, etnógrafo e publicista, produzindo uma volumosa bibliografia, cobrindo géneros tão diversos como o teatro, o romance, a historiografia e a etnologia. Urbano de Mendonça Dias faleceu em Vila Franca do Campo a 14 de Fevereiro de 1951, deixando uma vasta obra publicada, em parte dispersa por jornais e revistas, e um importantíssimo legado pedagógico e cultural em cerca de 70 anos de funcionamento do Externato por ele fundado.[1] Obras publicadasHistória
Teatro
Romance
Etnografia
Política
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