Historicamente, o inglês originou-se da fusão de línguas e dialetos, agora coletivamente denominados inglês antigo, que foram trazidos para a costa leste da Grã-Bretanha por povos germânicos (anglo-saxões) no século V, sendo a palavra english derivada do nome dos anglos e, finalmente, de sua região ancestral de Angeln (no que é agora Schleswig-Holstein).[11] Um número significativo de palavras em inglês é construído com base nas raízes do latim, visto que esse idioma foi, de alguma forma, a língua franca da Igreja Cristã e da vida intelectual europeia.[12] O inglês foi mais influenciado pela língua nórdica antiga, devido a invasões viquingues nos séculos VIII e IX.
Devido à assimilação das palavras de muitos outros idiomas ao longo da história moderna, o inglês contém um vocabulário muito grande. O inglês moderno não só assimilou palavras de outras línguas europeias, mas também de todo o mundo, incluindo palavras do hindi e de origens africanas. O Oxford English Dictionary lista mais de 250 000 palavras distintas no idioma, não incluindo muitos termos técnicos, científicos ou gírias.[15][16]
O inglês antigo mais tarde foi transformado por duas ondas de invasões. O primeiro foi por falantes do ramo linguístico germânico setentrional, quando Haldano e Ivar, o Desossado começaram a conquista e a colonização do norte das Ilhas Britânicas, nos séculos VIII e IX (ver Danelaw). A segunda foi por falantes do normando antigo, uma língua românica, no século XI com a conquista normanda da Inglaterra. O normando desenvolveu-se para anglo-normando e depois para anglo-francês, quando introduziu uma nova gama de palavras, especialmente através dos tribunais e do governo. Além do alargamento do léxico com palavras escandinavas e normandas, estes dois eventos também simplificaram a gramática e transformaram o inglês em uma linguagem de empréstimo, mais aberta para aceitar novas palavras de outras línguas.
Durante todo este período o latim, de alguma forma, era a língua franca da vida intelectual europeia, em primeiro lugar o latim medieval da Igreja Cristã, mas depois o latim humanista da Renascença e aqueles que escreveram ou copiaram textos em latim[12] comumente cunharam novos termos do idioma para se referir a coisas ou conceitos para os quais não havia nenhuma palavra nativa existente no inglês.
Cerca de 375 milhões de pessoas falam inglês como sua primeira língua.[28] O inglês hoje é provavelmente a terceira maior língua em número de falantes nativos, depois do chinês mandarim e do espanhol.[10][29] No entanto, quando se combina nativos e não nativos é provavelmente a língua mais falada no mundo, embora eventualmente a segunda, ficando atrás de uma combinação dos idiomas chineses (dependendo ou não das distinções esses idiomas são classificados como "línguas" ou "dialetos").[30][31]
As estimativas que incluem falantes do inglês como segunda língua variam entre 470 milhões a mais de um bilhão, dependendo de como a alfabetização ou o domínio é definido e medido.[32][33] O professor de Linguística David Crystal calcula que os não-falantes já superam o número de falantes nativos em uma proporção de 3-1.[34]
Os países com maior população de falantes nativos de Inglês são, em ordem decrescente: Estados Unidos (215 milhões),[35] Reino Unido (61 milhões),[36] Canadá (18,2 milhões),[37] Austrália (15,5 milhões),[38] Nigéria (4 milhões),[39] Irlanda (3,8 milhões),[36] África do Sul (3,7 milhões),[40] e Nova Zelândia (3,6 milhões), conforme censo de 2006.[41] Entretanto, apesar de os Estados Unidos ser o país com o maior número de nativos que falam esta língua, o inglês não é o idioma oficial do país, que não têm, em sua Constituição, a designação de um idioma oficial, ao contrário do Brasil, por exemplo, que define o português como sua língua constitucional.[42] É possível, inclusive, que cada estado norte-americano adote a língua que quiser como a sua oficial, bastando para isso criar um artigo em sua legislação estadual.[43]
Países como as Filipinas, Jamaica e Nigéria também têm milhões de falantes nativos de dialetos contínuos que vão do crioulo de base inglesa à versão mais padrão do inglês. Dessas nações onde o inglês é falado como segunda língua, a Índia tem o maior número de falantes (inglês indiano). Crystal afirma que, combinando os falantes nativos e não nativos, a Índia agora tem mais pessoas que falam ou entendem o inglês do que qualquer outro país do mundo.[44][45]
O inglês deixou de ser uma "linguagem inglesa", no sentido de pertencer apenas às pessoas que são etnicamente inglesas.[46][47] O uso do idioma está crescendo ao redor do mundo para a comunicação internacional. A maioria das pessoas aprendem inglês por razões práticas, em vez de ideológicas.[48] Muitos falantes do inglês na África tornaram-se parte de uma comunidade linguística "afro-saxã" que une africanos de diferentes países.[49]
O inglês moderno, por vezes descrito como a primeira língua franca global,[50][51] também é considerado como a primeira língua mundial.[52][53] O idioma é o mais usado do mundo em publicações de jornais e livros, nas telecomunicações internacionais, na publicação científica, no comércio internacional, no entretenimento de massa e na diplomacia.[53] O inglês é, por um tratado internacional, a base para as línguas naturais controladas.[54] Seaspeak e Airspeak são utilizadas como línguas internacionais auxiliares de navegações marítimas[55] e da aviação.[56] O inglês substituiu o alemão como língua dominante na pesquisa científica[57] e atingiu paridade com o francês como uma língua diplomática após as negociações do Tratado de Versalhes em 1919.[58]
O inglês é escrito no alfabeto latino, sem nenhum carácter especial. Há aparentes exceções em palavras que mantém a grafia estrangeira, como naïve, Noël e fête. Os nomes das letras são os seguintes:
Os verbos regulares têm apenas 6 formas distintas, duas das quais não se usam mais.
Ex: love (forma básica), lovest (2ª pessoa singular do presente do indicativo ativo — obsoleta), loves ou loveth (3ª pessoa singular do presente do indicativo ativo — a segunda é obsoleta), loved (particípio passado e todas as pessoas menos a segunda singular do pretérito simples ativo), lovedst (2.ª pessoa singular do pretérito simples ativo — obsoleta) e loving (particípio presente e gerúndio).[carece de fontes?]
Devido à afluência das palavras de origem francesa a partir da invasão normanda em 1066, há em inglês pares de palavras usadas em contextos específicos e que correspondem a uma só nas línguas faladas em áreas próximas da Inglaterra. Notadamente, há, em inglês, uma palavra para designar o animal vivo (normalmente de origem anglo-saxã) e uma para a carne dele (normalmente, de origem francesa). Exemplo: ox (do anglo-saxão oxa), para designar o boi, e beef (do francês boef ou buef), para a carne de boi. Um outro exemplo é para festa de casamento e a instituição. A festa tem o nome de wedding, enquanto a instituição, marriage, que vem do francês marriage.[carece de fontes?]
Outros exemplos de palavras de origem francesa:
résumé — curriculum vitae
royal — referente à realeza
hors d'oeuvres — aperitivos
arrive — do francês ariver, chegar
sublime — do francês sublime
challenge — do antigo francês chalengier, desafiar
↑O inglês norte-americano não tem este som; palavras com este som são pronunciadas com /ɑ/ ou /ɔ/.
↑Alguns dialetos norte americanos não têm esta vogal.
↑A letra U pode representar tanto /u/ quanto /ju/. Na pronúncia inglesa, se /ju/ ocorrem após /t/, /d/, /s/ ou /z/, isso normalmente provoca palatização e tais consoantes tornam-se, respectivamente, /ʨ/, /ʥ/, /ɕ/ e /ʑ/, como em tune, during, sugar, e azure. No inglês norte-americano, a palatização não acontece normalmente, a não se que /ju/ seja seguido de r, resultando que /(t, d,s, z) jur/ tornem-se, respectivamente, /tʃɚ/, /dʒɚ/, /ʃɚ/ and /ʒɚ/, como em nature, verdure, sure, e treasure.
↑A variante norte-americana deste som é uma vogal matizada de r.
↑Muitos falantes do inglês norte-americano não distinguem entre estas duas vogais átonas. Pronunciam roses e Rosa's do mesmo jeito e o símbolo usado é este: /ə/.
↑ abOs ditongos /eɪ/ e /oʊ/ são monotongalizados por muitos falantes do inglês padrão norte-americano, respectivamente, em: /eː/ e /oː/
↑Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, este som seria /ʊə/, /ɔ:/.
↑Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, o /ə/ é suprimido, ficando uma vogal longa /ɛ:/.
↑A nasal velar[ŋ] é um alofone de /n/ em alguns sotaques do norte da Grã-bretanha, aparecendo apenas antes de /k/ e /g/. Em todos os outros dialetos, é um fonema separado, embora apareça apenas em fim de sílaba.
↑ abcOs sons /ʃ/, /ʒ/, e /ɹ/ são labializados em alguns dialetos. A labialização nunca é contrastiva na posição inicial e, consequentemente, não é transcrita. A maioria dos falantes do inglês estadunidense e canadense pronuncia "r" (sempre rotizado) como /ɻ/, enquanto que o mesmo é pronunciado no inglês escocês e outros dialetos como vibrante múltipla alveolar.
↑Em alguns dialetos, como o cockney, as interdentais /θ/ e /ð/ são usualmente misturadas com /f/ e /v/, e em outros, como o inglês vernáculo afro-americano, /ð/ é misturado com a dental /d/. Em algumas variedades irlandesas, /θ/ e /ð/ tornam-se as plosivas dentais correspondentes, que então contrastam com as plosivas alveolares.
↑A fricativa palatal surda /ç/ é, na maioria dos sotaques, apenas um alofone de /h/ antes de /j/; por exemplo human /çjuːmən/. Contudo, em alguns sotaques (veja isto), o /j/ desaparece, mas a consoante inicial é a mesma.
↑A fricativa velar surda /x/ é usada por falantes escoceses e galeses em palavras como loch/lɒx/ ou por alguns falantes em palavras emprestadas do alemão ou hebraico, como Bach/bax/ ou Chanukah /xanuka/. /x/ também ocorre no inglês sul-africano. Em alguns dialetos como o scouse (de Liverpool) tanto [x] quanto a africada[kx] podem ser usadas como alofones de /k/ em palavras como docker[dɒkxə]. A maioria dos falantes nativos tem grande dificuldade para pronunciar esse fonema corretamente quando aprendem outras línguas. A maioria usa os sons [k] e [h] no lugar.
↑O w surdo [ʍ] é encontrado no inglês da Escócia e da Irlanda e em algumas variedades da Nova Zelândia, dos Estados Unidos e da Inglaterra. Na maioria dos outros dialetos, ele é misturado com /w/, e, em alguns dialetos escoceses, com /f/.
↑Albert C. Baugh & Thomas Cable (1978). «Latin Influences on Old English». An excerpt from Foreign Influences on Old English. Consultado em 5 de setembro de 2010
↑Collingwood, R. G.; et al (1936). «The English Settlements. The Sources for the period: Angles, Saxons, and Jutes on the Continent». Roman Britain and English Settlements. Oxford, England: Clarendon. pp. 325 et sec. ISBN0819611603A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
↑«U.S. Census Bureau, Statistical Abstract of the United States: 2003, Section 1 Population»(PDF). U.S. Census Bureau. pp. 59 pages Tabela 47 apresenta o valor de 214.809.000 para as pessoas a partir dos cinco anos de idade que falam exclusivamente inglês em casa. Com base na American Community Survey, esses resultados excluem aqueles que vivem em comunidades (tais como dormitórios universitários, instituições e casas do grupo), e por definição exclui falantes nativos de inglês que falam mais de uma língua em casa.
↑«About people, Language spoken». Statistics New Zealand. 2006 census. 2006. Consultado em 28 de setembro de 2009. Arquivado do original em 15 de outubro de 2009 (links to Microsoft Excel files)
↑Yong Zhao; Keith P. Campbell (1995). "English in China". World Englishes 14 (3): 377–390. Hong Kong contributes an additional 2.5 million speakers (1996 by-census).
Algeo, John (1999). «Chapter 2:Vocabulary». In: Romaine, Suzanne. Cambridge History of the English Language. IV: 1776–1997. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 57–91. ISBN978-0-521-26477-8. doi:10.1017/CHOL9780521264778.003
International Civil Aviation Organization (2011). «Personnel Licensing FAQ». International Civil Aviation Organization – Air Navigation Bureau. In which languages does a licence holder need to demonstrate proficiency?. Consultado em 16 de dezembro de 2014. Controllers working on stations serving designated airports and routes used by international air services shall demonstrate language proficiency in English as well as in any other language(s) used by the station on the ground.