Vicente Franz Cecim
Vicente Franz Cecim (Belém, 7 de agosto de 1946 - Belém, 14 de junho de 2021) foi um escritor, poeta e jornalista brasileiro.[1] BiografiaSeus avós paternos foram libaneses e italianos que imigraram para a Amazônia no início do século XX. Da mãe brasileira, paraense nascida em Santarém, a escritora Yara Cecim, herdou o gosto pelo mundo natural. Foi jornalista. BibliografiaA literatura de Vicente Franz Cecim é multifacetada como a sua origem. Marcada pela presença da natureza, nela vemos a Amazônia transfigurada na região metafísica de Andara. Sempre unindo extremos, o autor chama de livros visíveis os livros que escreve, mas os reúne na obra imaginária Viagem a Andara oO livro invisível, que não escreve e só existe na alusão de um título. Segundo Cecim, Andara é literatura fantasma.[2] E à medida que sua obra se faz e desfaz, ela contamina a própria noção de realidade, interrogando o que se oculta sob a aparência do mundo.[3] O escritor fez um apelo à insurreição da Amazônia em seu Manifesto Curau[4], lançado durante o Congresso da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 1983, realizado em Belém. Ao longo dos seus livros a progressiva depuração da linguagem o levou a declarar: - Já não faço Literatura. Faço Escritura. Obra literária
kinemAndaraAntes de iniciar sua obra literária, Cecim realizou em super-8 nos anos 70 o ciclo de filmes kinemAndara[8], agora exibidos em versão digital. E suas reflexões sobre o cinema evocam a permanente tensão de sua escrita entre o visível e o invisível.[9] Voltou a filmar quase trinta anos depois, em 2007, para fazer com seu filho Marráa Yaí Makúma - Aquele que dorme sem sono, disponível no You Tube e no Vimeo entre outros vídeos do fotojornalista e cineasta Bruno Cecim. Entre seus filmes mais recentes constam: A Lua é o Sol, Fonte dos que dormem e K+afka. O emprego da Imagem é também uma característica da sua obra literária. Sob a forma de ícones, antes silenciosos e imóveis: Iconocanto[10], mesclando som e movimento virtuais publica o poema Não é a água (O) que se bebe.[11] CarreiraCom sua literatura, Vicente Cecim conquistou o público e a crítica, gravando sua marca na cultura brasileira e levando seus leitores a uma viagem metafísica, em uma representação da Amazônia encantada. Foi agraciado em 1981 com a Menção Especial no Prêmio Internacional Plural e em 1988, com duas premiações no Grande Prêmio da Crítica da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Cecim também foi um dos autores homenageados na 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes e esteve presente no pré-lançamento do evento, em dezembro de 2020.[12] MorteO escritor faleceu na tarde de 14 de junho de 2021, no Hospital Ophyr Loyola, em Belém. Segundo familiares, ele estava internado desde o dia 11 de junho, apresentando sintomas da COVID-19 e também se encontrava acometido por um câncer, do qual havia se submetido a uma cirurgia até então.[13] HomenagensEm nota, a Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult) lamentou a morte do escritor e poeta e informou o relançamento de sua obra Os Animais da Terra, ocorrido no mesmo ano.[14][15] Filmografia
Referências
Ligações externas
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