Aldeia do Colmeal
Aldeia do Colmeal
A Aldeia do Colmeal, desabitada até 2015, pertence à União das freguesias do Colmeal e Vilar Torpim, município de Figueira de Castelo Rodrigo. Atualmente tem 3 habitantes permanentes além dos turistas que se alojam no Hotel. Em 1956, a então proprietária decidiu quebrar os vínculos que tinha com a população que aí residia e decidiu recorrer ao tribunal para expulsar os habitantes. A proprietária acabou por ganhar em tribunal. Os populares não aceitaram e a Guarda Nacional Republicana viu-se obrigada a intervir para expulsar os resistentes no dia 10 de julho de 1957. Segundo os populares houve casas queimadas e registaram-se mesmo alguns mortos entre os populares da localidade. Foi a primeira vez que tal sucedeu em Portugal, uma população ser expulsa coletivamente de uma localidade inteira. Da localidade restam as casas que se encontram abandonadas. Os habitantes despejados das suas casas tiveram que se deslocar para outras localidades do município de Figueira de Castelo Rodrigo. O nome de Colmeal provém da riqueza em cera e mel que as suas inúmeras colmeias proporcionam. O Prof. António Vermelho do Corral publicou em 2015 o livro "Colmeal, a aldeia fantasma. Figueira de Castelo Rodrigo - A verdade factual" [1] onde aborda muitos dos mitos em que o Colmeal está envolvido desde tempos imemoriais. Sobre os eventos da década de 50 do século XX, explica porque não se pode falar de expulsão mas sim de despejo. Elucida também o leitor sobre os mitos das "casas queimadas" e dos "mortos" com base no seu conhecimento pessoal e em testemunhos de pessoas com nome (desmistificando as habituais referências a "populares"). Este trabalho parece ter sido impulsionado por um Grupo de Estudos do Colmeal, instituido pela Assembleia Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo em 2009[2]. Actualmente a aldeia encontra-se parcialmente reconstruida, tendo sido aproveitada para a implementação de um hotel de 4 estrelas denominado "Colmeal Countryside Hotel" aberto em 2015.[3] A Igreja do Colmeal, receberá em breve as obras de recuperação, ao abrigo do contrato celebrado e homologado pelo Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel.[4] Povoado do Colmeal / Ruínas da povoação do ColmealAglomerado urbano. Povoado em vale e meia-encosta. Povoação medieval de jurisdição senhorial (casa de Belmonte). Elementos de caracterização da estrutura urbanística: elemento estruturador: características da implantação do aglomerado; eixos viários principais: caminho de acesso de orientação N. / S., eixos viários secundários: vias que separam os quarteirões; quarteirões irregulares; indefinição entre espaço público e privado. Tipologia dominante do espaço construído: casa, palheiro e cortelho de arquitectura popular, alvenaria de xisto com granito estrutural; planta rectangular irregular; dois pisos com diferenciação loja-habitação; vãos rectos. Núcleo urbano despovoado, sede de freguesia que integrava os lugares de Luzelos, Milheiro e Bizarril e foi extinta na reforma administrativa de 2013.[5] Abaixo pode ver-se a descrição detalhada que se encontra no Sistema de Informação para o Património Arquitetónico da Direção Geral do Património Cultural e datada de 1992[5] DescriçãoEstrutura urbanística: aglomerado estruturado em função da sua implantação no sopé de uma colina e da localização da igreja; ausência de malha urbana definida; o acesso ao aglomerado é feito através de um caminho ladeado a E. por um quarteirão de configuração irregular e de orientação N. / S.; a N. desse quarteirão, desenvolvem-se três quarteirões irregulares mas mais ou menos paralelos entre si, e também de orientação N. / S., podendo-se entender os caminhos entre eles como vias de orientação N. / S., de traçado sinuoso; o núcleo é rematado no topo pela igreja, de orientação E. / O., portanto longitudinalmente aos quarteirões, e sem construções adossadas, sendo delimitada a N. por um caminho público que lhe é paralelo; a N. deste existem dois palheiros e a única casa rebocada; ausência de uma hierarquia de vias ou definição clara de espaços de diferente conotação funcional, talvez à excepção da zona da igreja, mas que todavia não organiza um largo, existindo apenas o que se poderá denominar por duas vielas transversais (orientação O. E. ); pavimentação das vias ou caminhos: térrea, afloramentos xistosos, por vezes com os rodados dos carros fazendo sulcos e permitindo uma certa definição da via. Espaço construído: domina a arquitectura tradicional; construções em alvenaria de xisto sem revestimento e com recurso ao granito para fins estruturais; coberturas a 1, 2 ou 3 águas com telha de canudo; planta rectangular irregular; casas de dois pisos; piso térreo destinado a loja; 2º piso destinado a habitação com acesso interior, à excepção da Casa de Pedro Álvares Cabral que apresenta lanço de escadas exterior mas sem formar balcão; alçados com portas no 1º piso e janelas no 2º piso; vãos com lintel recto sem moldura; palheiros e cortes apresentam características semelhantes, mas com um só piso e sem janelas; variantes: uma casa rebocada e igreja. Acessos
ProtecçãoEm vias de classificação ( Homologado como IM - Interesse Municipal, Despacho de dezembro 1985 *1) EnquadramentoRural. Paisagem natural e rural; situada no sopé de uma encosta virada a SE., integrada no conjunto da Serra da Marofa, confinando com pequeno vale encaixado junto à Ribeira do Colmeal; local caracterizado por afloramentos xistosos e silvados compactos e arborização junto ao vale. Descrição ComplementarElementos de caracterização da imagem urbana: - Sítio: simbiose entre natural e construído; elemento natural condicionador do cultural. - Noção de distância: ponto de vista contínuo sobre a envolvente natural. - Perfil: recorte sinuoso e escalonado relacionado com a adaptação á topografia. - Volumes destacados: igreja, casa rebocada a N., empena da casa de Pedro Álvares Cabral. - Direccionalidade: caminho de acesso de orientação N. / S., pendente natural do terreno. - Articulações: irregularidades e inflexões dos quarteirões. - Limites: ribeira, caminho público, aspecto pouco evidente, destacando-se a noção de um aglomerado aberto para a sua envolvente. - Cores e texturas dominantes: xisto travado com lajes graníticas. Época ConstruçãoÉpoca medieval Cronologia
MateriaisDominantes: xisto; granito; alvenaria; revestimento inexistente; telha de canudo Bibliografia
Observações
Igreja Paroquial do Colmeal / Igreja de São MiguelAbaixo pode ver-se a descrição detalhada que se encontra no Sistema de Informação para o Património Arquitetónico da Direção Geral do Património Cultural[6] Cronologia
BibliografiaBorges, Júlio António, Figueira de Castelo Rodrigo. Roteiro Turístico do Concelho, Figueira de Castelo Rodrigo, 1993; Borges, Júlio António, O Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo II, in Beira Alta, vols. LXI, fasc. 3 e 4, Viseu, 2001, pp. 401–454. Casa de Pedro Álvares CabralAbaixo pode ver-se a descrição detalhada que se encontra no Sistema de Informação para o Património Arquitetónico da Direção Geral do Património Cultural[7] Época Construção
Cronologia
Utilização InicialResidencial: casa Utilização ActualEm ruína Bibliografia
Referências
Ligações externas
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