Alto do TororóAlto do Tororó
O Alto do Tororó é uma comunidade remanescente quilombola, de tradição pesqueira, extrativista e de terreiro, localizada na cidade de Salvador, do estado brasileiro da Bahia. A comunidade foi certificada pela Fundação Cultural Palmares (FCP), na data de 27 de setembro de 2010. sob o processo de nº 01420.002946/2010-11.[1][2][3] HistóriaInicialmente, o território onde se localiza a comunidade do Alto do Tororó, era habitada somente por índios Tupinambás. No século XVI, com a chegada dos senhores de engenho de cana de açúcar na região, escravos fugidos destes engenhos começaram a habitar a região do Tororó em local estratégico, como na parte mais alta e perto do mangue.[2] Entre as décadas de 1940 e 1950, famílias fixaram residência no Alto do Tororó com intuito de trabalhar nas fazendas próximas.[2] Em 1970, foi instalada a Base Naval de Aratu, ocasionando conflitos com a comunidade, que perduram até aos dias atuais. Em 1977, a Marinha Brasileira deu "Cessão de Uso" de várias áreas do território da comunidade para grandes empresas. As instalações da Base Naval e das empresas prejudicaram consideravelmente as atividades de pesca e mariscagem da comunidade do Alto do Tororó.[2] No censo de 2011, feito pela líder comunitária, haviam 426 habitantes na comunidade. Com proporção maior de jovens até 25 anos e crianças, e um equilíbrio em proporção entre homens e mulheres.[2] GeografiaA comunidade do Alto do Tororó é circundada por vegetação densa e possui três acessos: Escada da Frente, para quem chega através de transporte público; Escada do Fundo, que dá o acesso ao Mangue e ao Porto do Rio, utilizado pelos pescadores e marisqueiros da comunidade; e a ladeira que leva à Estrada do Criminoso, utilizada por quem chega de transporte privado.[2] A Prefeitura dividiu a comunidade em Primeira Travessa, Segunda Travessa, Terceira Travessa e Quarta Travessa. Os moradores dividem a comunidade em duas localidades: Alto da Frente (abrange a Primeira Travessa e a Segunda Travessa) e Alto do Porto (abrange a Terceira Travessa e a Quarta Travessa). As ruas principais são a Rua do Tororó, que corta toda a comunidade, e a Terceira Travessa.[2] InfraestruturaAté os anos de 1970, as casas do Alto do Tororó eram, em sua totalidade, feitas em pau-a-pique. Aos poucos foram sendo substituídas por casas de tijolos ou concreto, construídas pelos próprios moradores. As casas são de um a três pavimentos e algumas ainda possuem arquitetura do estilo colonial.[2] No ano de 2018, a Prefeitura reformou 150 casas no Alto do Tororó, através do programa Morar Melhor.[4] A comunidade possui iluminação pública, água encanada e rede de esgoto da prefeitura, mas a rede não atende à todas as residências. As casas que não estão ligadas às redes de esgoto da prefeitura, despejam o esgoto no mato, através de canos.[2] Desde 2006, a comunidade é atendida pela coleta de lixo, que é feita duas vezes na semana. E há um container na entrada da comunidade, para despejo do lixo nos dias que não há coleta.[2] Não existem postos de saúde ou hospitais no Alto do Tororó. Agentes de saúde visitam semanalmente as casas dos moradores para aferir a pressão e marcar consultas. O posto de saúde mais próximo da comunidade se encontra na localidade chamada Dos Ponte e o hospital mais próximo se localiza no bairro de Periperi.[2] Na sede da Associação Comunitária do Alto do Tororó (ACAT), há uma escola que atende crianças até 5 anos de idade. Jovens e crianças acima dos cinco anos geralmente frequentam as escolas de ensino fundamental e médio, Escola Estadual Marcílio Dias e Escola Estadual João Caribé, ambas fora da comunidade da Alto do Tororó.[2] Associação Comunitária do Alto do TororóA Associação Comunitária do Alto do Tororó (ACAT) foi fundada no ano de 2002 por Ariomar e Salvador. Inicialmente o objetivo era somente a construção de uma biblioteca que se concretizou através de arrecadações. Com a construção da biblioteca, o movimento para a criação da associação cresceu. E a primeira eleição para presidente da associação, foi em 7 de setembro de 2002, com a participação de toda comunidade em voto secreto.[2] Ver tambémReferências
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