Almanach Bertrand
Almanach Bertrand é um almanaque editado pela Livraria Bertrand, de Portugal, fundada na primeira metade do século XVIII pelos irmãos Bertrand. O Almanaque Bertrand, de tiragem anual, foi publicado de 1899 (com data de publicação de 1900) até 1970 (com data de publicação de 1971), perfazendo 72 edições, regressando quarenta anos depois em 2011,[1] continuando até aos nossos dias contendo calendários, artigos, poemas, provérbios, anedotas, caricaturas e as famosas adivinhações. Muitas adivinhações demandavam interpretação cuidadosa do textos, além de minuciosos cálculos, como este, publicado no Almanach para 1901, mantido na grafia original: Problemas de Caramuel'Os tres problemas, que em seguida publicâmos, traduzidos pelo coordenador d'este Almanach, foram inventados pelo celebre bispo hespanhol João Lobckowitz Caramuel, o qual floresceu no século XVII, entre os annos de 1606 e 1682. Caramuel era altamente versado em mathematicas, e tão predilectos lhe foram sempre estes estudos, que as proprias questões theologicas era pelas mathematicas, que intentava demonstral-as e resolvel-as. Foram elles propostos pelo seu auctor n'um certamen mathematico.
Um dia, perguntava Diodóro Embaixador do principe do Egypto,
Hercules, um dia, visitou Augeu, Eu cá, responde o velho á boa fé, Mover a clava, porém não a penna,
Entre liquida prata, Não podendo contal-as, Se deixam seus crystaes, Estes problemas matemáticos foram publicados na Edição para 1901, mantidos aqui na grafia original. AspiraçãoQuando se ama, um desejo nos invade O coração, num vôo de anciedade, Porém a voz, exangue e amortecida, E, murmurando apenas sons banais, Oliva Guerra Este poema romântico está na Edição para 1929, mantida aqui a grafia original Forma original de saber as horas certasOs índios das florestas do Brasil que, na sua grande maioria, desconhecem absolutamente o que seja um relógio, podem, no entanto, a qualquer momento do dia, saber as horas que são. Às 6 horas precisas da manhã o omupac, inseto gigante do Amazonas, produz, batendo com as asas contra o tronco das árvores, um ruído como de castanholas e que dura exatamente três minutos, emudecendo depois até às 6 horas do dia seguinte. Às 10 horas, pontualmente, os macacos gritam e ao meio-dia exato o tucano intervém no concerto, com a sua voz grave. O tapir sai todos os dias para a caça às 15 horas precisas e o urso formigueiro não procura os ninhos das térmitas enquanto não são 17 horas. A ave viuvinha solta, todas as tardes, sete gritos angustiosos, os únicos que solta em todo o dia, pontualissimamente às 19 horas. Mas, segundo dizem os índios, ainda o mais prático é domesticar o camaleão. Nos olhos deste, uma mancha de cor acastanhada muda, de hora em hora, de lugar, como o ponteiro de um mostrador de relógio. Estas curiosidades estavam na edição para 1955. Referências
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