Apodi Nota: Para outros significados, veja Apodi (desambiguação).
Apodi é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte. De acordo com a estimativa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2024, sua população é de 37.390 habitantes, distribuídos em 1 602,477 km² de área. Apodi foi emancipado de Portalegre através da Resolução do Conselho Geral da Província do Rio Grande em 11 de abril de 1833. EtimologiaSegundo o historiador e folclorista Luís da Câmara Cascudo, o nome Apodi é uma palavra de origem indígena, que teria se originado devido à Chapada do Apodi. Outros historiadores afirmam que o nome significa "coisa firme, altura unida, um planalto, uma chapada".[5] GeografiaDe acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017,[6] Apodi pertence às regiões geográficas intermediária e imediata de Mossoró.[7] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião da Chapada do Apodi, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Oeste Potiguar.[8] Apodi é o segundo maior município do Rio Grande do Norte em tamanho territorial, com 1 602,477 km² de área,[2] equivalente a 3,0344% da superfície estadual. Seu território é constituído pela sede e mais três distritos: Córrego, Melancias e Soledade, sendo os dois últimos criados em 1997[9][10] e o primeiro em 2017.[11] Limita-se com os municípios de Governador Dix-Sept Rosado e Felipe Guerra ao norte; Umarizal, Itaú e Severiano Melo ao sul; Caraúbas e Felipe Guerra a leste; Severiano Melo, Itaú e o estado do Ceará (Tabuleiro do Norte, Alto Santo e Potiretama) a oeste.[12] Apodi está a 339 km de Natal, capital estadual,[13] e a 2 188 km de Brasília, capital federal.[14] O relevo do município, com altitudes inferiores a cem metros, está inserido na Chapada do Apodi, que abrange terras planas com tendência ligeira à elevação, formadas por sedimentos cortados pelo rio Apodi/Mossoró, e na Depressão Sertaneja-São Francisco, que compreende uma série terrenos de menor altitude, de transição entre o Planalto da Borborema e a Chapada do Apodi. Apodi está situado em uma área de abrangência de terrenos da Bacia Potiguar e do embasamento cristalino. Na sede encontram-se rochas da Formação Açu, formadas durante a Idade Cretácea Inferior, há cerca de 120 milhões de anos. Nos vales dos leitos dos Rios Apodi e Umari encontram-se as planícies fluviais, formadas por depósitos aluvionares compostos de areias e cascalhos e sujeitos a inundações. No norte do município encontram-se rochas sedimentares formadas por calcário, com idade aproximada de oitenta milhões de anos, formadas na Idade Cretácea Superior. Na porção sul localizam-se as rochas do embasamento cristalino, mais antigas, formadas na Idade Pré-Cambriana há cerca de um bilhão de anos.[12] Os tipos de solo predominantes são o cambissolo eutrófico, característico de terrenos planos, apresentando textura formada por argila, alto nível de fertilidade e drenagem entre boa e moderada; o podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico, em áreas de relevo suave e ondulada, com fertilidade entre média a alta, textura média e drenagem entre boa e moderada; e a rendzina, altamente fértil, argiloso e nível de drenagem entre imperfeito e moderada. Também existem os solos aluvionais, o luvissolo ou bruno não cálcico, o regossolo e o vertissolo.[12][15] Esses solos são cobertos pela vegetação da caatinga hiperxerófila, com espécies de plantas de pequeno porte adaptadas a longos períodos secos, como o facheiro, o faveleiro, a jurema-preta, o marmeleiro, o mufumbo e o xique-xique, além de cactáceas. Há também o carnaubal, cuja espécie predominante é a carnaúba. O município possui ainda três áreas de conservação ambiental, sendo que a maior delas é Soledade, com área de 1 081 ha, seguida pela Aurora da Serra (362 ha) e pela Lagoa do Clementino (253,7 ha).[12] Apodi possui todo o seu território inserido na bacia hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró, sendo cortado por esse rio e um de seus afluentes, o Rio Umari. O principal reservatório do município é a Barragem Santa Cruz, oficialmente Barragem Governador Aluízio Alves, com capacidade para 599 712 000 de metros cúbicos de água (m³) e o segundo maior do Rio Grande do Norte, depois da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu. Foi construído entre 1999 e 2002, sendo que sua bacia hidrográfica cobre uma área de 4 264 km².[16][17] Outros reservatórios do município, com capacidade igual ou superior a 100 000 m³, são Melancias (1 000 000 m³), Arção (800 000 m³), Lagoa Rasa (500 000 m³), Carnaúba Seca (116 000 m³), Mulungu (100 000 m³) e Boa Vista (100 000 m³). Os principais riachos são da Barra, João Dias e Melancias.[12] Clima
O clima de Apodi é semiárido, do tipo Bsh na classificação climática de Köppen-Geiger, cujas principais características são a baixa nebulosidade, chuvas concentradas em poucos meses do ano, forte insolação e temperaturas elevadas, o que ocasiona em elevados índices de evaporação e grande déficit hídrico.[19][20][21] Apodi apresenta um dos mais altos índices de insolação do Brasil, ultrapassando 3 100 horas/ano. Os meses mais chuvosos são março e abril.[22] Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1963 a 1990 e a partir de 1997, a menor temperatura registrada em Apodi foi de 15,2 °C em 1° de setembro de 1975 e a maior atingiu os 40 °C em 7 de dezembro de 1966. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 152,8 mm em 5 de maio de 1975.[18] Outros acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram 126,2 mm em 26 de abril de 1979, 118,3 mm em 26 de abril de 1985, 107,6 mm nos dias 27 de março de 1987 e 8 de março de 2006, 105,4 mm em 15 de abril de 2000, 103,5 mm em 9 de abril de 2018, 102 mm em 18 de fevereiro de 2017, 101,4 mm em 9 de fevereiro de 1966, 101,3 mm em 23 de abril de 2009, 100,2 mm em 28 de fevereiro de 2011 e 100 mm em 5 de março de 2002. Abril de 1985, com 501,3 mm, foi o mês de maior precipitação.[18]
Demografia
A população de Apodi no censo demográfico de 2022 era de 36 093 habitantes, sendo o décimo-terceiro município em população do Rio Grande do Norte e o 910° do Brasil, apresentando uma densidade demográfica de 23,3 hab./km².[24] Apesar disso, quase metade dos habitantes (49,57%) residiam na zona rural. Ao mesmo tempo, 50,02% da população eram do sexo masculino e 49,98% do sexo feminino,[25] tendo uma razão de sexo de 99,94.[26] Quanto à faixa etária, 69,57% da população tinham entre 15 e 64 anos, 22,33% menos de quinze anos e 8,1% 65 anos ou mais.[27] Conforme pesquisa de autodeclaração do mesmo censo, 52,03% dos habitantes eram pardos, 44,54% brancos, 2,59% pretos e 0,84% amarelos.[28] Todos os habitantes eram brasileiros natos[29] sendo 82,57% naturais do município, dos 95,2% nascidos no estado.[30] Dentre os 4,8% da população naturais de outras unidades da federação, os estados com o maior percentual de residentes eram o Ceará (2,55%), a Paraíba (0,91%) e São Paulo (0,37%).[31] Ainda segundo o mesmo censo, 79,59% dos habitantes eram católicos apostólicos romanos, 14,44% protestantes, 0,23% espíritas e 0,03% testemunhas de Jeová. Outros 4,63% não tinham religião, 0,12% seguiam outras religiosidades cristãs, 0,9% não possuíam religião determinada e 0,06% não souberam.[32] Apodi possui como padroeiros Nossa Senhora da Conceição e São João Batista, cuja paróquia é uma das mais antigas da Diocese de Mossoró, criada em 3 de fevereiro de 1766.[33] Existem também alguns credos protestantes ou reformados, sendo a Assembleia de Deus a maior delas.[32] O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do município é considerado médio, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo dados do relatório de 2010, divulgados em 2013, seu valor era 0,639, estando na 32ª posição a nível estadual e na 3 312ª colocação a nível nacional. Considerando-se apenas o índice de longevidade, seu valor é 0,747, o valor do índice de renda é 0,611 e o de educação 0,571.[4] No período de 2000 a 2010, a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 140 reduziu 44,83%, porém o índice de Gini, que mede a desigualdade social, aumentou de 0,541 para 0,551. Em 2010, 68,55% da população viviam acima da linha de pobreza, 17,05% entre as linhas de indigência e de pobreza e 14,4% abaixo da linha de indigência. No mesmo ano, os 20% mais ricos eram responsáveis por 58,53% do rendimento total municipal, ao passo que os 20% mais pobres detinham apenas 2,72%.[34][35] PolíticaA administração municipal se dá pelos poderes executivo e legislativo, sendo o primeiro representado pelo prefeito e seu secretariado, e o segundo pela câmara municipal, formada por treze vereadores eleitos por meio do sistema proporcional para legislaturas de quatro anos. Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente o orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).[36] O primeiro prefeito constitucional de Apodi, após a criação do cargo em 1928, foi Francisco Ferreira Pinto, que ocupou o cargo até outubro de 1930,[37] e o atual é Alan Jefferson da Silveira Pinto, eleito em 2016 e reeleito em 2020. O município se rege por sua lei orgânica, promulgada em 5 de abril de 1990 e alterada por emendas posteriores,[36] e possui uma comarca do poder judiciário estadual, de segunda entrância, cujos termos são Felipe Guerra, Itaú, Rodolfo Fernandes e Severiano Melo.[38] Apodi pertence à 35ª zona eleitoral do Rio Grande do Norte e possuía, em dezembro de 2020, 27 895 eleitores, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que representa 1,186% do eleitorado estadual.[39]
PovoadosComunidade de PindobaO povoado ou comunidade de Pindoba está localizada na região do Vale, zona rural do município de Apodi, onde vivem cerca de 300 habitantes. Está a 16 quilômetros de distância da cidade de Apodi. Sua principal área econômica é o setor primário com produtos agrícolas, extrativismo e artesanato. Em seguida, vem o setor terciário em áreas de serviços e alimentos. A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) reconheceu como Patrimônio Cultural, Histórico e Imaterial do Estado do Rio Grande do Norte o artesanato de barro produzido pelas "Mulheres da Loiça". [40] Referências
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