Alcanena
Alcanena é uma vila portuguesa que é sede do município de Alcanena pertencente ao distrito de Santarém, na província do Ribatejo. Integrando atualmente a região (NUTII) do Oeste e Vale do Tejo[1] e a NUTIII do Médio Tejo[2], com 12 472 habitantes (censo de 2021)[3]. O município de Alcanena foi criado pela Lei nº 156 de 8 de maio de 1914, tendo a povoação de Alcanena, sua sede, sido elevada à categoria de vila.[4] Tem 127,33 km² de área[5] e 13 868 habitantes (2011),[6][7] está subdividido em 7 freguesias.[2] O município é limitado a nordeste pelo município de Ourém, a este por Torres Novas, a sul e sudoeste por Santarém e a noroeste pelos municípios de Porto de Mós e da Batalha. LocalizaçãoPovoação portuguesa do distrito e diocese de Santarém, com 3.505 habitantes (dados de 1987). Sede de concelho e de comarca, fica a SO da Serra de Aire e a 3 km dos chamados "Olhos de Água", as nascentes do rio Alviela. Possui próspera indústria de curtumes. Minde, povoação pertencente ao concelho, é centro de indústria têxtil. Fica na sua área a lagoa de Minde que mede 4 km de comprimento e 2 km de largura. ToponímiaHá diversas teses sobre a possível origem do nome «Alcanena», tendo todas, no entanto, como base o artigo árabe "Al". Dentre as teses que colhem maior aceitação contam-se: a que radica a origem do nome «Alcanena» no étimo árabe "Al-Kinan", com o significado de "Lugar Sombreado"[8]; e a que a estima que o nome «Alcanena» será uma corruptela do topónimo «Alcanede»[9], tratando-se, por isso, de uma hibridismo toponímico, que conjuga o étimo árabe al- com o étimo do latim tardio cannetus, que significa «canavial».[10] Enquadramento históricoRetomando à época de dominação árabe, a região onde hoje se encontra o concelho de Alcanena caracterizava-se pela debilidade dos solos em termos agrícolas (aptos somente para as culturas de sequeiro, cevada, trigo e oliveira). Situada no imenso Maciço Calcário Estremenho, entalada entre a Serra dos Candeeiros e a Serra de Aire, e os planaltos de Santo António e de São Mamede, os povos desta região dedicavam-se sobretudo à pastorícia, ao comércio e à criação de bichos da seda, entre outras actividades.[11] Pertencendo até ao início do século XX ao concelho de Torres Novas, a sua história dilui-se na deste concelho, pelo menos até à altura em que, por via da implantação progressiva e dinâmica das indústrias de curtumes (e mais tarde de malhas), esta região se começa a destacar, não só no distrito mas também em todo o país. Eram os finais do século XVIII: "Sendo a indústria de curtumes uma das mais velhas actividades conhecidas do homem, cedo se radicou no concelho de Alcanena, com métodos muito próprios, em que a técnica vinha em sucessão de pais para filhos, com a utilização de materiais curtientes tradicionais da região. Os próprios utensílios eram característicos e mesmo exclusivos. A data mais antiga ou talvez a única que se revela em edifício fabril é a de 1792. O referido edifício ostenta um brasão representando as armas nacionais, acompanhado de uma inscrição que diz ser uma fábrica de sola com privilégio Real do governo Pombalino(...)". O progressivo desenvolvimento da indústria de solas, pelarias para calçado, maquinaria e vestuário, atraiu à região um grande número de industriais, tendo-se feito, progressivamente, uma reconversão industrial, baseada na modernização das técnicas de fabrico e das máquinas industriais. Esta modernização tem vindo a acabar com a maior parte dos pequenos produtores da região de Alcanena, colocando-a na vanguarda da produgão do género a nível nacional. A par deste desenvolvimento das indústrias de curtumes e de malhas, assistiu-se ultimamente à implantação de diversas unidades de fabrico e montagem de máquinas (e ainda reparação) do apoio àquelas. A indústria têxtil (especialmente implantada na região da freguesia de Minde) fez parte intrínseca da história do concelho de Alcanena, a par da de curtumes. Desde os tempos mais remotos, a produção de mantas, alforges, tapetes e carpetes veio tornando popular esta região. A maior parte das feiras em todo o país eram percorridas por vendedores de mantas de Minde. Célebre ficou o "calão míndrico", vocabulário utilizado por estes vendedores ambulantes a fim de não serem entendidos senão entre si. A partir de meados do presente século iniciou-se a fabricação de maIhas exteriores, facto que trouxe a esta região novos focos de desenvolvimento. Segundo reza a história, esta indústria foi trazida para Portugal por cidadãos polacos instalados em Lisboa por altura da II Grande Guerra. Entretanto, começara a ser difícil a aquisição de matéria prima - lãs - para os trabalhos tradicionais, problema que estaria ultrapassado para as malhas. Por volta de 1942, nasceu a primeira fábrica de malhas, a "Sociedade Industrial de Malhas Mindense". O concelho de Alcanena é de fundação recente. Foi criado em 1914 com a desanexação de algumas freguesias de Torres Novas e Santarém. Demografia
* Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.
Concelho de Alcanena criado pela lei nº 156, de 08/05/1914, com lugares desanexados do concelho de Torres Novas (Fonte: INE) PolíticaEleições autárquicas [15]
Eleições legislativas
FreguesiasO município de Alcanena está dividido em 7 freguesias:[2]
Património
Cultura
GeminaçõesAlcanena possui acordos de geminação com:[18] Referências
Ligações externas |