Anita Novinsky
Anita Waingort Novinsky (Stachów, 22 de novembro de 1922 – São Paulo, 20 de julho de 2021[1]), foi uma historiadora, pesquisadora e professora universitária brasileira. Considerada uma das pioneiras da ciência no Brasil pelo CNPq,[2] Anita era especialista na Inquisição portuguesa no Brasil, os costumes dos cripto-judeus deste país e o renascimento da consciência judaica destes, 200 anos após o fim da Inquisição no Brasil.[3] Professora titular emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), foi a primeira a descobrir e a revelar a origem judaica de grande parte dos portugueses que vieram para o Brasil para escapar do Tribunal do Santo Ofício, instituição da Igreja Católica que perseguia, julgava e punia os judeus de Portugal.[4] BiografiaAnita nasceu na cidade de Stachów, na Polônia, em 1922.[5] Chegou no Brasil com os pais com apenas dois anos. Estudou no Colégio Mackenzie e foi instruída no judaísmo pela mãe, que pertencia a uma família extremamente ortodoxa. Na sua casa, as festividades judaicas eram comemoradas e seguidas regularmente. Seu pai, original de Kielce (Polônia), era sionista, tendo sido um dos fundadores do partido sionista em São Paulo.[6] Ingressou aos 18 anos no curso de filosofia da Universidade de São Paulo (USP), em 1956, onde foi aconselhada pelo professor Lourival Gomes Machado a pesquisar o papel da Inquisição na história do Brasil, tema que os livros de história omitiam ou pouco falavam.[6] Especializou-se em psicologia pela USP, em 1958, e depois especializou-se em Racismo no Mundo Ibérico pela École des hautes études en sciences sociales, em 1977, seguindo para o doutorado em História Social pela USP, com um estágio de pós-doutorado na Universidade de Paris em 1983. Foi Livre Docente da Universidade de São Paulo[5] até o fim de sua vida.[7] Nos anos 1970, Anita inaugurou uma importante linha de pesquisa no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP: os estudos inquisitoriais sobre o prisma da história das mentalidades.[8] Depois dos atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2011, Anita percebeu que seus estudos e de sua equipe deveriam ser voltados para o mundo e assim fundou o Laboratório de Estudos sobre a Intolerância dentro do Departamento de História da Universidade de São Paulo.[9] O laboratório foi fechado após disputas políticas internas entre os pesquisadores.[6] A Universidade Federal Rural de Pernambuco tem uma cátedra que leva seu nome desde 2015, pertencente ao Departamento de Ciências Sociais.[10] Novinsky é considerada uma autoridade no tema da Inquisição.[11] Em 2013, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico outorgou à Novinsky a distinção de Pioneira da Ciência no Brasil em honra de sua trajetória como investigadora.[2] A Inquisição no BrasilO documentário A Estrela Oculta do Sertão, que versa sobre comunidades de criptojudeus no Nordeste do Brasil, está baseado parcialmente nas pesquisas de Anita, incluindo uma entrevista com ela.[12][carece de fontes] Vida pessoalAnita foi casada com o engenheiro Mauricio Novinsky, com quem teve duas filhas.[13] MorteAnita morreu em 20 de julho de 2021, na capital paulista, aos 98 anos.[14][15] Ela foi sepultada no Cemitério Israelita do Butantã.[16] Publicações
Referências
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