Alfredo Margarido
Alfredo Margarido (Moimenta, 5 de Fevereiro de 1928 - Lisboa, 12 de Outubro de 2010) foi um escritor, ensaísta, investigador, professor universitário, poeta e pintor português. BiografiaSegundo Perfecto Cuadrado,Coordenador do Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda, "dizer Alfredo Margarido é lembrar a obra e o exemplo cívico de um dos pensadores mais lúcidos da nossa realidade (no sentido mais amplo tanto geográfico como histórico), observação que imediatamente se vai transformando em conhecimento, saber e discurso. Pintor, poeta romancista, ensaísta, tradutor, historiador, jornalista, antropólogo, politólogo, sociólogo, professor universitário: o mais parecido nos tempos modernos com o uomo universale do Renascimento. Lúcido, crítico e livre, e por isso mesmo polémico e indisciplinador de consciências …." Na área jornalística colaborou nas publicações periódicas: 57 [1] (1957-1962) e na revista Pirâmide [2] (1959-1960), tendo publicado com alguma regularidade no Jornal de Letras, até 1964. Na revista portuguesa de vanguarda KWY, editada em Paris entre 1958 e 1964 por René Bertholo e Lourdes Castro, com outros artistas portugueses e estrangeiros, Alfredo Margarido marcou presença com o ensaio «Deformação e desagregação na pintura contemporânea», publicado no número 6 da mesma série, em junho de 1960. Neste texto, o escritor e poeta desenvolve uma análise original da obra de arte e do fazer da arte na época contemporânea, à luz das ideias de Heidegger, Merleau-Ponty, Sartre e Adorno. Alfredo Margarido estudou na Escola de Belas-Artes do Porto e expôs obras de cerâmica no Porto e em Lisboa, em 1954, bem como esculturas em Luanda, Angola, em 1956. Após alguns anos em África, onde trabalhou na produção agrícola em São Tomé e Príncipe, transferiu-se para Angola, onde foi responsável pelo Fundo das Casas Económicas, corporação que pretendia resolver o problema de habitação da classe média ascendente. Todavia a sua intervenção na imprensa provocou uma reacção violenta do Governador-geral, Horácio José de Sá Viana Rebelo, que ordenou a sua expulsão. A partir de 1964 instala-se em Paris, com o apoio de uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo-se integrado nos movimentos de extrema-esquerda. Criou e co-dirigiu a revista "Cadernos de Circunstância". Ensinou em Paris I (CRA), Paris II (Lógica matemática), Paris VII (Jussieu), Paris VIII ( Vincennes, mais tarde St. Denis). Tendo ensinado também na Universidade Júlio Verne e no Institut d'Art, ambas em Amiens. No Brasil ensinou nas Universidades de S. Paulo (USP), Campinas, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade da Paraíba do Sul (João Pessoa). Dedicou-se especialmente à sociologia da literatura e aos problemas africanos. Poeta cuja obra apresenta elementos surrealizantes, bem como ensaísta e ficcionista, foi um dos introdutores do nouveau roman francês em Portugal. Foi homenageado, em Dezembro de 2009, pela Universidade de Lisboa e pela Universidade Lusófona. Algumas obras publicadasPoesia
Fição
Ensaios
Ensaios plásticos
Exposições
Traduções
Referências
Fontes bibliográficas
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