As Duas TorresNota: Se procura o filme baseado no livro de J. R. R. Tolkien, veja The Lord of the Rings: The Two Towers
The Two Towers (As Duas Torres, no Brasil e em Portugal) é o segundo volume da trilogia O Senhor dos Anéis, escrita pelo professor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien. É a continuação de A Sociedade do Anel e antecede O Retorno do Rei. Foi publicado originalmente em 11 de novembro de 1954. Nos países lusófonos O Senhor dos Anéis - As Duas Torres foi publicado primeiramente no Brasil de maneira extraoficial (Irregularmente) pela editora Artenova dividido em dois volumes, sendo o primeiro intitulado "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres", publicado em 1975 e o segundo "O Senhor dos Anéis - A Volta do Anel", publicado em 1976[1]. A tradução está obsoleta para os dias atuais, contendo alguns termos considerados até mesmo "jocosos". Com o encerramentos das atividades da primeira editora, a editora WMF Martins Fontes passou a publicar, desta vez oficialmente, o título no Brasil em 1994, com um trabalho editorial mais adequado e bem trabalhado. [2]O livro, desta vez integralmente publicado, teve várias reedições no Brasil pela editora, sendo uma delas com a arte de capa de Geoof Taylor em 2000 e um volume único publicado em 2001. Em 2019 a editora Harper Collins passou a publicar o título no país, com mudanças de tradução em relação à da Martins Fontes que causaram muitas controvérsias entre os fãs na época. Em Portugal a primeira editora a publicar foi a Europa-América em 1981, com uma tradução preferida até mesmo pelos leitores brasileiros à época.[3] Título e publicaçãoTolkien pensou O Senhor dos Anéis como uma obra de volume único dividido em seis seções que ele chamou de "livros", juntamente com extensos apêndices[4]. O trabalho, porém, foi dividido em três volumes. As Duas Torres compreende os livros III e IV[5]. Tolkien escreveu: "As Duas Torres é o mais próximo possível de um título que cubra os tão divergentes livros III e IV; e pode ser deixado ambíguo.[nota 1][6]" Tolkien também propôs nomes individuais a cada livro. O livro III se chamaria "The Treason of Isengard"[nota 2]. O livro IV se chamaria "The Journey of the Ringbearers"[nota 3] ou "The Ring Goes East"[nota 4]. Em cartas a Rayner Unwin, Tolkien cogitou identificar as duas torres como Orthanc e Barad-dûr, Minas Tirith e Barad-dûr, ou Orthanc e a Torre de Cirith Ungol[6]. Mais tarde, entretanto, Tolkien desenhou uma capa para o livro, o que identificou o par como Orthanc e Minas Morgul[7]. Na ilustração, Orthanc é uma torre preta de três pontas, com o símbolo da mão branca de Saruman ao lado; Minas Morgul é uma torre branca com uma lua crescente acima, em referência ao seu nome original, Minas Ithil, a Torre da Lua. Entre as duas voa um Nazgûl[7]. ConteúdoAlgumas edições contêm um resumo para leitores que não leram os volumes anteriores. O corpo do volume consiste no Livro III e Livro IV. Livro IIIApós tentar tirar o Anel de Frodo, Boromir é alvejado e morto por um grupo de orques, os Uruk-hai, mandados por Saruman. Eles capturam Merry e Pippin e começam a voltar para Isengard. Aragorn, Legolas e Gimli encontram o corpo de Boromir e lhe preparam um funeral no rio Anduin[8]. O grupo então decide perseguir os orques e resgatar os hobbits. No Reino de Rohan, os orques são mortos pelos Cavaleiros de Rohan, liderados por Éomer[9]. Merry e Pippin fogem para a Floresta de Fangorn, onde encontram Barbárvore, um ent, que os leva para sua casa na floresta[10]. Aragorn, Legolas e Gimli rastreiam os hobbits até a Floresta de Fangorn, onde inesperadamente encontram Gandalf[11]. Gandalf explica que matou o Balrog, e que ele próprio também morreu na luta, mas que foi mandado de volta à Terra Média para completar sua missão e que agora se tornou Gandalf, o Branco, substituindo Saruman como chefe dos magos[11]. Ele assegura que Merry e Pippin estão seguros e leva o grupo para Edoras, onde livra o Rei Théoden da influência maligna de Gríma Língua-de-Cobra[12]. Théoden convoca os Rohirrim para defenderem o Abismo de Helm e atacarem Isengard. Quando chegam em Isengard, encontram-na destruída e inundada pelos ents, com Saruman preso em sua torre[13]. Théoden, Aragorn, Legolas, Gimli e Gandalf encontram Merry e Pippin relaxando nas ruínas, onde contam suas respectivas jornadas até ali[14]. Em Orthanc, Gandalf oferece uma chance para que Saruman se junte ao lado do bem, mas Saruman recusa e Gandalf quebra-lhe o cajado[15]. Ao saírem, Língua-de-Cobra atira um objeto duro e esférico para matar Gandalf, mas erra o alvo, e Pippin apodera-se do objeto. Gandalf decide guardá-lo, mas Pippin, curioso, o furta à noite. É revelado que o objeto é um palantír[16], uma pedra que Saruman usava para se comunicar com Sauron. Sauron vê Pippin, e pensa que ele está preso em Orthanc. Gandalf parte imediatamente com Pippin a Minas Tirith. Livro IVFrodo e Sam, a caminho de Mordor, passam dificuldades no acidentado terreno das Emyn Muil, e percebem que estão sendo seguidos; mas, durante a noite, conseguem capturar Gollum[17]. Frodo faz com que Gollum jure servi-lo, Portador-do-Anel, e os guiar a Mordor. Gollum os guia através dos Pântanos Mortos[18]. Sam ouve Gollum debatendo, com seu alter ego, Sméagol, se ele deveria quebrar a promessa e roubar o Anel, ou não. O Portão Negro de Mordor é muito bem guardado[19], então Gollum os guia por Ithilien[20], para que possam entrar por um caminho secreto que ele conhece. Na estrada eles encontram Faramir, irmão de Boromir, que os leva a Henneth Annûn[21]. Lá, Faramir resiste à tentação do Anel e os libera para seu caminho. Gollum, pretendendo trair Frodo e Sam, leva-os à toca da grande aranha Laracna, que vive ali[22]. Frodo é picado e desfalece devido ao forte veneno. Sam usa Ferroada e o Frasco de Galadriel para ferir seriamente Laracna, que recua. Acreditando que Frodo está morto, Sam pega o Anel e continua a jornada sozinho. Orques encontram Frodo e, os ouvindo, Sam descobre que ele está vivo[23]. Recepção CríticaNo The New York Times, Donald Barr deu uma crítica positiva, chamando-o de "um trabalho extraordinário – pura emoção, narrativa desimpedida, calor moral, regozijo descarado na beleza, mas emoção acima de tudo"[nota 5][24]. Anthony Boucher, analisando o volume em The Magazine of Fantasy & Science Fiction, escreveu que As Duas Torres "faz exigências excessivas à paciência de seus leitores"[nota 6] com passagens que "poderiam ser cortadas sem afetar a forma ou o conteúdo"[nota 7]. No entanto, ele elogiou o volume, dizendo que "nenhum escritor, exceto E. R. Eddison, criou sua própria mitologia de forma tão satisfatória e convincente e a descreveu vividamente em algumas das prosas mais puras e bonitas que esta dura década viu impressa."[nota 8][25]. O The Times Literary Supplements o chamou de "épico em prosa em louvor à coragem"[nota 9] e afirmou que o Westernesse de Tolkien "chega ao nível da imaginação do leitor com Asgard e Camelot"[nota 10][26][27]. Mahmud Manzalaoui, na Egyptian Gazette, escreveu que o livro "não agradou os leitores do romance psicológico moderno básico"[nota 11], mas que significava uma nova tendência na ficção[27][28]. John Jordan, avaliando o livro para a Irish Press, escreveu admirando sua narrativa "tecendo romance épico, heróico, de parábola e de conto de fadas, e o tipo mais aventureiro de história de detetive, em um padrão ao mesmo tempo estranho e curiosamente familiar à nossa experiência"[nota 12]. Ele comparou a morte e o reaparecimento do mago Gandalf à ressurreição de Cristo[27][29]. Notas
Referências
Ver também
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