Fagundes iniciou sua carreira na década de 1960 no teatro, participando do grupo do Teatro de Arena de São Paulo, onde fez inúmeras peças de teatro. Mais tarde ganhou notoriedade nacional na teledramaturgia - iniciando a ser ator - em teleteatros da TV Cultura,[2] alcançou sucesso protagonizando telenovelas como Mulheres de Areia (1973) e O Machão (1974; pela qual ganhou seu primeiro Prêmio APCA) e consolidou-se como um dos maiores atores brasileiros ao integrar o elenco de atores da TV Globo - iniciando em 1976 com a novela Saramandaia.[2] Entre 1979 e 1981 protagonizou o seriado Carga Pesada, como o caminhoneiro Pedro da Boléia; vinte e dois anos mais tarde voltaria a interpretar este personagem na continuação da série de 2003 a 2007.
Ao longo de sua carreira, protagonizou quase 40 novelas.[2] Entre sua galeria de personagens, destaca-se Cacá de Dancin' Days (1978), Ivan de Vale Tudo (1988), Caio de Rainha da Sucata (1990) e Felipe de O Dono do Mundo (1991). Por sua interpretação como o respeitado coronel José Inocêncio em Renascer (1993), ele recebeu muitos elogios da crítica e do público, vencendo o Prêmio APCA e o Troféu Imprensa de melhor ator. Na sequência, emendou uma série de protagonistas de novelas do horário nobre, alcançando sucesso em todas elas, como O Rei do Gado (1996), Por Amor (1997), Terra Nostra (1999) e Porto dos Milagres (2001).[2]
Nos cinemas, atuou em mais de 50 filmes. Sua estreia foi no final da década de 1960, fazendo os filmes Sandra Sandra (1968) e A Compadecida (1969). Por sua performance como o farmacêutico garanhão Xavier em O Corpo (1991), foi eleito melhor ator pelo Festival de Cartagena, na Colômbia. Interpretou o compositor Villa Lobos em sua cinebiografia Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão, pela qual foi indicado ao Grande Otelo de melhor ator. Também recebeu indicações ao Prêmio Guarani em três ocasiões, sendo a primeira como melhor ator por sua atuação em Doces Poderes (1997). Em 2001 recebeu duas indicações por seus trabalhos em Bossa Nova (2000) e No Coração dos Deuses (2000), como melhor ator e ator coadjuvante, respectivamente. Em 2015 foi indicado ao Grande Otelo de melhor ator coadjuvante por sua atuação no filme policial Alemão (2014).[3]
Biografia
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, mas mudou com seus pais para São Paulo aos oito anos de idade e morou lá por mais de 30 anos. Descobriu seu dom para o teatro[4] a partir da montagem de peças que fazia no grupo de teatro do Colégio Rio Branco, onde estudou. Seu primeiro papel foi em 1963, aos 15 anos, na peça A Ceia dos Cardeais. Entrou para o Teatro de Arena de São Paulo e, em 1968, passou a integrar o elenco permanente do grupo, atuando em Farsa do Cangaceiro, Truco e Padre, Arena Conta Tiradentes, entre outras. Em 1969, dividiu o palco do Teatro do Meio com Yolanda Cardoso na peça-sensação 'O cão siamês', de Antonio Bivar, que subsequentemente teria o título mudado para 'Alzira Power'. Começou na televisão atuando nos teleteatro da TV Cultura. Fez muito sucesso nas novelas Mulheres de Areia e O Machão, da Rede Tupi. Começou a atuar na Rede Globo em 1976, na telenovela Saramandaia. Apresentou as aulas de Biologia do Telecurso 2º Grau.[5][6]
Após alguns anos afastado, em 2007 voltou às novelas como o carismático Juvenal Antena, líder da fictícia favela da Portelinha em Duas Caras, de Aguinaldo Silva. Em 2010 protagoniza Tempos Modernos, do horário das 19h como o empresário Leal Cordeiro. No ano seguinte, dá vida ao personagem Raul Brandão de Insensato Coração, tornando antigas parcerias com Gilberto Braga e Dennis Carvalho. Em 2012 interpreta o autoritário Coronel Ramiro Bastos em Gabriela. Já em 2013, volta ao horário nobre na pele de mais um personagem de destaque, o médico César Khoury, patriarca de uma grande família rica de São Paulo em Amor à Vida e peça-chave da trama.[7] Em 2014, após a saída precoce do horário nobre da Globo, voltou a atuar em Meu Pedacinho de Chão, interpretando Giácomo,[8][9] tendo repetido sua parceria com Benedito Ruy Barbosa interrompida desde a minissérie Mad Maria. Em 2016, é escalado para protagonizar a novela Velho Chico, dando vida ao Coronel Afrânio de Sá Ribeiro.[10]
Em 2019, faz o papel do dono de editora Alberto Prado Monteiro na telenovela Bom Sucesso. Antonio ganhou o prêmio de personagem do ano no Troféu Melhores do Ano.[carece de fontes?]
Vida pessoal
Fagundes se declara agnóstico, dizendo nunca ter seguido nenhuma religião; "Gosto de ler sobre o assunto, já li a Bíblia, [Allan] Kardec, partes do Corão. Mas é uma curiosidade literária".[11] Foi casado com a atriz Clarisse Abujamra de 1973 a 1988, fruto desse relacionamento gerou os filhos Dinah Abujamra Fagundes, Antonio Fagundes Neto e Diana Abujamra Fagundes. Se casou com a diretora Mara Carvalho em 1988. Um ano depois nasceu o único filho do casal, o ator Bruno Fagundes. O casamento chegou ao fim em 2000. Em 2007, começou a namorar a atriz Alexandra Martins, com quem se casou em 2016.[12]
↑ abMota, Beatriz (13 de janeiro de 2010). «Site muda nome de Antonio Fagundes e ator fica revoltado». Terra. Consultado em 3 de abril de 2023. Eu nunca vi o meu perfil, mas sei que o meu nome lá estava errado. Aparecia como Antonio José e não sou Antonio José.