Vida Doméstica
Vida Doméstica foi uma revista mensal (posteriormente quinzenal e semanal)[1] brasileira editada no Rio de Janeiro voltada para o público feminino que circulou no país entre 1920[2] e 1962.[1] EditoraNo começo era editada pela firma Jesus & Jarque, que tinha por diretor Jesus Gonçalves e redator Mário Nunes.[1] Editado pela Sociedade Gráfica Vida Doméstica Ltda., fazia parte de uma tríade de revistas com as revistas em quadrinhos[3] Vida Infantil (1947-1960), Vida Juvenil (1949-1959), Coletânea (1951-1960) e Cadernos Brasileiros (sem informações) que, junto aos respectivos almanaques, compunham a grade da editora.[2] ConteúdoPor ser voltada às leitoras, uma vez que tinha como objetivo declarado ser uma "publicação do lar e das mulheres", o periódico trazia grande número de anúncios que eram, destacadamente, de produtos de beleza (cosméticos, sabonetes, cremes, etc.), tecidos para confecção de roupas, etc. - e matérias jornalísticas tratando de cuidados de crianças, sobre casamento ou moda, notícias sobre os eventos considerados significativos, falando de temas diversificados (como joias, óculos, carros de bebê, remédios, viagens, etc.) - tudo permeado por grande quantidade de fotografias.[2] Suas primeiras cinco páginas eram de propagandas, que também eram bastante numerosas no restante da publicação, e anunciavam os mais diversos produtos - o que ajudou a financiar sua edição por período tão longo quanto foi a sua existência (mais de quatro décadas).[2] Público-leitorEmbora seu conteúdo deixe entrever que se dirigia ao público urbano, algumas de suas matérias retratam a característica ainda rural da sociedade brasileira da época - pois trazia calendários agrícolas, notícias sobre animais e seus cuidados, etc.[2] Essa característica rural, contudo, perde espaço com o tempo, conforme a mudança do público para as cidades.[2] Suas matérias visavam a mulher como dona de casa, falando do casamento e do lar, e matérias sobre puericultura, romances e novelas, saúde da mulher e utensílios úteis para a casa.[1] Inicialmente defendia um papel da mulher não mais submissa, mas sim como um complemento do homem, em oposição aos movimentos feministas e emancipacionistas. Num dos seus artigos, em 1922, pregava:
NotasReferências
BibliografiaJUNIOR, Gonçalo. A Guerra dos Gibis: a Formação do Mercado Editorial Brasileiro e a Censura aos Quadrinhos, 1933-1964. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. MARTINS, Ana Luiza. Revistas em Revista: Imprensa e Práticas Culturais em Tempos de República, São Paulo (1890-1922). São Paulo: EDUSP, 2001. SANTOS, Liana Pereira Borba dos. Mulheres e revistas: a dimensão educativa dos periódicos femininos Jornal das Moças, Querida e Vida Doméstica nos anos 1950. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. SOUZA, Mariana Elena Pinheiro dos Santos de. Divertir, educar e instruir: Vida Infantil (1947-1950). Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. |